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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SIMÃO PESSOA

 

Poeta e humorista, cronista, blogueiro, compositor e escritor nasceu, em Manaus, 1956. Formado em Engenharia Eletrônica, na UTAM. Dedica-se ao jornalismo cultural e à atividade de produção e criação publicitária. Apaixonado por rock na adolescência, sua poesia foi muito influenciada pela música. Foi leitor e divulgador, em Manaus, da geração Beat americana e da poe¬sia marginal brasileira. Produziu artesanalmente seus primeiros livros. Estreou com o livro de poemas Old fashioned, 1977. Tem vários livros em prosa: Manual do espada, 1999, Folclore político do Amazonas, 2000.

 

Poemas extraídos de:
A POESIA SE ENCONTRA NA FLORESTA. I Encontro Amazônico de Poetas da América Latina.  Trad. Thiago de Mello.  Manaus: Editora Valer e Governo do Estado do Amazonas, 2001.   384 p.  

        Agônica

Pés rudes pisam terra & torram
em torvelinho

                       a erva.
 

Rés terra negra fica & fere
em febril gesto
              a vida.

 

Só força bruta cede & sarja
em sarrabulha
              a sebe.

 

Só coivara resta (réstia de luz)
em lúgubre

                  floresta.

 

 

        Constatação 

Tudo temos feito todos:
palavra e afeto afago
de ninar em nicho raro
(e nada fez efeito feito)

 

todos temos feito tudo:
missa no portal portas
de falar das favas mortas
(e nada fez sentido sido)

 

de tudo temos sido todos:

amigos de fé e coragem
no fel febril da cidade
(e nada melhorou nada)

 

de todos temos tudo sido:
trigueiro mear de peão paneiro
prenhe de pão
(e de tanto dar-se, nada deu-se...)

 

 

 

Sateré-Maué

Sateré-Maué que foi feito ao povo?
(na imensidão da selva permanece morto)
Sateré-Maué que foi feito ao povo?
(veio o homem branco com braço de fogo)
Sateré-Maué que foi feito ao povo?
(muitos se mataram de tanto desgosto)
Sateré-maué que foi feito ao povo?
(os que sobreviveram esconderam o rosto)
Sateré-Maué que foi feito ao povo?
(em museu turístico finalmente posto)
Sateré-Maué que foi feito ao povo?
(acabaram o nome, acabaram o povo)

 

 

 

Zona Franca

Esta zona nunca foi franca

                    mas falsa:
com seu estilo decadente
de art noveau sem graça.

 

Ali onde havia macacaúba,
marupá, louro e andiroba
hoje é só vidro fumê

          (concreto armado
com portas pantográficas

          e dégradê).

 

Ali onde nadava o matrinxã,
 piramutaba, tucunaré e jaraqui
hoje é só veio de lama

                    (esgoto fétidos
com suas imundas

                    ratazanas).

 

Ali onde cantava o japiim,
pipira, curió, uirapuru
hoje é só banco de mármore

          (carrinho de pipoca
com a praça da Matriz

                    e da Saudade).

 

Ali onde andava o tracajá

capitari, iaçá e cabeçudo

hoje é só vão de dentro

          (urubu sobrevoando
 com cunhas catando

                    o lixo).

 

Ali onde comia o caititu,
queixada, tamanduá e capivara
 hoje é só desmatamento

                    (conjuntos do BNH
com gente cabisbaixa

          dentro)

 

esta zona franca nunca passou
          de um rendez-vous:

Com suas polacas new society

          e seus homens-guabiru.

 

Página publicada em fevereiro de 2016


 

 

 
 
 
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