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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

RAYMUNDO NONATO PINHEIRO

 

 

(Manaus1922 - 1994), também conhecido como Padre Nonato Pinheiro, foi um sacerdote, poeta, filólogo, latinólogo, jornalista, professor e escritor brasileiro.
Membro da 
Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, exerceu, no IGHA, a função de orador.

O Pe. Nonato Pinheiro, erudito católico que se dedicou, em profundidade, aos estudos filológicos e à crítica literária, foi um cultor da língua portuguesa. Dedicou-se também a estudos relacionados à história religiosa da Região Norte do Brasil. Contribuiu com regularidade nos jornais de Manaus, tendo sido recebido na Academia Amazonense de Letras pelo médico e escritor Djalma Batista. O mais conhecido dos livros que publicou é uma biografia do terceiro bispo do Amazonas, Dom João da Matta (1956), obra republicada em 2008 pela Editora Valer, de Manaus. Em 1954, a Editora Vozes havia publicado seu livro intitulado "Dom José Pereira Alves: fulgores do Episcopado". (...) Raimundo Nonato Pinheiro prefaciou, entre outras obras, o "Vocabulário Etimológico Tupi do Folclore Amazônico", de Anisio Mello (Manaus: Editora da Universidade do Amazonas / Suframa, 1983). Em grande quantidade de artigos, ensaios e discursos, o Pe. Nonato Pinheiro divulgou seus estudos sobre obras clássicas das literaturas portuguesa e brasileira, que considerava como modelos perfeitos de boa linguagem.

Uma instituição de Ensino Público de Manaus, localizada no bairro de Santo Antônio, denomina-se Escola Estadual Padre Raimundo Nonato Pinheiro.

 

 

 

 

       AUTO DE FÉ

 

       I


VIDA! Caminho incerto, estrada tormentosa...
De espinhos e de flor! Por onde humilde, sigo...
Cavaleiro! — a sonhar com a Glória majestosa!
Viandante! — a estender a mão qual um mendigo!#

Retendo a minha destra, humílima e calosa,
Ao amparo, protetor, do meu bastão amigo...
E deixo, percorrendo a “via dolorosa”,
Castelos, em festins, — desertos sem abrigo!

Rico! — Sou eu, Senhor! Com os meus Cinco Sentidos!
Pobre! — Não ter, sequer, Teu Bálsamo Divino,
Quando me chega a Dor, estranha, aos meus ouvidos!

Farejam o meu andar, famintas, — “Sede” e “Fome”!
Marcho, a fitar o Céu, ouvido preso ao Sino
Que bate, sem cessar, clamando por meu nome...

 

                                      

 

         AUTO DE FÉ

 

       MORTE! Destino certo, cruel! Ou lenitivo...
Trono e Galé! Onde há um Prêmio, repartido,
De Liberdade, — a quem viveu, sofreu, cativo!
De Escravidão, — a quem viveu sem ter gemido!

Treva e Luz! Terra e Mar! Que ao meu olhar furtivo,
E ao passo meu, dolente, ao perpassar, — vencido
Jamais serei! Pesar de entregue a um mar altivo,
Sem forças e se Norte, qual batel perdido...

Hei de marchar com a Fé (meu Escudo e minha Cruz!)
Menestrel! — a sonhar, buscando a tua Palma...
Eu não devo estacar: Meu Guia me conduz...

Febre! Podes queimar! Que a minha ideia, arde!
Verme! Terás a Carne! E não terás minh´Alma!
Cuidado, OH! Pó!; meus pés hão de voltar mais tarde...

 

 

(Revista anno 1, num.11, junho  Redempção, Manaus, 1926)

 

 

 

 

MELLO, Anisio.  Lira amazônica - Antologia. Vol. I       São Paulo: Edição Correio do Norte, 1970.   286 p.    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

       SUBLIME VINGANÇA

Qual Daniel na cova dos leões,
Vives, homem de gênio, entre outras feras:
Rudes, cruéis, famélicas panteras
Inimigas febris dos teus brasões...

Assim foi, assim é, será milhões
De vezes o que foi nas outras eras:
Sofrem da inveja os clássicos baldões...

Jamais apagarão o teu fulgor,
Como aqueles que pisam nos ladrilhos,
Sem poder apagar-lhe o esplendor...

Deixa a inveja cantar seus estribilhos:
Opõe-lhe simplesmente o teu valor,
A vingança sublime dos teus brilhos!...

(In "Correio do Norte", no. 42,
out. 1962, S. Paulo)

 

      

       GRANDEZA DA POESIA

       (Ao grande poeta Jonas da Silva, joalheiro
dos "Uhlanos" se das "Czardas", fervorosa
homenagem póstuma).

És de todas as artes a mais bela:
Irradias fulgor, policromia,
Ofertando dulcíssima harmonia
E o donaire gentil de uma donzela!

Nos seus dias de luto e de procela,
És o arco-íris sem par, diva poesia,
Que me dissipa qualquer agonia
C´o esplendor duma rútila aquarela.!

Qual baro de Himbaud, no mar do verso,
Singro feliz os atrativos teus,
Ébrio de luz, em chispas de outro imerso...

       Para um mundo de nobres e plebeus,
Encarnas no concerto do Universo
A linguagem magnífica de Deus!

(In "O Jornal", Manaus, 30-09-1962)

 

 

         MOEDAS EM CASCATA

Em mísero tugúrio, chão de areia,
A vida do mendigo é uma porfia.
Sua companheira é a melancolia
E, noite adentro, pálida candeia.

A casa não tem pão, tudo escasseia,
Mas um vivo fulgor sempre irradia:
Refulge de áurea luz se é meio-dia,
De argentino clarão, se é lua cheia...

       Sem capital, nem crédito bancário,
Caem-lhe do céu as moedas em cascata,
E de mendigo passa a milionário...

A choupana de palha, junto à mata,
Se enche do ouro do sol, que é um perdulário,
E do clarão da lua a jorrar prata...

 

                            (In "O Jornal", Manaus, 26-8-1962)

 

 

 

         F E L I C I D A D E

Felicidade, estrela apetecida,
Vejo de longe a luz dos teus fulgores,
No monte Nebo dos meus amargores,
Como Moisés, a Terra Prometida!...

Felicidade, glória indefinida!
Felicidade, luzes de Tabores!
Felicidade, pélago de flores!
Já que cansei de te esperar na vida...

Felicidade de asas luminosas,
Quando tu passas sobre os meus caminhos,
Deixas apenas vozes enganosas...

Felicidade, leva os teus carinhos:
Que eu sinto as mãos de Deus, mãos milagrosas,
Abrindo rosas sobre os meus espinhos!...

 (In "Correio do Norte", no. 10,
2ª. quinzena de set. 1959)

MELLO, Anisio.  Lira amazônica - Antologia. Vol. I       São Paulo: Edição Correio do Norte, 1970.   286 p.    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

       SUBLIME VINGANÇA

Qual Daniel na cova dos leões,
Vives, homem de gênio, entre outras feras:
Rudes, cruéis, famélicas panteras
Inimigas febris dos teus brasões...

Assim foi, assim é, será milhões
De vezes o que foi nas outras eras:
Sofrem da inveja os clássicos baldões...

Jamais apagarão o teu fulgor,
Como aqueles que pisam nos ladrilhos,
Sem poder apagar-lhe o esplendor...

Deixa a inveja cantar seus estribilhos:
Opõe-lhe simplesmente o teu valor,
A vingança sublime dos teus brilhos!...

                   (In “Correio do Norte”, no. 42,
out. 1962, S. Paulo)

 

      

       GRANDEZA DA POESIA

       (Ao grande poeta Jonas da Silva, joalheiro
dos “Uhlanos” se das “Czardas”, fervorosa
homenagem póstuma).

És de todas as artes a mais bela:
Irradias fulgor, policromia,
Ofertando dulcíssima harmonia
E o donaire gentil de uma donzela!

Nos seus dias de luto e de procela,
És o arco-íris sem par, diva poesia,
Que me dissipa qualquer agonia
C´o esplendor duma rútila aquarela.!

Qual baro de Himbaud, no mar do verso,
Singro feliz os atrativos teus,
Ébrio de luz, em chispas de outro imerso...

       Para um mundo de nobres e plebeus,
Encarnas no concerto do Universo
A linguagem magnífica de Deus!

(In “O Jornal”, Manaus, 30-09-1962)

 

 

         MOEDAS EM CASCATA

Em mísero tugúrio, chão de areia,
A vida do mendigo é uma porfia.
Sua companheira é a melancolia
E, noite adentro, pálida candeia.

A casa não tem pão, tudo escasseia,
Mas um vivo fulgor sempre irradia:
Refulge de áurea luz se é meio-dia,
De argentino clarão, se é lua cheia...

       Sem capital, nem crédito bancário,
Caem-lhe do céu as moedas em cascata,
E de mendigo passa a milionário...

A choupana de palha, junto à mata,
Se enche do ouro do sol, que é um perdulário,
E do clarão da lua a jorrar prata...

 

                            (In “O Jornal”, Manaus, 26-8-1962)

 

 

         F E L I C I D A D E

Felicidade, estrela apetecida,
Vejo de longe a luz dos teus fulgores,
No monte Nebo dos meus amargores,
Como Moisés, a Terra Prometida!...

Felicidade, glória indefinida!
Felicidade, luzes de Tabores!
Felicidade, pélago de flores!
Já que cansei de te esperar na vida...

Felicidade de asas luminosas,
Quando tu passas sobre os meus caminhos,
Deixas apenas vozes enganosas...

Felicidade, leva os teus carinhos:
Que eu sinto as mãos de Deus, mãos milagrosas,
Abrindo rosas sobre os meus espinhos!...

                   (In “Correio do Norte”, no. 10,
2ª. quinzena de set. 1959)


Página publicada em novembro de 2020

 



 

Página publicada em janeiro de 2020; Página ampliada em novembro de 2020

 


 

 

 
 
 
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