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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

 

RAIMUNDO MONTEIRO

 

Raimundo de Castro Monteiro  nasceu em Humaitá, cidade à margem esquerda do rio Madeira, no dia 24 de outubro de 1882. Faleceu em Manaus, em 20 de junho de 1932. Pertenceu à Academia Amazonense de Letras. Obra poética: As horas lentas (Manaus, 1930).

 

 

Utas

 

Morre, em surdina, a toada

De uma viola magoada...

- Penso na minha Amada.

 

II

Do alto a lua irradia

Sobre a selva sombria...

- O luar parece dia.

 

III

O rio, amplo e sonoro,

Flor, sabe que eu te adoro:

- À sua margem choro...

 

                                           (As Horas lentas)

 

 

Eu

 

Meus olhos tristes não choram

Mas a minha alma padece...

O orgulho que me enaltece

É como o orgulho de um rei!

Mágoas, que os outros deploram,

Dão-me coragem sem termo...

O meu espírito enfermo

Às tempestades lancei.

 

Árvore seca do monte

Ao sol e às chuvas morrendo,

Num desespero tremendo

Minore a insânia da dor...

Entre horizonte e horizonte,

Hirto e fatal agonizo...

Enquanto, longe, diviso

A nuvem leve do amor.

 

Nuvem de gaze tão leve

Que se desfaz na distância...

Como a azulada inconstância

Das ondas que vêm e vão!

E a fantasia se atreve

A colorí- la com as tintas

Tão rubramente distintas

Da minha amarga paixão!

 

De tédio sofr o e esmoreço

Como um beduíno sem rumo...

E em vãos temores consumo

O meu  orgulho de um rei!

Mas, sempre audaz, reconheço

Que não fiz mal quando a vida,

Numa arrogância atrevida,

Às tempestades lancei!

 

                       (LINS, Seleta literária do Amazonas)

 

 

MELLO, Anisio.  Lira amazônica - Antologia. Vol. I       São Paulo: Edição Correio do Norte, 1970.   286 p.    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

       

       AMANHECER NO AMAZONAS

Rócio e rosa. Amanhece. E uma rosa orvalhada
O nascente. A caudal é toda rosiflor.
No crepúsculo da luz, à fuga da alvorada,
E de ouro, em céu de rosa, a estrela do pastor.

Valisneria da noite a evanescer-se à flor
Do rio, fantasmal, à nébula rosada,
A iara verlainisa o dilúculo — e, albor
Lunar, desaparece, enfim, na matinada.

As frondes no verdor cambiante da folhagem,
Iriais muiraquitãs, semelham, na paisagem
Musical acendendo a gama dos matizes...

       Na manhã rosicler, aflante de farfalhos,
A Selva, ritualmente, à emoleia dos galhos,
Cultua a fortaleza heráclea das raízes.!

                      

(In "Correio do Norte", n. 32l,
2ª. quinzena, 1961, S. Paulo).

 



Página preparada por Maria da Graça Miranda da Silva, nov. 2013 

Página ampliada em novembro de 2020

      

 

 

 

 

 

 

 
 
 
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