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Fonte da imagem: http://humaita-am.blogspot.com
 

PLINIO RAMOS COÊLHO

Plínio Ramos Coelho (1920 — 2001) foi um político brasileiro. Foi governador  do Amazonas, de 25 de março de 1955 a 25 de março de 1959 e de 25 de março de 1963 a 27 de junho de 1964.

 

 

De
COÊLHO, Plinio Ramos. 
Vozes da Amazônia. 
Manaus: Editora Imaginário, 2000. 
178 p.  ilus. col.  Ilustrado pelo autor.

 

ORIGEM DO BOTO

         A Nunes Pereira

Era parintitim e muito bela.
Casa embora, teve da anta um filho...
Desconfiado o marido seguia dela
Os passos, vendo-a com beiju, sequilho...

Chegar ao rio por um tronco ou pinguela,
Pensando que o marido colhia milho...
Mas este reparou na anta sobre ela,
Acendendo do ciúme e ódio o rastilho.

Com amigos matou a anta e se adianta
Para a carne moqueada e assim comida
Por todos, menos pela Calimanta!

Mergulhou com o filho a mãe perdida
E um gênio dágua mãe e filho encanta:
Botos com genitais de mulher e anta!


FOI O BOTO

Cabelos negros, lábios de pitanga,
Ali no porto, busto desvestido...
Perto, apenas um boto emerge... A tanga
Cai, desvendando um triângulo incendido.

E a cunhã nada, imita o boto, manga
Em mergulhos seguidos e este atraído
Aproxima-se e funga e mostra zanga,
Afastando-se como se fugido.

E sai dágua a cunhã com relutância...
No alvor, afugentada a escuridão
O mesmo banho e um rastro de fragrância...

 

Um dia, em vez do boto um rapagão
A cunhã encontrou e com toda ânsia
Entregou-se em atroz fornicação!



PAITUNARÉ

 
          a Nunes Pereira

Em sítio do Rio Negro habitava um casal.
De manhã, ele saía em busca do roçado...
Logo depois, alguém do companheiro igual,
Entrava na cabana e na rede era amado...

O esposo torna ao lar no rubor vesperal.
Deita com a mulher e é logo interrogado
Sobre a repetição de tanto ato carnal...
E o marido ficou de pronto desconfiado.

De manhãzinha saiu e adiante se escondeu
Com a sarabatana e os dardos preparados...
 E viu a sua mulher e o seu sósia abraçados.

E curabis soprando, o esposo arremeteu.
Setas no corpo, o amante, os membros atrofiados,
Cobra grande virou e para o rio correu.

 

Página publicada em outubro de 2011.


 

 

 
 
 
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