MANUEL ALBUQUERQUE
Orador e poeta, nasceu no Seringal Monte Carmelo, município de Eirunepé, Amazonas.
Membro correspondente da Academia Maranhense de Letras.
Falece no Rio de Janeiro, em 7 de setembro de 1977, o padre Manoel Rebouças Albuquerque. Nascido no Amazonas, ele viveu boa parte de sua vida em Santarém.
Obras: “Maria, Minha Poesia” (poesia), “Maria, Minha Canção”; “Hinos e Canções Escolares”; “Meu Sabiá”; “Estrêlas para a tua fronte”;
“Brasil do meu amor” (poesia) 1949; “Tefé e os Missionários do Espírito Santo”; “As Vocações Sacerdotais, o Problema do Brasil”; “Os Irmãos de Jesus”; O Amor falando contra”; “Cristais Sonoros” (poesia) 1954; “A Glorificação do Monossílabo”; “Sorrisos de Minha Mãe” (poesia).
O RIO AMAZONAS
Quando um grande escritor, iluminado,
Num delírio de gozo e de ventura,
Vê seu livro completo e retocado,
Risca a folha final com mão seguro.
Ali, naquele páramo sagrado,
Jamais há de escrever outra criatura!. . .
Êle, somente, ali, glorificado,
Nos domínios de um reino se enclausura!. . .
Deus, também, terminando a Criação,
Riscou, feliz, com vigorosa mão,
Um largo traço, olímpico e profundo!. . .
É assim que te vejo, ó Rei dos Rios,
Largo Amazonas dos sertões bravios:
— Traço Final da Criação do Mundo!. . .
("Brasil do meu amor", pág. 63, in "Correio do Norte", n.° 2, maio, 19.59, S. Paulo).
AMAZONAS-PARÁ
Amazonas-Pará. . . Vós sois do mesmo laço
Pontas da fita azul do meu carinho éterno!. . .
Fazeis parte de mim, e eu julgo-me um pedaço
De vós que vos amais com santo amor fraterno!.
A vós, no mesmo afeto, ardentemente abraço, Porquanto, se eu nasci nesse Amazonas terno,
Foi no Pará que eu dei o meu primeiro passo,
E pude ver a Deus no santo amor materno!. . .
Se a terra em que eu nasci é um paraíso santo,
O lar da minha infância esconde qualquer coisa
Mais doce para mim, de mais divino encanto!. . .
Amazonas-Pará!. . . Sois, na minh'alma, iguais!. . . — Se naquele eu nasci, é neste que repousa, Santificando a terra, a cinza de meus Pais!. . .
("Cristais Sonoros", pág. 101)
LÍNGUA PORTUGUESA
Instrumento divino da Beleza,
Eu te saúdo, esplêndido buril,
Ó sacrossanta Língua Portuguesa,
Que cinzelaste a Alma do Brasil!. . .
Lembras a graça etérea de Princesa,
Se escuto a voz de minha Mãe gentil;
Tens arroubos sublimes de grandeza,
Lembras meu Pai, ousado e varonil.
Esta é de certo a Língua mais completa,
Esta é a Língua sonora do Poeta,
Que a Mãe de Deus só fala com sorriso. . .
Esta é a Língua de todos os encantos,
Esta é a Língua dos Anjos e dos Santos,
Esta é a Língua de Deus no Paraíso!. . .
SONETOS. v.1. Jaboatão dos Guararapes: Editora Guararapes EGM, s.d. 154 p. 16,5 x 11 cm. ilus. col. Editor Edson Guedes de Moraes. Inclui 148 sonetos de uma centena de poetas brasileiros e portugueses. Ex. bibl. Antonio Miranda
Página ampliada em novembro de 2020
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