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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

JÚLIO JOSÉ DE OLIVEIRA

 

 

Nasceu em Manaus, Estado do Amazonas.

 

 

 

 

 

MELLO, Anisio.  Lira amazônica - Antologia. Vol. I       São Paulo: Edição Correio do Norte, 1970.   286 p.    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

G Ë N E S E

 

Aí em pleno me agravo decassílabo
me invento Fonte onde nenhuma paz
trituro-me Camões instrutor signe
me argamasso dos bagos que me atraem
todo caminho em vasto descaminho
em insulto clamor que me advinho
a tona em todos vícios de Camões
mais que os dele meu vício decassílabo
lanterna contra gumes prontidão,
cantando o rio origem punho — acesa
em labor com o que o lido-me em amianto
e verduras arestas como guelras
eu imolasse à vinda de algum Peixe
silenciar-me à voz de o próprio canto.

 

II

Uno-me os fios tordesilho noite
espanto meu cavalo armo-me abrupto
linguagem dolorosa encilho à boca
velos que sofram este olhar maduro
crescendo em pólvora soneto bravo
cavalo que me solve de seus coices
alamedas que eu homem me esfiapo
atendendo ao clarão que algo me solda,
— e múltiplo cavalgo com meus baios
a planície de Pena em que situo
toda aura que eu em Homem fiz-me estágio
e que em noites sentença só me fluo
alimento de náuseas a Cavalo
o que me grave — não o amargo Fruto

III

mas as presilhas desse chão em árduo
começo dessa mão me desferindo
e me lave do encanto em que me lavro:
cantoneira da usura me cozinhe
em friso textual nenhuma sonhado
apenas o que enlute ainda o que findo
homem de madurezas e cascalhos
renascido deposto dos caminhos
coxo bem antes e depois usado
instrumento da angústia anzol à linha
de duras águas que só clamem Parto
o fundo mais profundo o fim do rio

 

IV

onde começou enfim outra Viagem
apodrecendo — dolman me vestia
me soube quando ao fundo era a embarcagem
o tempo de viver que me cabia
com os mirtos e seixos desta aragem
lodosa como anémonas me abria
seu mais escuro tempo outra viagem
onde o cetro a arranhar sabedoria
toquei fímbrias de braços e excelências
apodreci de Deus, e meus vergões
— trave que me curti de inconsciências;
E o fundo mais profundo o seu agora:
os punhais que me abriram solidões
encontraram-me Deus — o que os arvora.

(Em "O Jornal", 24-3-163, Manaus).

 

 

 

Página publicada em novembro de 2020


 

 

 
 
 
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