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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

GERALDO ALBUQUERQUE DA MATA

 

 

MATA, Geraldo Albuquerque da.  Tempo de poesia.   Manaus:1984. 183 p.   16 x 21,5 cm.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Nascido em Manaus, na Baixa da Quintino — trecho da cidade entre a rua Dr. Almino e a rua Isabel — Geraldo Albuquerque da Mata guardou bem nítidas as Impressões da Infância. Naquele espaço, hoje modernizado pela engenharia urbana com a denominação de Praça Rui Araújo — jogou "pelada", brincou de "manja" e empinou "papagaios de papel".

 

Com o avô paterno Joaquim José da Mata, comandante na Amazónia por mais de cinquenta anos, à proa de gaiolas particulares e navios da Amazon Rlver (depois Snapp), excursinou, nas férias, a vários municípios do Interior.

 

Em Manaus, como bom citadino, tomou parte nos banhos de Igarapé, nas competições desportivas, entre as quais o futebol, o basquete e o volei. Esteve sempre às voltas com o Carnaval de Rua e nas sedes dos clubes recreativos — do Rio Negro e do Nacional. Tornou-se ardoroso nacionalino. Nos festejos juninos assistiu às exibições dos Bumbás, que vinham dos bairros acompanhando brincantes. Ginasiano da década de cinquenta, foi dos mais entusiastas frequentadores dos cinemas Odeon, Avenida, Politeama e Guarani.

 

Tais atividades recreativas como que estimularam o jovem manauara a frequentar a nossa tradicional Faculdade de Direito e dela sair Bacharel em Direito. Preparado para as lutas da vida, pretende daqui por diante, como cavaleiro andante das letras, conquistar o seu Santo Graal.

 

Poesia é sensibilidade, disse lá festejado Intelectual:

existe palpitante nas coisas. Em todos os ramos da natureza. Regatos de águas cristalinas, correndo por sobre pedras angulosas, lembram o Nordeste das secas Inclementes, com todo o cortejo de horrores. Rios caudalosos, de proporções gigantescas, trazem à mente a Amazónia lendária, de florestas compactas e fauna exuberante.

 

Com acerto expressou-se, certa feita, talentoso ensaísta, ao encontrar poesia até na fumaça, que sobe em espirais e se confunde com o ar oxigenado. Que enlevo para a alma a ascensão, por exemplo, dos rolos de fumo, quando, em pleno sertão, homens da lavoura preparam as áreas das semeaduras.

 

A poesia de Geraldo Albuquerque da Mata foi toda Inspirada — desde os quinze anos — nessas tênues mutações da vida. Penetrando, quando possível, nas árduas excogltações da Filosofia, nos labirintos da História ou nos amplos domínios da Literatura — logrou elaborar produções poéticas como "Reflexões" e "Do Meu Evangelho". Cultuando a mulher, no que ela tem de mais puro, brindou seus conterrâneos com sonetos e versos soltos bem Inspirados. Dois ângulos ressaem de sua personalidade: o Trovador e o Sonetlsta. Como Intérprete da poesia popular já conquistou, sem alarde, lugar de destaque. Na elaboração de sonetos, parnasianos, ou já Incorporados ao modernismo, não há quem o censure, por mais rigoroso que seja.

 

De quanto fica dito se dá conta que Geraldo Albuquerque da Mata, agora lançado como poeta, vai alcançar as melhores referências, quer dos críticos locais, quer dos críticos de outras distâncias.

 

 

 

LUTA PELA VIDA

 

A luta pela vida, por mais dura
e cruel que seja, deve ser seguida,
mesmo que surjam nessa vera lida
vicissitudes de uma guerra pura.

 

Ninguém consegue vencer nesta vida,
transpor barreiras, sem a urdidura
de uma vontade férrea que se apura
e na constância mais se consolida.

 

0 forte não vacila, não se abate,
nem vê dificuldades no combate
que enfrenta de cabeça fria e erguida,

 

pois tem na confiança o próprio lema,
que traz no peito, como áureo emblema,
da luta que foi árdua, mas vencida!


 

        AUSÊNCIA

 

Depois que foste embora deste ninho,
tudo mudou, ganhou nova feição:
já não te vejo, luz do meu caminho,
e como é triste estar na escuridão.

 

Eu não desfruto mais do teu carinho,
dos beijos dados com vera paixão,
e por viver assim, sempre sozinho,
padece muito, Amor, meu coração.

 

Por que partiste, repentinamente,
deixando esta saudade permanente
que fere como de uma espada o fio?

 

Esta saudade cresce, que me espanto!
A tua ausência me constrange tanto,
e tudo, agora, aqui é tão vazio!

 

 

 

TROVAS

 

"Esquece de mim, esquece",
tu disseste ao meu ouvido;
esquecer-te, não prometo,
posso esquecer teu pedido.

 

Hoje ela passa por mim,
mal cumprimenta, é senhora...
Mas lembra, tenho certeza,
que foi meu amor outrora.

 

Por capricho um "não" te dei,
caprichosa um "não" me deste.
Hoje sei que és infeliz
e um infeliz me fizeste.

 

Ris de mim e eu de ti rio,
mas quanta contradição:
de mim tu ris sem motivo,
rio de ti com razão.

 

Nesta vida a gente aprende
muita coisa surpreendente,
inclusive a ter cautela
com certa espécie de gente.

 

 

 

MANAUS DE HOJE

 

Desta vasta extensão esmeraldina,
de densas matas e de enormes rios,
ressurges hoje, capital divina
de manhãs claras, renovada em brios.

 

Da "belle époque" esqueçamos a ruina
que depois veio, os dias sombrios,
pois nova estrada já se descortina
cheia de encantos, sem quaisquer desvios.

 

Manaus — cidade das mais belas Iaras,
da Zona Franca, de mil cores raras —
o teu futuro é radioso e grande.

 

Por isso entre as cidades brasileiras
figuras, justamente, entre as primeiras,
por seres delas a que mais se expande.

 

 

Página publicada em novembro de 2018


 

 

 
 
 
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