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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

DEDÉ RODRIGUES

 

(pseudônimo de Elizeth Serrão Rodrigues).

 

Nasceu em Nhamundá, Amazonas, no dia 11 de fevereiro de 1966. Fez os estudos em Manaus, inclusive a Licenciatura Plena em Letras e a formatura em Direito, na FUA.

 

 

 

 

Carta Aberta a Um Fingidor

 

 

Nem anjo barroco, nem branca, nem linda, nem forma
nem nada.

 

Não sou pintura, nem Marília
jamais penetrei bosques serenos
ou conduzi mansos carneiros.

 

Eu, Poeta, não sou a virgem pálida

que, em febre, deliraste possuir

também não sou negra

a mulata de carnes rijas

de altivas ancas, de brancos dentes

que ousaste, senhor, servir.

 

Não nasci da espuma, nem fui moldada para ser fria
nem carne morta, nem pele alva, nem nada
ou coisa alguma.

 

Não sou Ismália, a louca, a própria lua
não tenho asas, ou escamas
nem torre, nem lastro, convento
nem nada.

 

Não, Poeta, nem Rosa, nem Stela
não sou a preta, nem a parda
nem a santa, nem a puta
não nada.

 

Hoje, Poeta, não tenho espelho
ou lira, um enigma
quase nada.

 

Sou bela?
Mais que bela.

 

Meu nome?

Perdido na confusão das coisas acontecidas
das noites dos dias

guardado contigo, Poeta
em alguma gaveta.

 

 

 

A Um Poeta (opus II)

 

 

que prossiga o confuso rastro
do barroco orfeu moleque
que profanou brancos conventos
e deleitou peitos mulatos

 

que percorra a calada trilha
do campônio inconfidente
que conduziu cartas açoites
e despertou extinto leito

 

que viaje a inquieta rota
do beija-flor condoreiro
que acalentou beatriz morena
e inscreveu negros clamores

 

que caminhe a beneditina estrada
do anuro parnasiano
que perseguiu raras rimas
e lapidou o lixo o barro

 

mas sobretudo
que não diga pressinta
que não queira possa
que seja presente

             pretérito

             futuro

e traga nos olhos girassóis incendiados
nos dedos contas infinitas
e nos pés beatificados
desejos inconfessáveis
possibilidades

 

e bem mais que a solidão,
projetada por seu coração de profeta,
queira, bem mais que tudo,
que a vida, até - quem sabe?
unir sua sina torta
e este impróprio corpo
aos meus nós indecifráveis
ao meu coração de poeta.

 

 

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2020


 

 

 
 
 
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