REMINISCÊNCIAS
E a branca neve embalsamava os ares,
Que a morna brisa perto a ti dizia:
“O ocaso é lindo como os teus olhares”.
Longa tarde de amor. A cotovia,
Limpando os castiçais de seus altares,
Cobria as franjas do céu com a poesia
Que a solidão desenha nos pomares.
... Por fim te foste. E mais, hoje, não vejo
Teu doce olhar que a tempestade acalma;
E penso, à tarde, quando a vir desejo:
Que que meu estro, enfim, à esta hora triste?
Serão teus olhos que ele sente n´alma
Ou os lábios teus após que tu partiste?!
(“O Centro”, Manaus, 9-12-1953)