SIDNEY WANDERLEY
Sidney Wanderley nasceu em Alagoas, 1953
De
Sidney Wanderley
HAI QUASE
Jaboatão, PE: Editora Guararapes, - EGM, S.D.
sanfonado. Gentilmente enviado pelo editor
Edson Guedes de Morais
crepúsculo.
mudo faz-se o mundo
e loquaz a luz
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do derradeiro canto
do pomposo cisne
ri-se o riacho irônico.
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sem culpa ou agasalhos,
plácidos peixes passeiam
no estreito mar do aquário.
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cauda e crina equinas
eriçam quando roçam
carnes femininas.
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na cozinha da casa-grande
entre a fuligem e os temperos
o tricô dos fuxicos se expande.
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com frieza assassina
engole bois e pastagens
a espessa neblina.
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talvez celebre a andorinha
morta no campanário
o repique desses sinos.
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bem hajam os que ouvem
átomos, galáxias,
brumas e Beethoven.
Extraído de:
2011 CALENDÁRIO poetas antologia
Jaboatão dos Guararapes, PE: Editora Guararapes EGM, 2010.
Editor: Edson Guedes de Morais
/ Caixa de cartão duro com 12 conjuntos de poemas, um para cada mês do ano. Os poetas incluídos pelo mês de seu aniversário. Inclui efígie e um poema de cada poeta, escolhidos entre os clássicos e os contemporâneos do Brasil, e alguns de Portugal. Produção artesanal.
De
Sidney Wanderley
Desde Sempre
São Paulo: Escrituras editora. 2000.
51 p. ISBN 85-86303-72-0
EPÍLOGO DAS CORES
Toda ingenuidade é verde.
Toda saudade faz-se azul.
Rubros, arrebóis e rancores.
Branco é todo devenir.
E ao fim de todas as cores
o fim de todas as coisas,
o fim:
gritos, choros, pragas e ranger de dentes.
gênesis
e deus fez o mundo.
e Deus fez o homem
e repousou ao sétimo dia.
então o homem se fez no mundo
e Deus nunca mais fez nada.
fez-se eterno o divino
e merecido repouso.
https://issuu.com/antoniomiranda/docs/sidney_wanderley
Página publicada em julho de 2010; ampliada a republicada em fevereiro de 2011.
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