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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

JOSÉ SIMPLíCIO DA ROCHA FILHO

 


Nasceu em Maceió, a 6 de fevereiro de 1908.  Fez o curso secundário no antigo Liceu Alagoano e doutorou-se em Medicina na Faculdade da Bahia. Foi diretor do «Asilo Santa Leopoldina» de Maceió. Residiu no Rio, onde atuou como médico psiquiatra.

Obra poética: «Sombras do Meio Dia» (versos, com prefácio de
Carlos Chiacchio) Ed. Artes Gráficas. Salvador. Bahia. 1951.

 

 

 

SEREI UMA SOMBRA


Não te vás ainda,

que eu te quero divertir.

Contar-te-ei velhas histórias.

Antigas e novas lendas aprenderei

para narrar-te.

Não te vás ainda,

que eu desejo seduzir-te.

Farei as maiores proezas,

contanto que não te vás.

Serei ridículo e sublime

como o palhaço do circo.

Andarei de cambalhotas,

imitarei o pregoeiro,

cantarei como os tenores,

falarei como os speakers,

enchendo os ares de erres,

se te agrada.

Irei lutar em New York

com o negro Joe Luís.

Sairei machucado da luta,

mas satisfeito por te amar.

Serei tudo o que quiseres:

soldado, gangster, mujik,

croupier, explorador de mulheres,

cortador de cana nas usinas,

retirante durante as secas,

marinheiro afrontando as ondas,

contanto que não te vás.

Anular-me-ei, se quiseres,

e serei, se te agrada,

uma sombra — a tua sombra,

projetada pelo chão,

te seguindo fielmente.

 

 

 

AUSÊNCIA

 

Imagino que regressas inesperadamente,
e que eu mesmo em pessoa te vou abrir a porta,
e que entras para o meu quarto,
onde tento, com o auxílio das cortinas,
fazer desabar sobre nós a mais temporã das noites.

Imagino que vens linda, muito mais linda do que és,
e que de ti me aproximo em êxtase,
e te envolvo numa carícia transcendente.

Imagino ainda a posterior e definitiva lassidão que nos
                                                           haveria de tomar,
os teus gestos lentos e imprecisos.
a tua palavra doce e abafada

e o fumo do teu cigarro, pondo tons azulados na penumbra
                                                                               do quarto

Tudo isso imagino, ou talvez recordo,
enquanto, em vão, procuro, com as minhas mãos crispadas.
estrangular o terrível e inerte coração da angústia.

 

 

 

 

Página publicada em novembro de 2015


 

 

 
 
 
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