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JOSÉ BARBOSA DE ARAUJO PEREIRA JÚNIOR

1875-1938

 

Barbosa Júnior foi um poeta pouco familiarizado no meio literário de Alagoas. Era, sobretudo, um tímido, embora tivesse se casado duas vezes. Viveu empurrando a vida. Funcionário dos Correios, conseguira, a trancos e bar¬rancos, formar-se em Direito na Faculdade do Recife, em 1922. Foi presi¬dente interino do Instituto Histórico Alagoano e professor de Direito Penal da Faculdade de Direito de Alagoas. Publicou um interessante estudo sôbre «O espírito Popular através do côco». Suas produções poéticas, entretanto, raramente são encontradas nos jornais e revistas da província, tudo levando a crer que o poeta escrevia mais para si que para o público.

Nasceu em 19 de dezembro de 1875, falecendo aos 5 de dezembro de 1938, como administrador aposentado dos Correios de Maceió.

 

PECADO DE ISA

—Um dia as claras fontes
E o verde mar profundo
          Secaram.
Houve um grito de dor,

Que correu pelo mundo!
E todo o mundo clamou
Em sentidas mágoas:
—Oh! que feio pecado,
O pecado das águas!

E as fontes e o mar tornaram,
E ainda hoje se lamentam,
          No fragor das vagas,
          No rugir das cachoeiras,
Das angústias que causaram...

—Um dia, no céu, a lua
Cessou de brilhar.
          E a natureza cheia de saudade
Se pôs a soluçar na sua soledade:
—Oh! que feio pecado,
O pecado da lua!
E a lua reviveu no nascente apagado,
Mais pálida e mais triste pela maldade sua...

—Um dia as discretas estrelas
          Se apagaram.
|Os poetas e amantes, por não vê-las
Nem ouvi-las, fecharam as janelas,
A soluçar de dor:
—Oh! que feio pecado,
O pecado das estrelas!
E ei-las que surgem prestes,
Retraídas para o azul,
Medrosas de seu crime...

—Um dia  o sol ardente
Curva a fronte real circundada de chama
          E deixa de brilhar.
Cerrando, pouco a pouca, seu olhar dormente.
A vida universal, desfalecendo, exclama:
Oh! que feio pecado,
O pecado do sol!
E, preste, o sol revive. E ainda hoje se oculta
Nas sombras dos eclipses,
Por mágoa do seu crime...

—Bela entre as mais belas,
(A cada amor traído, no regaço
Do céu, há um delíquio, na vida sideral,
          No espaço!)
E o sol, a lua, as estrelas
E o mar, e as claras fontes
Disseram, estupefatos:
—Oh! que feio pecado,
Que pecado tão feio o de Isa!

Mas, nem como o mar e as fontes,
E o sol, e a lua, e as estrelas,
          Isa, de todas a mais linda,
          Se arrependeu ainda!

 

 

Página publicada em fevereiro de 2016


 

 

 
 
 
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