INACIO DE BARROS ACIOLI
(1848-1878)
(Maceió - AL 11/12/1848 - Recife - PE 31/05/1878). Poeta, dramaturgo, jornalista. Filho de José de Barros Acioli de Vasconcelos e Ana Carlota de Albuquerque e Melo. Antes mesmo dos 20 anos, vítima do mal que lhe ancilosou os dedos da mão, socorria-se, por vezes, de alguém para escrever-lhe os versos que improvisava. Este mal o impediu de concluir os estudos preparatórios em Maceió e Recife, para onde tinha ido como protegido de um tio, o padre Antônio de Melo Albuquerque, abandonando-os com 15 anos de idade, pois teve paralisia da perna direita e outros sofrimentos que o impediam de frequentar as aulas. Regressa à terra natal, sob a proteção do presidente da província, que o ouvira recitar, em um festa de caridade na Santa Casa de Misericórdia, e que o nomeia para essa instituição.- Faleceu vitima de "elefantíase dos gregos". Sócio do IAGA e patrono da cadeira 30 da AAL.
Obras: Ilusões Perdidas, Maceió: 1868 (poesia - trovas lamentosas) A Harpa do Desespero, Maceió: (poesia) Glórias e Desventuras ou O Rimador Alagoano, 1870 ou 1871 (cena dramática). Teria ainda publicado Esperanças Mortas, Maceió: 1873 ou 1875 (poesia). Fonte: ww.abcdasalagoas.com.br
DESALENTOS
Meu Deus! Meu Deus! eu morro ... Compaixão!
Eu não quero morrer.
Dá-me a vida, Senhor, que já me foge,
Os gozos do amor !
E, depois, pouco importa venha a morte
Ao pobre trovador.
Dá-me um dia, meu Deus, sequer, na vida,
Que eu seja venturoso;
Que eu sinta junto ao meu casto peito
Um êxtase amoroso.
Como o lírio precisa d'uma sombra
P'ra o viço não perder,
Eu preciso também d'um amor puro
Para poder viver.
Faz, Senhor, que a donzela por quem vivo
Me ame com fervor.
Que me dê de seus lábios um sorriso
Coberto de rubor.
Página publicada em outubro de 2015
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