FRANCISCO CANDEIRA
Sabemos, apenas, que o poeta é alagoano e publicou em 1883 um livro de versos intitulado «Primeiros Cantos», editado na Tipografia de Amintas Mendonça, em Maceió. Êsse volume se acha no Instituto Histórico de Alagoas; todavia foram inúteis as pesquisas que ali fizemos, como em tôda a imprensa alagoana, para identificar melhor o poeta e dar mais amplitude e clareza à sua biografia.
AVELAR, Romeu de. Coletânea de poetas alagoanos. Rio de Janeiro: Edições Minerva, 1959. 286 p. ilus. 15,5x23 cm. Ex. bibl. Antonio Miranda
MARIA
Ontem, no baile.
Contente voavas,
Na valsa giravas
Tão meiga a sorrir.
Teus olhos fagueiros,
Teus loiros cabelos
Voavam, tão belos!
Contigo, a fugir.
Minh’alma ficava,
Maria, contente
Por ver-te louquinha
Risonha a dançar.
Teus olhos volvias
Tão meigos, tão belos!
Qual finos cabelos
Com o vento a folgar.
Teu lindo pèzinho
Mimoso, descalço
Volvias ligeira
Na valsa, oh! Maria,
Teu peito pulsava
Arfando no colo,
No prazer imenso
Eu tudo sentia.
Eu quero, donzela,
Ver-te dançando
Nas salas floridas
— Nos vastos salões.
E unir a meu peito
Teu seio mimoso
E ouvir palpitarem
Os dois corações.
Adeus, oh! Maria,
Donzela mimosa,
Pombinha vaidosa,
— Meu doce sonhar.
Eu quero, sorrindo,
Na valsa fugindo
Contigo, deidade,
No baile dançar.
Página publicada em fevereiro de 2016
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