FILINTO ELISIO DA COSTA COTRIM
Filinto Elisio da Costa Cotrim [Pais] nasceu em 1827 em Maceió – AL. Muito popular em seu tempo, publicou “Flores Murechas”, de 1871, no entanto, foi recebio “com uma verdadeira rajada de ridicularias e doestos”, na imprensa da época, outros acusando-o até de plágio...
A MANHÃ
Como é belo este vasto horizonte!
Como a terra se sustenta gentil!
Como é bela a montanha azulada
Namorando a corrente de anil.
Como é belo este campo esmaltado
De florinha e fresco verdor!
Como é bela esta aurora que surge
Acordando na selva o cantor!
Triste o mocho sinistro já foge,
Deslumbrado com o brilho da luz;
Surge a vida e as sombras se extinguem,
Mil encantos renascem a flux.
Já não brilham no espaço infinito
Mil estrelas de meigo palor;
Da rainha formosa da noite
Resta apenas um débil fulgor.
Preguiçosas no úmido leito.
Onde as brisas as vão acordar,
Vão as ondas a custo impelidas
Sobre as rochas gemendo expirar.
Os cabeços das altas montanhas
Pouco a pouco eu já vejo luzir:
Vejo as límpidas águas da fonte,
Cristalinos espelhos fingir.
Mas lá surge o monarca dos astros;
Ninguém pode o seu brilho fitar;
Com as galas do rico oriente
Vem o pranto da aurora enxugar.
Salve! oh! astro brilhante do dia!
Maravilha de um Deus Criador!
Salve! imenso farol do Universo!
Salve! imagem fiel do Senhor!
A UNS OLHOS
Vi uns olhos de donzela
E que lindos que eles eram !
Quisera não os ter visto,
Pois tanto mal me fizeram.
Eram tão lindos, tão belos !
Eram mesmo de encantar;
Brilhavam como as estrelas
Estão no céu a brilhar ...
Mas hoje devo esquecê-los;
Foram falsos e traidores,
Nunca os devera ter visto,
Que me mataram de amores...
Página publicada em outubro de 2015
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