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FAUSTO DE BARROS

1864-1897

 

De uma família privilegiada de poetas — e que magníficos poetas! — pois era primo de Corrêa de Oliveira, o fino burilador de «Miss Mabel», e do grande poeta-soldado Tito de Barros — Fausto de Barros, o tronco mais velho da árvore sonora dos Barros Bezerra, como que enriquecera a seiva sa¬grada que se infiltraria mais tarde nos seus novos ramos.

Contemporâneo de Ciridião Durval, Guimarães Passos, Alcina Leite, Sabino Romariz e Aristeu de Andrade — Fausto foi, entre êles, também uma estrêla de real grandeza.

O poeta, se não foi menino prodígio, iniciou, contudo, seus estudos primários antes da idade escolar. Admmistrara-lhe os primeiros rudimentos do saber o velho professor Francisco Domingos da Silva, diretor do «Colégio Bom Jesus», em Maceió. Terminando os preparatórios no Recife, aos vinte anos ingressava na Faculdade de Direito, colando gráu em 15 de novembro de 1889.

Como todo bacharel novo, enamorado da profissão, procurara iniciar car¬reira sem perda de tempo. Não abandonando a lira — pois continuava  cantar seus amores, seus sonhos ardentes de moço e seus poéticos sofrimentos — estreiava como promotor em Taquarentinga. Sua permanência aí, porém, fôra curta, sendo removido para Bom Conselho, onde se fixaria por quatro anos.

Mas o poeta tem asas e seu destino e voar. Fausto de Barros, apcnanuu-lhe a saudade da terra natal, tornara a Alagoas, indo servir como promotor nas duas comarcas (então reunidas) de União dos Palmares e de Muricí.

Novamente o bicho carpinteiro picara-o, e desta vez o transportaria pára bem longe: a Minas Gerais. Sob o bafejo de Floriano Peixoto, então na Presidência da República e amigo de seus pais, conseguira a sua nomeação de fiscal da Alfândega de Juiz de Fora. Estava assentado, porém, no livro misterioso do destino, que o poeta viria procurar a paz e os sete palmos de terra no seu torrão natal. Em 1894, tornando definitivamente a Alagoas, abrira banca de advogado em Maceió; mas após três anos de atividade profissional, uma febre de mau caráter o levava ao túmulo em 1897.

Fausto de Barros nasceu em Muricí, no «Engenho Remédio», aos 18 de dezembro de 1864, falecendo em 4 de abril de 1897, no «Engenho Santa Fé» (também em Muricí), propriedade do seu cunhado Manoel Pais dos Santos Melo.

Era filho de José Teodoro Bezerra de Melo e de dona Americana Au¬gusta de Barros Corrêa, avós paternos do poeta Tito de Barros.  ROMEU DE AVELAR

 

 

TEU OLHAR

Se êsse olhar que me cativa
Foi, p'fa mim somente feito,
Se a luz que me inflama o peito
E' minha, de mais ninguém:
P'ra que negar-me essa luz

Que me dera a Providência
Se é ela minha existência.
Se é ela o supremo bem?
Que importa que o mundo inveje
O dote que Deus me deu?
Êste dote é meu... é meu,
Ninguém me pode roubar!
Se alguém o roubasse, eu ia.
Pelas grandezas que encerra.
Aos confins da terra, à terra
Onde o pudesse encontrar!

Já vês, portanto, criança,
Como estimo o meu tesouro,
Como amo, como adoro
O que eu só devo amar!
Não sejas má, sê clemente,
Não me recuses, concede
Que sacie a ardente sêde:
Não me negues teu olhar.

Como eu temo, tu não sabes,
Se eu te disser tu não crês,
Mas em meus olhos bem lês
A sêde que me devora!
Que é preciso para amar-te?
Fugir do mundo e da sorte?
Contigo até mesmo a morte
Seria da vida a aurora!

Portanto, já vês, não temo
Os perigos mais temidos,
Afronto a dor, os gemidos
Afronto sem reparar;
Contra os embates da sorte,
 Do luminoso transporte
Do teu luminoso olhar...

Vamos, não negues, é tempo.
Bem vês que minh'alma sofre.
Abre, amor, o lindo cofre,
Abre, amor, os olhos teus...
Quero, de joelhos, ungido
Do mais sagrado respeito,
Iluminar o meu peito,
Com teus olhos que são meus!

 

Página publicada em janeiro de 2016


 

 

 
 
 
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