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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

ALVES MATA

Poeta e militar alagoano da (então) Força Policial Militar de Alagoas, em meados do século 20.

 

MATA, AlvesBrados. Maceió: 1942.  102 p. 15,5x22,5 cm. Apresentação de Vargas Lima e de José Negle.  “ Francisco Alves Mata “

(conservando a ortografia da época:)

 

DRAMA ÍNTIMO

 

Quizera ter preparo, ser astuto,

Para traçar com toda minudência

As cenas que se passam na conciência,

"Esse drama simpático, impoluto.

 

Minha alma, ás vezes, toma num minuto

Várias feições, de cuja incongruência

Sofre meu corpo a sua impertinência,

Sem, contudo, tornar-se irresolúto.

 

Acho-me sempre ao lado dos opressos,

Apraz-me a companhia dos singelos,

Detesto os grandes porque são perversos.

 

Creio em tudo e descreio até de mim. . .

Suponho os homens, simples cogumelos

E viverei, de certo, sempre assim.

 

 

FANTASIA

 

Não me empolga essa efémera passagem

Comum a tantos tipos imbecis.

Conheço bem o encanto da miragem,

Essa ilusão fatal que, no deserto,

Quando tudo é incerto,

Torna mais infeliz

Ao pobre viajor. . .

E mesmo eu tenho horror

 deusa saturnal — a fantasia —

Irmã gémea da negra hipocrisia.

Nasci para ser mais um camponês

Do que palaciano.

Porém, si houver justiça, posso crer

Ter recaído em mim, neste momento,

Em que se buscam homens criteriosos,

Trabalhadores, fieis, simples, pacatos,

Porém de fibra forte, intransigente,

Que. embora estejam diante do perigo,

Darão "um passo em frente".

Não me honra, pois, o cargo passageiro

De que me acho investido.

Orgulha-me essa escolha no momento

Cheio de agitação

Repleto de maldade. . .

Considero-a, portanto, um atestado

De minha idoneidade.

 

          Outubro 1931

 

 

EXCENTRICIDADE ESTÓLIDA

 

Meu fadário hiperbólico, esquipático,

Perentório, oprobrioso, proditor,

Paz-me ficar mazôrco, estulto, apático,

Por não ser do sicário aquiridor!

 

Alguém me assaca insulto, mas enfático

Ouço o paralogismo sem valor

De um proveio em cizânia e surumbático

Assisto ao sortilégio do traidor.

 

Muito salamaleque sem provento,

De cariz entremez, recebo insulso,

Cético, :à messe de um insulamento,

 

Para fazer, mazombo, apologética

Em estancias que escrevo sempre avulso

          Ao vezano enxovalho, em paz ascética.

 

                    25-03-1930

 

 

APRECIAÇÕES

 

I

 

Serei sempre um eterno revoltado

Contra os máos, contra os vis, contra os inúteis,

Esses que vivem sempre ao nosso lado,

Com ações bestiais, ideias fúteis.

 

Digam de mim toda maledicência,

Atribuam-me falsas qualidades,

Afrontem-me com toda a violência,

Façam-me alvo de todas as maldade»

 

E não me causarão nenhum tormento

As infâmias de tais acusações,

Porque, quem tem o meu procedimento

Não receia essas falsas alusões.

 

Acusarei constante aos malfeitores,

Exijo-lhes castigos adequados,

Pois, quem não pune esses contraventores

Tem os brios aos seus equiparados.. .

 

No meio onde o dever fica esquecido

E somente a desordem forte viça,

Quem quizer ser bastante perseguido

Procure apenas distribuir justiça.

 

                    Maio 1932

 

 

AVELAR, Romeu de.  Coletânea de poetas alagoanos.  Rio de Janeiro: Edições Minerva, 1959.  286 p.  ilus.  15,5x23 cm.  Exemplar encadernado.  Bibl. Antonio Miranda
 

       CONSUBSTANCIAÇÃO DE FÉ

      
Se estás cansado, ó viajante amigo,
       E não tens um amparo, um mero abrigo,
       Em que descanses dos tormentos teus,
       Fecha os olhos, medita e, num segundo,
       Encontrarás o abrigo mais profundo,
       Dentro de ti, pois lá estará Deus.

       Se te jogam pedradas quando passas,
       Se escarnecem de ti todas as massas,
       Fecha os ouvis, fechos os olhos teus...
       Lembra-te, pois, do Cristo no Calvário,
       Ergue dentro de ti o teu sacrário
       E nele encontrarás consolo — Deus.

       Não temas os carrascos sanguinários
       Nem te exaltes com esses perdulários
       Que desrespeitam os valores teus...
       Para ti, para eles há Juiz,
       E se Nele confias, és feliz,
       Pois viajante, esse Juiz é Deus.

       Mesmo assim se tu fores vitimado,
       Por abutres humanos devorado
       Na defesa dos sãos princípios teus...
       Imita o grande, o meigo Nazareno
       Que morreu por pregar a lei de Deus.
      

 

*

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Página publicada em junho de 2021

 

Página publicada em julho de 2014


 

 

 
 
 
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