CLODOMIR MONTEIRO
nasceu em Marilia, estado de São Paulo, Brasil, teólogo, advogado, antropólogo e professor universitário. Trabalhos em revistas, jornais e antologias no Brasil e exterior. Autor de Derroteiro de Rotinas, A Sinuca da Olaria, Costura Geral Sob Medida Prepara versão definitiva de Acredito. Presidente da Academia Acreana de Letras, prêmios literários, coordenador da página "O Contexto Cultural", integrante da Instauração Praxis.
O poema foi publicado em LITERATURA – Revista do Escritor Brasileiro, Ano XVI, Nov. 2006/ Abr. 2007, N. 33, editada pelo contista, poeta e crítico Nilton Maciel.
PAZLAVRA
Para Nilto Maciel
sim não usamos palavra
somos levados por ela
se sua lavra nos livra
só somos eco daquela
ao repetir só de ouvido
o já pensado bem antes
não criaremos de novo
o solto som de um poema
pá cava fala e enterra
o que tão cedo é depois
amarga amar lá na cova
pó do coveiro a descer
-ao dizer morta mordaça
idiota idioma da guerra
árabe-americano
jaz lá na tumba penumbra
forca na fala da força
muda irá que engolira
ara aduba tirano
palavra da paz retumba
São Sebastião do Caí, RS, Brasil
POESIA PRAXIS
AMORCEGAÇÃO
morcego
persegue
na noite
no norte
secreto
do som
soma
sequência
no cimo
do sonho
sirene
sonora
namora
morando
na ponta
da porta
sonando
a amada
insensato
insiste
no ato
no fato
do amor
cegando
realidade
rebrilha
na aurora
do dia
nega
paixão
morcego
espera
na volta
da noite
o amor
chegar
insensato
persiste
no ato
no fato
do amor
cegando
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