Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

VIRGILIO DE LEMOS

VIRGILIO DE LEMOS

Nasceu na Ilha do Ibo em Moçambique em 1929. Cresceu e estudou entre Lourenço Marques e Joanesburgo. É uma das figuras fundamentais da poesia moçambicana, ao lado de Rui Knopfli e José Craveirinha. Fundador da revista de poesia Msaho em 1952, que simboliza a ruptura com a literatura colonial. No seu primeiro número figuram Noémia de Sousa, Reinaldo Ferreira e Alberto Lacerda. A sua obra conta poemas, contos e crónicas, e um estudo sobre o "barroco estético" na literatura de Moçambique. Ele teve uma parte activa na vida política e na resistência ao regime colonial entre 1958 e 1963, altura em que opta pelo exílio em França. O seu livro de poesia, Para fazer um mar, editado pelo Instituto Camões foi lançado a 31 de Maio 2001 na Feira do Livro de Lisboa, com prefácio de Luís Carlos Patraquim.

Obras do autor: Poemas do tempo presente (1960); Objet à trouver (1988); L´obscene pensée d´Alice (1990).

 

A Ilha e e o Segredo

 

Visão

colada à bruma

no infinito ponho

do rosto do eterno

a transparência Persa negro e branco

cabaias e cofiós

de seda e linho,

em pontilhado, aurora

minha utopia que sangra.

 

Nos mármores róseos

da fortaleza

tua consciência, livre

recria o nada.

 

(1952)

 

 

m’siros na menstruação

dos ventos

no desafiar das pedras

e corais,

nos desventrados barcos

és nova equação

índica, swahili,

das bocas de fome

e afiados punhais

de prata.

 

 

 

De
NEGRA AZUL:
Retratos antigos de Lourenço Marques
de um poeta barroco, 1944-1963

Lourenço Marques: Instituto Camões, 1999

 

         Viagem pela rua dos casinos

 

                    (ao Fernando Ferreira / ao Reinaldo F.)

 

 

                   1.         

 

A velha rua dos casinos ri-se

                   velha cigana, tempo

que vai a rua para dar

um ar da sua graça:

na noite, guerras de sedução,

passeiam-se velhas e jovens

putas, marinheiros, músicos,

mangas de alpaca.

Corpos que se exibem, sexos

que ejaculam,

do solitário deserto

ao imprevisível

vulcão.

 

                   L. M., 1952

 

2.

 

E nesta babilónia de gozos

frágeis luzes e amores

Insulada e cúmplice,

a noite avança pela madrugada

e o cacimbo sustém

a ironia leve das sensações

e sonhos.

O sexo, meu Amor, escreve-se

sem cadastro, almirantes

e marinheiros, Detinhas e Júlias

de garras e dedos de suruma

suspensos entre tua savana

de indecifráveis línguas

e meu ideado fogo.

 

 

3.                     

 

Pelas tuas costas, colinas,

tuas ancas, latejam

leitosas, as asas do abandono,

cessa a vida, morre o canto

e a noite é

a cintilação dos murmúrios

a musicada vertigem

do silêncio.

 

                               L.M., 1952

 

 

Página publicada em setembro de 2009

 

 


Voltar para o topo da página Voltar para a página de Moçambique

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar