Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANTONIO BATICÃ FERREIRA

António Baticã Ferreira nasceu em Canchungo (Guiné-Bissau) em 1939.  Fez os estudos liceais em Paris e licenciou-se em Medicina na Universidade de Lausana- Suíça.  

 

A FONTE

 

I

 

Eis-me perto da Fonte, muito perto.

Vejo brotar a água,

Uma água clara e límpida,

Boa, amável!

 

Eis a Fonte:

Fica perto de Badiopor.

Junto dela nasci:

Eis a Fonte da minha infância.

 

Sim, eu amo essa Fonte,

Admiro-a,

Brinco,

Eu e meus irmãos, à sua beira.

 

Fica, fica perto de Badiopor,

Desse lugar quase sagrado,

Desse lugar ensombrado;

Badiopor, fonte de nossas almas.

 

A sua água nos atrai,

E acarinha-nos.

Vemo-la noite e dia;

 

E a Fonte que está mais perto.

 

Olha: a água a brotar da nascente,

Como de fonte,

Como um regato!

 

(Sim, parece-se mais com um regato.)

 

 

II

 

Mais pequena ainda que a Fonte,

É a nascente onde tudo vem beber.

A nascente, nossos pais, amamo-la.

Nossa.

 

A nascente é fonte das árvores e das folhas.

Olhamos a nascente, o ribeiro,

Manancial de nossos pais.

 

É verdade:

 

Esta Fonte é mui antiga,

 

Nascente da Tradição,

Fonte da Historia; eis

O manancial do Reino,

Tão perto de Badiopor!

 

Bem me lembro:

Ha muito que ela se conserva no mesmo lugar,

Manando água cristalina.

Eis, eis a Fonte do Reino.

 

Ela protege-nos,

Ela é a alma das crianças;

Fonte do Reino, força nossa,

Ela é a nossa protectora.

 

As chaves do Reino onde estão?

 

Nessa Fonte,

Onde meus irmãos e eu vemos às vezes monstros

E trememos então de medo,

Ou choramos.

 

(Nós, filhos do Reino,

Nos, príncipes desse seu Reino.)

 

 

III

 

É verdade, como príncipes,

De tudo cantamos,

 

Nos, príncipes de Baboque

Bem amados,

Pelo sangue

Oriundos daquele Rei,

 

Daquele que é Rei dos Reis;

Nos que vimos do seu Reino,

De todos o mais poderoso e vasto,

Como o Reino de Baçarel.

 

(E Baçarel é um grande Reino,

Onde príncipes vêm a luz;

Baçarel, terra bem nobre,

Seu lugar de nascimento.)

 

 

 

O MAR

 

Olhai: o Mar tem influência singular

Sobre mim. Os animais aquáticos são tantos

Valia a pena persegui-los no mar alto;

 

Valia a pena vê-los saltar através das ondas.

 

O Mar, esse mundo que os homens não habitam,

É imenso, tão belo e tão perfeito!

O Mar tem influência singular

Sobre mim. Eu bem queria ir ver as ondas;

 

Valia a pena olhá-las a correr

Loucamente; valia a pena

Ver qual delas primeiro entrava na baía.

 

Ah!, o Mar vasto, no entanto, aqui nos fala

Sim, fala-nos interiormente,

E nos compreendemos a sua língua:

E uma língua que se entende.

 

(Ah!, que impressão nos faz o Mar!)

 

 

 

INFÂNCIA

 

Eu corria através dos bosques e das florestas

Eu corno o ruído vibrante de um bosque desvendado,

Eu via belos pássaros voando pelos campos

E parecia ser levado por seus cantos.

 

Subitamente, desviei os meus olhos

Para o alto mar e para os grandes celeiros

Cheios da colheita dos bravos camponeses

Que, terminando o dia, regressavam à noite entoando

 

Canções tradicionais das selvas africanas

Que lhes lembravam os ódios ardentes

Dos velhos. Subitamente, uma corça gritou

Fugindo na frente dos leões esfomeados.

 

Aos saltos, os leões perseguiram a corça

Derrubando as lianas e afugentando os pássaros.

A desgraçada atingiu a planície

E os dois reis breve a alcançaram

 

 

Página publicada em outubro de 2009

 

 


Voltar para o topo da página Voltar para a página de Guiné-Bissau

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar