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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

Vadinho Velhinho


 

VALDEMAR VALENTINO VELHINHO - Valentinous nasceu em Calheta de São Miguel, interior de Santiago Nascido (Cabo Verde), em 29 de maio de 1961. Começou a escrever quando freqüentava o Seminário São José, na Praia. Colaborador de revistas e jornais. Dono de uma poesia noturna, onde a solidão, a morde, o abandono, a loucura, Deus e a conseqüente expulsão do paraíso são temas recorrentes. Admirador dos poetas Fernando Pessoa, Luís de Camões, Augusto Anjos e Eugénio Tavares, ele anuncia o lançamento de Noites ao Cair da Noite — mais um título de poesia. Bibliografia: Relâmpagos em Terra (1995), Adeus Loucura, Adeus (1997), No Ponto de Rebuçados (2001) e O Túmulo da Fénix (2003), e Tenho o Infinito Trancado em Casa (2008).


 

E SÓ NESSE DIA OUTRO BORGES NÃO SERÁS

 

Nos teus deslumbrados olhos um tigre inteiramente doirado

E um outro inteiramente preto disputam os anjos

 

De Blake. Frios, esperam os espelhos que acordes

Para que te nomeiem. Já não sabe o labirinto

 

Nem o sul e as pampas ou o degolado templo

De Dagon o sabem — do antigo e secreto caminho

 

Que a teus olhos de volta conduz. A mão dita-te

O epitáfio e lê-te a rosa o esquecimento qu’inda luz.

 

O caixão, que por Genebra ninguém viu passar, cru

Levam-no Muraña e, reconciliados, os irmãos Iberra.

 

Um dia, quando do teu sono acordares, Georgie,

Banhada em êxtase e tango, terás defronte a ti, sob a Lua,

 

Um infame, um vil, a limpar-te na glande o resto do sêmen

Com uma navalha que a mais nenhuma mão obedecerá.

 

 

MÁSCARAS

 

De que fingimos

Não se dão conta

As Máscaras

 

Para coisas maiores

Foram feitas

 

UM POETA FALANDO A NIETZCHE

 

Deus morreu,

Nietzsche,

Mas no teu interior,

Dentro de ti,

Está mais vivo do que nunca.

Mil vezes mais vivo.

 

Disso eu sei porque

De vocês os dois

Sou eu a sepultura.

 

 

 

Página preparada por Sebastião Sousa, em agosto de 2008. 

 

 

 

 

[ Valentinous:  ---  Valdemar Valentino Velhinho Rodrigues ]

 

 

 

        QUIS APENAS

 

       Nunca quis, à noite
Fazer dos nossos corpos um só.

Quis apenas fazer das estrelas,
Inúmeras, a nós confiadas, uma só.

E de tal modo que não houvesse céu!

 

 

 

 

LIBERDADE

 

Por que teremos de soltar

O último sopro?

Por que não tem o último sopro

Liberdade bastante de se soltar?

 

 

 

       ANGELUS

        Para Cláudia Fragoso Monteiro, na Maceió do Brasil


Mamãe, por que caem
Do céu estas estrelas?
Mamãe, são tantas estrelas!

Filhinho.
       Não são estrelas
Que estão caindo, são anjos!

Mas mamãe,
Por que caem do céu?
Mamãe, são tantos os anjos!

Olha, mamãe,
Por que caem do céu?
Mamãe, são tantos os anjos!

Olha, mamãe,
São tantos, um, dois, três,
Mamãe, não sei contar até dez.

Filhinho,
Não são os anjos que estão caindo,
Não filhinho. És tu que está no céu.

Agora deixam-me partir para a terra,
Deixa-me, a minha viagem acabou,
Ai filhinho, a minha viagem acabou.


Página ampliada em fevereiro de 2020

 

 

 




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