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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

 

TRAJANNO NANKHOVA TRAJANNO

 

Jordão Augusto Trajanno nasceu em Luanda aos 12 de Dezembro de 1958. Obras Publicadas: «A Morte do Pão» (1993), «Fronteira da Lágrima» (1995), «De que Lado Está Deus», Menção Honrosa do Prémio Sagrada Esperança, «Terra Nova» (2000), «Pedestal de Argila» (2001), «Melodia da Agua», Prémio do Concurso MPLA Dr. Agostinho Neto (2003) e «Caminhos da Mente» (2004).

 

TODOS OS SONHOS - Antologia da Poesia Moderna Angolana. Org. Adriano Botelho de Vasconcelos. Luanda: União dos Escritores Angolanos, 2005.

 

1ª. Balada para devaneio das sementes

 

tudo que há para além das mãos são factos
talvez infância
talvez lembrança

enumerar algas enumerar ancas enumerar pragas

 

é inútil não reconhecer o grito dos olhos
tudo que há para além das mãos são factos
onde se esconde o repicar dos sinos dúbios sinos
todos os sinos levam-nos a mesma ideia
manto de prece sobre nobre cidade
arquitectura de carne tempo templo e voz
insígnia e vinha
demência sacra e vinha
rito dissonância e vinha

ante o mel de chuva na pele da uva que já é celeste

 

tudo que há para além dos beijos são inúteis segredos

memórias descodificadas no útero das águas

mágoas inocentes nos passos das aves

insígnia e vinha

demência sacra e vinha

túneis nubentes anéis de cera e vinha

 

tudo que há para além das estrelas da mão dela
são pomos que amamentam o prana da alma da terra!
memórias descodificadas no útero das águas

 


mágoas inocentes nos passos das aves
insígnias e vinha

túneis nubentes anéis de cera e vinha

tudo que há para além das estrelas da mão dela

são pomos que amamentam o prana da alma da terra!

 

 

 

2.a Canção fisiológica do tempo

 

dúlcido!...

nunca o dia esteve tão lúcido pela harmonia da cigarra
em meus pés

no convés desta tarde qualquer onde arde a alma

e a palma da mão de nocturna forma disforme

apascenta a rede na parede e no chão

de velho sonho de pão e espora

fora do ventre do tempo dentro da fragilidade da

vida

nunca o dia esteve tão lúcido

ante ilustre espantalho na insónia do espelho

côncavo espelho túmido de farelo amarelo

 

e a mão dela grudada ao juízo e ao martelo

a mão dela à entrada do milénio

se reconhece cansada desnuda calçada de luvas

 

nunca o dia esteve tão lúcido entre a mão e o
horizonte

oh alegre céu alegre infância alegre morte!

 

 

 

Mitos & epopeias

 

recuso-me acariciar o umbigo húmido do jazigo

com a rima da mesma lágRIMA ridente

ao longo dos olhos da demência

consciência esCAmoTEADA em vénus

pela ausência de vénus

as sombras deste lugar dédalo

derramam sOmBRAS sobre as árvores

todo dia

os jORnAIS mancham os jornais e as mãos
do dia todo dia

as insígnias jorram canções em pés escolhos
pela manhã hodierna mente

         —       recuso a mente

a mente da cédula e a cédula da mente

a mente do pão e o pão da mente

a dançar sobre o umbigo húmido do jazigo húmido

 —     recuso a mente

entre mim e o sémen resta-me a poesia

que inebria de ebriez a heresia dos mitos e epopeias

rasgando o véu infantil dos sonhos!

 

 

 

Ventre lúcido de luz

 

Procuro motivos para sorrir

nos lábios cerrados chegam rostos como ter

desejo e desejar bailar

sobre a palavra cristalizada no

Cálice dos dias

 

desfilam colmeias de chamas entre o esboço
e o poço

na palavra de mãos atadas

ao mamilo adolescente no crepúsculo do sonho

 

Em busca de ventre lúcido de luz eterna
como convém às abelhas lucidamente amarelas
nadar em rios de argila feminina

 

Pela libertação dos corpos e as frutas

 

Pela hibernação dos sonhos rejeitados e as frutas
entre lábios cerrados reflectindo em mim
um jardim de mulheres grávidas

e uma criança procurando motivos para sorrir.

 

 

 

Realidade exótica da idade da âncora

 

nuvens secas anunciam chuvas de um tempo errante

se cai no ventre do dia alguma folha seca em busca de mel

 

brada na palma da mão o gemido da alma
se não chove brada o gemido da terra se chove
insígnias

na idade máscula da âncora imersa
no peito sem leite numa paisagem de leite sem peito
medra recente e regente semblante prudente de aurora virtual plantado num chão de coroa ainda exilada

 

em ruas asfaltadas pela demência exótica da saudade
na marcha da âncora presente e exótica
ausente e exótica

inexistente e exótica presa a cauda de um cometa amortalhado

 

 

Página publicada em agosto de 2017


 

 

 
 
 
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