Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

NDALU DE ALMEIDA ( ONDJAKI )

 

 

Poeta, artista plástico y  actor. Nació en Luanda, Angola em 1977. Cursa acutalmente en Portugal. Licenciatura en Sociología.

 

Los poemas que siguen han sido extraidos de la obra TRAÇÃO A 4 POEMAS E UMA CORDA; TRACCIÓN A 4 POEMAS Y UNA CUERDA.  Brasília: Edições Pilar; Montevideo: Bianchi Editores, 2002.  79 p. Incluye poemas de Roberto Bianchi (Uruguay), Ángela Ibañez (España),  Onjaki (Angola) y Nina reis (Brasil).

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS  /  TEXTOS EN ESPAÑOL

 

 

ESPERAR O VENTO...

 

II

cresce a manhã...

essa aquarela bruta

que cobra ao mundo os seus

nocturnos frios.

cresço de manhã...

a minha ramela emana

nua

o cobre do mundo

os seus amarelos tons.

de manhã

Deus distribui certeiramente

os seus castigos.

odores

cores

amores...

(...)

Deus:

também eu desejo

esse castigo azul...

 

 

III

não sei dizer este azul que encaminha

os céus...

sei respirá-lo intenso

na vibração densa, descompassada

dos olhos que se entornam nele...

não sei morrer noutra cor.

antes esta tonalidade

assim-breve

assim-escorregadia

desintegrando a noite

reinventando o dia.

e eu...

eu não sei escrever este azul

que dá luz á manhã...

 

 

IV

há no silêncio do ar

uma paz autorizada...

um murmúrio lírico

no renascimento

de cada momento.

o pássaro brinca entre uma nota de assobio

e um sopro de vento.

a borboleta adormece — encantada.

(...)

para haver paz

há que caminhar silêncios.

 

 

V

quero o aconchego

da sombra.

da árvore.

a sua frescura

a sua candura.

quero o seu caule

sólido

a maciez da sua seiva

a dureza da sua raiz.

quero a paz das suas folhas

deitadas

deleitadas

adormecendo — na paz do tempo.

 

 

VI

no cântico longínquo das nuvens

cresce uma andorinha branca.

deforma-se

o mundo

para uma nova densidade.

sorri

a primeira gota de chuva.

este cântico das nuvens é

um bramido suave

que adormece os olhos

os olhares

dos bichos.

a andorinha cessa o seu voar.

a nuvem cessa o seu cantar.

a gota de chuva

densa

despede-se do mundo...

e voa!

 

 

VII

só na ilusão da asa

o ser se sonha.

seu degredo. sua afluência.

quantas vezes

sem consciência.

só no silêncio da asa

o ser se sonha.

pouco enredo. pouca ciência.

raras vezes

em abstinência.

só na solidão da asa

o ser se silencia.

 

 

XII – vento

 

és a casa dos pássaros.

és o não-chão. nem tremor nem homens nem calor. és o

aéreo que encandeia as nuvens e, num passo gêmeo, as

conduz.

és sedução genuína nessa textura que usas no mar. os

pássaros te freqüentam erráticos porque também és o

eco da poesia — a estranha densidade de nada pisar.,

 

o não silencioso.

o silencioso.

 

és o deserto que chove sobre o mundo 

 

 

De
ONDJAKI
HÁ PRENDISAJENS COM O XÃO
(o segredo húmido da lesma & outras descoisas)

Rio de Janeiro: Pallas, 2011.  70 p.
ISBN  978-85-347-0464-9

 

INSCRIÇÃO

 

 

o inchaço do coração

facilita o despalavrear.

a liberdade pode advir

de uma veia.

com sangue também

se reescreve a vida.

o suicidado foi um apressado

para desconhecimentos.

a morte

ela é que espera por nós.

na vida pedincho

reindagação de cheirares:

em continuado aquestionamento.

a despalavreação

pode acrescer de uma vida.

 

 

 

QUANDO EU FUI CHÃO

PARA LÁGRIMATERRIZAGEM

 

de tanta, risada

a hiena ganhou vício

de lacrimealeijar.

porque um dia

exercitei-me de raiz,

compus-me de lamas.

a hiena passante,

desconhecendo.

e, quando parante, irrisonha.

(mas: para testemunhá-la

há que ser existido anedoticamente.)

enraizado para espreitações

— sub-hienado —

vitimizei-me de suas goticulares esferas,

íris desfalecendo humidades.

na provação, soube-me:

de tanto risar tanto

a hiena lacrimealeija é sementes.

sementes para flores salinas.

 

 

 

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL

Traducción de Nina Reis

 

 

II

crece la mañana

esa acuarela bruta

que cobra al mundo

sus nocturnos frios.

crezco de mañana

mis lagañas emanan

desnudas

cobre del mundo

su amarilla tonalidad.

de mañana

dios distribuye certeramente

sus castigos.

olores

colores

amores.

(...)

Dios:

yo también deseo

ese castigo azul...

 

 

III

no sé decir este azul que encamina

los cielos...

sé intensamente respirarlo

em vibración densa, desacompasada

de los ojos que le entornan...

no sé morir em otro color.

antes esta tonalidad

así-breve

así-escurridiza

desintegrando la noche

reinventando el dia.

y yo...

yo no se escribir este azul

que da la a la manãna...

 

 

IV

hay en el silencio del aire

una paz autorizada…

un murmullo lírico

en el renacimiento

de cada instante.

el pájaro juguetea entre una nota del silbido

y un soplo de viento.

la mariposa adormece — encantada.

(...)

para tener paz

hay que caminar silêncios.

 

 

 

V

quiero la ternura

de la sombra.

del árbol.

su frescor

su candor.

quiero su tronco

sólido

la suavidad de su savia

la dureza de su raiz.

quiero la paz de sus hojas

acostadas

deleitadas

adormeciéndose — en la paz del tiempo.

 

 

VI

en el cántico distante de las nubes

crece una golondrina blanca.

se deforma

el mundo

para una nueva densidad.

sonríe

la primera gota de lluvia.

este cántico de las nubes es

un bramido suave

que adormece los ojos

las miradas

de los bichos.

la golondrina cesa su vuelo.

la nube cesa su cantar.

la gota de lluvia

densa

se despide del mundo...

!y vuela!

 

 

VII

sólo en la ilusión

el ser se sueña.

su degradación. su afluencia.

cuantas veces

sin consciencia.

sólo en el silencio del ala

el ser se sueña.

poco enredo. poça ciência.

raras veces

en abstinência.

sólo en la soledad del ala

el ser se silencia.

 

 

XII – viento

 

eres la casa de los pájaros.

eres el no-suelo. Ni temblor ni hombres de calor. eres el aéreo

que encadena las nubes y, en un paso gemelo, las

conduces.

eres seducción legítima en esta textura que usas en el mar.

los pájaros te frecuentan erráticos porque también eres el

eco de la poesia — la extraña densidad de nada pisar.

 

el no silencioso.

el silencioso...

 

eres el desierto que llueve sobre el mundo.

 



A POESIA É PARA COMER: iguarias para corpo e para o espíritoSeleção de poemas Ana Vidal; coordenação editorial Renata Lima.  São Paulo: Rabel, 2011.  252 p.     23,5x31,5 cm.  Capa dura.  Impresso em papel couchê matte 170 g/m2.
                                                     Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

Intimidar o poema a ser raiz

era um poema lateral aos sentidos.
ganhava formato ébrio
ao nem ser escrito.
longe dos pensamentos
imitava uma pedra
[aí as palavras drummondeavam].
longe das lógicas
— com tendênca vagabunda —
o poema driblava lados avessos
das noites
e animais
[aqui as sílabas manoelizam, barrentas].
mas uma estrela nunca brilha
tão solitária:
encarece-se também de luandinar.
miar à couto,
esvair-se para guimarães...
era um poema carente de afectar-se
a ramos gracilianos.
assim alcançava
o estatuto
de raiz.
cheira, emitia brilhos tímidos
— fosse um pirilampo.


*

 


VEJA E LEIA outros poetas de ANGOLA  em nosso PORTAL:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_africana/angola/angola_index.html


Página ampliada e republicada em setembro de 2022

 

 



Voltar para o topo da página Voltar para a página de Angola

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar