MARIO PINTO DE ANDRADE 
                    (1928-1990) 
                      
                    Nasceu em Ngolungo Alto  (Angola). - 1929/1947: Estudos primário e secundário em Angola. - 1948: Viaja  para Portugal; matricula-se no curso de Filologia Clássica da Faculdade de  Letras de Lisboa. - 1949/52: Juntamente com Amílcar Cabral, Agostinho Neto,  Francisco José Tenreiro e Alda Espírito Santo, na Casa dos Estudantes do  Império, no Clube Marítimo e no Centro de Estudos Africanos promove atividades  culturais visando a redescoberta de África. - 1953: Com Francisco José Tenreiro  organiza o Caderno de Poesia Negra de  Expressão Portuguesa. - 1954: 
                      
                    Vai viver em Paris. - 1955: Redactor da revista Présence  Africaine, é também o responsável pela organização do I Congresso de Escritores  e Artistas Negros; acabará por se formar em Sociologia, na Sorbonne. - 1960:  Com a prisão de Agostinho Neto pela PIDE, Mário assume a presidência do recém  fundado MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA (MPLA); Mário como presidente  e Viriato da Cruz como secretário-geral transferem a direcção do MPLA de Luanda  para Conakry. - 1961: Após a independência do Congo Belga, Mário e Viriato  transferem a direcção do MPLA para Leopoldville. - 1962: Mário entrega a  presidência do MPLA a Agostinho Neto, que acabara de fugir de Portugal. -  1965/67: Mário coordena a Conferência das Organizações Nacionalistas das  Colónias Portuguesas (CONCP). - 1973: É mandatado pelo Comitê de Coordenação  Político-Militar do MPLA, para organizar os textos políticos de Amílcar Cabral.  - 1974: Mário, com o seu irmão Joaquim funda a “Revolta Activa”, corrente que  se opõe à liderança de Agostinho Neto no MPLA, exigindo a democratização do  regime; os dois irmãos Pinto de Andrade e outros militantes são muito  perseguidos e têm que abandonar Angola. - 1976/8:  
                      
                    Após a independência de Angola, Mário exila-se na  Guiné-Bissau e ocupa o cargo de coordenador-geral do Conselho Nacional de  Cultura. - 1978/80: Mário é o Ministro da Informação e Cultura da Guiné-Bissau.  - 1980: Golpe de “Nino” Vieira na Guiné; Mário desloca-se para Cabo Verde. -  Anos 80: Mário colabora na “História Geral da África” - 1990: A 26 de Agosto Mário falece em Londres. 
                      
                    Fonte:  http://www.vidaslusofonas.pt/mario_pinto_andrade.htm 
                      
                      
                    TEXTOS EM  PORTUGUÊS  /  TEXTOS EN ESPAÑOL 
                      
                      
                    CANÇÃO DE  SALABU 
                      
                    Nosso filho caçula 
                    Mandaram-no pra S. Tomé  
                    Não tinha documentos 
                    Aiué!  
                      
                    Nosso filho chorou 
                    Mamã enlouqueceu 
                    Aiué!  
                      
                    Mandaram-no pra S. Tomé  
                    Nosso filho partiu 
                    Partiu no porão deles  
                    Aiué!  
                      
                    Mandaram-no pra S. Tomé  
                    Cortaram-lhe os cabelos  
                    Não puderam amarrá-lo  
                    Aiué!  
                      
                    Mandaram-no pra S. Tomé  
                    Nosso filho está a pensar 
                    Na sua terra, na sua casa  
                    Mandaram-no trabalhar 
                    Estão a mirá-lo, a mirá-lo  
                    —Mamã, ele há-de voltar 
                    Ah! A nossa sorte há-de virar  
                    Aiué!  
                      
                    Mandaram-no pra S. Tomé  
                    Nosso filho não voltou 
                    A morte levou-o  
                    Aiué!  
                    
                      
                      
                    TEXTOS EN ESPAÑOL  
                      
                      
                    CANCIÓN DE SALABÚ 
                      
                    A nuestro hijo primogénito  
                    Lo mandaron para S. Tomé. 
                    No tenía documentos. 
                    Aiué! 
                      
                    Nuestro hijo lloró. 
                    Mamá enloqueció. 
                    ¡Aiué! 
                      
                    Lo mandaron para S. Tomé. 
                    Nuestro hijo partió. 
                    Paritó en el barco de ellos. 
                    ¡Aiué! 
                      
                    Lo mandaron para S. Tomé. 
                    Le cortaron los cabellos. 
                    No pudieron amarrarlo. 
                             ¡Aiuyé! 
                      
                    Lo mandaraon para S. Tomé. 
                    Nuestro hijo está pensando 
                    En su tierra, en su casa. 
                    Lo mandan trabajar. 
                    Están vigilándolo,  vigilándolo. 
                    Mamá, él ha de regresara. 
                    ¡Ah!, nuestra suerte ha de  cambiar. 
                             ¡Aiué! 
                      
                    Lo mandaron para S. Tomé. 
                    Nuestro hijo no volvió. 
                    La muerte se lo llevó. 
                    !Aiué! 
                      
                    Lo mandaron para S. Tomé. 
                      
                      
                    Extraído de POETAS AFRICANOS  CONTEMPORÁNEOS, org. Fayada Jamis, Virgilio Piñera, Armando Álvarez Bravo,  Manuel Cabrera y David Fernándes. (Traductores). Madrid: Biblioteca Jucar, 1975. 
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