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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto e biografia: http://www.kapulana.com.br/

 

 

 

MARIA CELESTINA FERNANDES

 

 

MARIA CELESTINA FERNANDES nasceu no Lubango, província da Huíla, para onde seu pai, funcionário público, havia sido transferido. Ainda muito jovem foi para Luanda, e nesta cidade cresceu e fez toda a sua formação. É Assistente Social e licenciada em Direito. Dentre as várias funções que exerceu, destaca-se o serviço prestado no Banco Nacional de Angola, onde chefiou o departamento social e posteriormente passou para a área jurídica, aposentando-se na categoria de subdiretora. Iniciou a carreira literária no início da década de oitenta.

É autora de uma vasta obra, com destaque para a literatura infanto-juvenil. Tem obras   premiadas e algumas traduzidas para outros idiomas. 

 

VASCONCELOS, Adriano Botelho de, org. Todos os sonhos. Antologia da Poesia Moderna Angolana.  Luanda: União dos Escritores Angolano "Guaches da Vida", 2005.  593 p.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

         A CORALINA

Achei uma coralina
que brilhava na areia da praia,
fiz com ela um anel
Para meu dedo enfeitar.

Sobre a água do mar
coloquei minha mão,
para exibir aos peixinhos
meu dedo enfeitado.

Os peixinhos
que é à tona assomaram
se maravilharam,
fiquei orgulhosa
minha joia era bela!

Um último peixe,
surgido da espuma das ondas
— estranha figura indefinida —
tinha forma de peixe
mas não era peixe,
olhos de peixe
mas não olhar de peixe.

Esse peixe,
que peixe não era,
tocou minha mão
e enamorada fiquei...

Penetrou com intimidade
seu olhar em meus olhos,
afagou meus cabelos,
beijou em meus lábios
e comigo baixou
até ao fundo do mar.

No fundo do mar,
sobre algas gigantes,
nasceu
nosso grande amor...]





VENTANIA

 

              São assobios agudos,
que escuto
Cada vez mais perto...

Ouço batidas na porta.
A janela estremece,
Sinto passos ligeiros.
Parece pessoa!

Pergunto,

— Quem está aí?
Ninguém responde...

 

             — Eué,
— É Cazumbi...
Me arrepio de medo.

O assobio fica mais forte,
Abana tudo à minha volta.
As roupas agitam-se.
Cresce o medo.

O assobio torna-se agoureiro.
— Não, não pode.
— É Cazumbi!

             — É Cazumbi!

A vidraça se estilhaça.
Esvoaça a cortina,
Através dela observa
O que se passa lá fora.
— Afinal! não tem Cazumbi...
É o vento que chama chuva!

Desapareceu o medo.
Contemplo a chuva que começa a cair
E raivosamente se enrosca no vento.

 

             Desaparece o medo.
Contemplo a chuva que começa a cair
E raivosamente se enrosca no vento.

Esboço um sorriso.
Adormeço tranquila.

 

 

CANTO AO AMOR

Haverá alguém
que nunca sentiu o calor do amor,
alguém que não tenha amado
uma vez que seja?

 

Amar é viver
e quem não descobriu o amor,
ainda que não creia
está encurralado entre as trevas,
— dissociação, por isso,
da própria vida...

 

 

 

 

 

 

RODA DAS FLORES

 

A rosa deu a mão ao cravo,
O cravo à margarida,
A margarida ao malmequer.
Todos de mãos entrelaçadas Formaram uma roda.

 

Era uma roda viva

Onde todos rodavam, rodavam.

Era uma roda alegre

Onde todos cantavam, cantavam.

 

A roda rodou, rodou
Iluminada pelo luar da lua cheia
Que inspira os pensadores,
Que desperta as paixões.

 

A roda que rodava, rodava
De repente parou de girar...
Desentrelaçaram-se as mãos.
A rosa abraçou o cravo,
A margarida o malmequer.

 

Era, então, a roda encantada
Dos pares que giravam, giravam
Em torno de si mesmos.
Era a roda dos enamorados.

 

 

 

 

Página publicada em agosto de 2020



 

 

 
 
 
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