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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




MANUEL DE SOUSA

 

Poeta angolano, muito atuante na internet através de releases que usa para difundir seus poemas e textos de sentido crítico e social. Contato: starwalker@netangola.com

 

1.

“Mandela Madiba”

 

Prenderam-no

Humilharam-no

Encarceram-lhe o corpo

Mas não conseguiram reter-lhe a alma

Não foram capazes de retirar-lhe o amor do coração

Foram impotentes para o desmotivar

Incapazes de lhe impor ódio e raiva

Pois ele foi sempre digno…

Manteve-se firme em seus nobres desígnios

Forte em seu caminho para a liberdade

Fixo em seus objectivos para atingir a igualdade

Mostrou grande exemplo de dignidade a todos

Tornou todos iguais perante a lei

Demoliu as diferenças de direitos

Foi líder e pai de uma nova nação arco-íris

Ensinou a tolerância e a liberdade a uns e outros

Perdoou a quem o trancou e privou do Mundo exterior…

Transformou a terra comum em esperança e justiça

Abriu as paredes e o arame farpado à democracia

Abraçou a todos sem distinção de cor ou poder

Cantou um novo hino da alegria de uma pátria renascida

Celebrou o início de uma nova era da humanidade

Deixou que a festa fosse dançada em espírito de paz nacional

Deu as mãos a todos os seus compatriotas e juntou-se-lhes

Criando uma nova nação movida pela unidade

Ele é um herói e pertence agora a todos nós…

 

Viva para sempre em nossos peitos o Madiba…da África…Livre

 

 

Escrito em Luanda, Angola, por Manuel de Sousa, a 31 de Maio de 2007, em Homenagem ao passado Dia de África e a todos que dela são filhos, sejam de sua natureza materna ou de adopção ou opção, e todos os seus amigos (esses que, ainda são muitos pelo Mundo fora…)…

 

 

 

2.

“A Parede Meias…”

 

Atirar-me-ei à parede

Jogarei primeiro os olhos

Chocarei nela com toda a força

Tentarei derrubar a resistência da matéria

 

Fluirei em direcção à estratosfera

Evitarei abrir as asas em demasia

Irei ao ápice da realidade absoluta

Tomarei medidas resolutas para não desistir

 

Lerei desobrigado e desabrigado qualquer palavrinha solta

Interpretarei pequenos e profundos significados enigmáticos

Apanharei barcos fantasmas que naveguem perdidos e à toa

Farei parte da tripulação mais invisível e indelével possível

 

Tocarei em qualquer superfície oca empíricos ritmos

Passarei a mão pelas cordas com a roupa lavada à máquina

Levantarei tantas poeiras e pós do passado quanto necessário

Tomarei qualquer boa virtude boca abaixo com um copo de água

 

Soprarei flautas e trompetes até me cansar

Apitarei o apito de chamada para o recreio

Serei o primeiro a pular à corda e a jogar à cabra cega

Levarei tudo com prazer e satisfação excepcionais

 

Içarei véus e lenços ao cume do monte das oliveiras

Pendurá-los-ei à volta do pescoço de uma girafa faminta

Farei deles símbolos de uma visão quase caótica

Rirei de pernas para o ar e rebolarei sem parar

 

Cantarei hinos à alegria para me livrar de alergias eventuais

Serei transportado a épocas distintas e vazias da realidade abstracta

Passarei a ler livros sem fim e nunca iniciarei pelo princípio de nada

Estarei pronto para qualquer meta ou para cortar fitas sucessivas

 

Mandarei o tempo dar uma volta a si mesmo

Enrolarei as questões mais difíceis a um poste ensebado

Atirarei de propósito todas as setas virtuais ao ar

Deixá-las-ei cair de forma desorganizada e dispersa

 

Criarei raízes para novas árvores e para outras esperanças

Lavarei o deserto com um esfregão cheio de germes da vida

Distribuirei a mensagem do génesis aos cantos do Globo

Porei em marcha as forças indeléveis do globalismo edificante…

 

Construirei paredes meias e civilizações no interior de mim mesmo

Edificarei novas faces nas reflexões que vejo ao espelho pela manhã

Mudarei semblantes e encantamentos cantando durante o banho

Semearei sementes de caras mais sorridentes e positivas pelas ruas da urbe…

 

 

Escrito em Luanda, Angola, a 30 de Maio de 2007, por manuel de Sousa, em Dedicação à Culturização Global da Humanidade, na esperança de que isso a venha a tornar, talvez num futuro próximo, menos xenófoba e mais humanizada, partilhadora, tolerante,  homogénea e cosmopolita, em sua maneira de aceitar e compreender uns e outros, seja qual for filosofia ou origem!...

 

 

 

3.

“Deus É Simplesmente Deus”

 

Deus nem é negro nem branco

Deus simplesmente é Deus

Deus é todas as cores do arco-íris juntas

Deus é cada coisa do Universo

Deus é tudo ao mesmo tempo

Deus é a maravilhosa diversidade

Deus é magia e imaginação

Deus é abstracção e a realidade plenas.

Deus somos eu e tu

Deus é o vento e a água

Deus é a terra e fogo

Deus é o Sol e as Estrelas

Deus é o Pensamento e a Alma

Deus é o corpo e o Ser

Deus é a Eternidade

Deus é a Mãe e o Pai

Deus é o Céu e Existência

Deus é as trevas e a Luz

Deus é tudo o que é visto e visualizado

Deus é o meio e a continuidade

Deus é a Vida e o amor que temos por ela

Deus é a sensibilidade e a arte de aprimorar

Deus é a inspiração e a criatividade

Deus é o invisível feito visível

Deus é a matéria prima em evolução

Deus é a busca constante pela perfeição

Deus é Paz Profunda e reflexão

Deus é Juízo sensato e consciente Paixão

Deus é equilíbrio e Inteligência

Deus é a infinita Eternidade…

 

 

Escrito em Luanda, a 25 de Maio de 2007, por altura do Dia de África, Continente-Berço-da-Humidade e de Anciã Cultura Civilizacional (a Civilização Milenar do Egipto Antigo, etc…), por manuel de sousa, à guiza de Homenagem à África e aos Povos e àqueles todos que aqui residem e que aqui fizeram e fazem suas vidas, ajudando o Continente a crescer e a evoluir em direcção ao Modernismo e à dita Globalização…

 

 

 

4.

“Incomum Liberdade Espiritual Comum”

 

Não preciso de chefes

Não necessito de comandantes

Abdico de orientadores impostos

 

Quero respirar o ar fresco da liberdade de pensamento

Quero caminhar sem barricadas ou entraves artificiais

Desejo ser um Ser pleno e sem livre-arbítrios obrigatórios

Desejo seguir o regime do pré-destino determinado

Apetece-me pôr os pés nas marcas preconcebidas

Apetece-me ir atrás conscientemente da Consciência Cósmica

 

 

Quero ser iluminado por todos os raios de Sol

Quero que a clareza da Luz me penetre o cérebro

Desejo deixar de ser servo físico da mentalidade materialista

Desejo acabar com o efeito imitativo do papagaio robô

Apetece-me correr pelos campos e pelo Interior em paz

Apetece-me observar todos os detalhes e símbolos da Vida

 

Quero passar a servir a Humanidade sem ser servil contudo

Quero contribuir para a evolução do colectivo comunitário

Desejo perceber e entender a generalidade dos processos existenciais

Desejo estar sempre a aprender e a descobrir novos conceitos

Apetece-me saborear com prazer o verdadeiro sabor das frutas silvestres

Apetece-me sentir o bom odor das flores do campo ou dos jardins

 

Posso tudo fazer sem chefes

Posso andar em ordem sem comandantes

Desprezo a usual filosofia educativa da subserviência

Viva a liberdade de ver, ouvir, sentir e de constatar…a fobia do Conhecimento…

 

 

Escrito em Luanda, Angola, a 28 de Maio de 2007, em Homenagem a todos aqueles que seguem pelo Mundo, a forma e a maneira de estar conscientes de/da Vida…, primando/pautando e encarreirando seus passos e comportamento pela via da sensatez e pela ordem…

 



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