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JOSÉ DA SILVA MAIA FERREIRA
(1827-1881)

(Luanda, Angola, 1827 – Rio de Janeiro, 1881. Estudou em Lisboa. Amanuense da Secretaria do Governo Geral de Angola, tesoureiro da alfândega de Benguela, oficial da Secretaria do Governo de Benguela.

Colaborou no Almanach de Lembranças, Lisboa, 1879.
Publicou: Espontaneidades da minha alma, 1849.

Vosso olhar, vosso gesto e coração!
Porque de amor fazeis nutrir esp´ranças
Quando a ninguém amais? - Porque dolorosa
Fingis doce sorrir, -meiga soltais
Essa voz, cujos sons me vibram na alma?!
Que destino cruel em vós fadou,
Com tais encantos, alma já sem brilho!
Oh! - Porque assim, a máscara infernal
Com que tanta torpeza encobríeis,
Tão cedo ante mim a arremessastes?”

Excerto do poema “A Ela”, in Espontaneidades da minha alma (1849).

 

BENGUELINHA !

Passarinho primoroso
E gentil, plumeo cantor,
Que d'aromas tão fragrantes
Não esparzes com candor,
Quando trinas mavioso
Nesse insólito rigor
De um sol forte e constante
Suaves cantos d'amor?!

         Ás vezes contemplo
         Do dia no albor,
         Sentir o rigor
         De escravo viver;

         Suspiras e gemes
         Em cantos d'amor,
         Ah! sê meu primor
         Não queiras morrer!

         Anhélas no mato
         Andar pelas fragas,
         Viver só de bagas,
         Nos ramos dormir?

         Esvoaça saltando
         Na tua prisão
         Ai! Tem compaixão
         Não vive a carpir!
 
         Infiltra bondoso
         No meu coração
         O doce condão -
         Do  meigo trinar;

         Que juro contigo
         Do muito viver
         Comtigo morrer,
         Comtigo findar!

         E as azas abrindo
         O plumeo cantor,
         As juras d'amor,
         Ouvio a sorrir -

         Em magos acentos
         Endeixas trinou,
         Que d'alma exalou,
         Que d'alma sentiu! -
 
 

À MINHA TERRA !

(No momento de avistá-la depois de uma viagem.)
 

De leite o mar - lá desponta
Entre as vagas susurrando
A terra em que scismando
Vejo ao longe branquejar!
É baça e proeminente,
Tem d'Africa o sol ardente,
Que sobre a areia fervente
Vem-me a mente acalentar.

Debaixo do fogo intenso,
Onde só brilha formosa,
Sinto n'alma fervorosa
O desejo de a abraçar:
É a minha terra querida,
Toda d'alma, - toda - vida, -
Qu'entre gozos foi fruida
Sem temores, nem pesar.

Bem vinda sejas ó terra,
Minha terra primorosa,
Despe as galas - que vaidosa
Ante mim queres mostrar:
Mesmo simples teus fulgores,
Os teus montes tem primores,
Que às vezes falam de amores
A quem os sabe adorar!

Navega pois, meu madeiro
Nestas aguas d'esmeraldas,
Vai junto do monte ás faldas
Nessas praias a brilhar!
Vae mirar a natureza,
Da minha terra a belleza,
Que é singella, e sem fereza
Nesses plainos d'alem-mar!

De leite o mar, - eis desponta
Lá na extrema do horizonte,
Entre as vagas - alto monte
Da minha terra natal;
É pobre, - mas tão formosa
Em alcantis primorosa,
Quando brilha radiosa,
No mundo não tem igual!

 

Página publicada em setembro de 2008

 



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