Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

JOÃO TALA

 

João Tala nasceu em Malanje a 19 de Dezembro de 1959.

É médico exercendo a profissão em Luanda.

Iniciou a sua actividade literária na cidade do Huambo, tendo sido co-fundador da Brigada Jovem de Literatura.

No seu primeiro livro de poesia que sai a público apenas em 1997, João Tala revela uma auspiciosa contribuição para a renovação e diversidade do discurso poético angolano, que caracterizou a geração da Novíssima Poesia Angolana

Na opinião de  José Luís Mendonça, João Tala é uma vocação poética a irromper no universo das letras angolanas com soberania inerente aos grandes criadores.

É membro da União dos Escritores Angolanos.

Obras: A forma dos desejos (1997), (prémio Primeiro Livro da União dos Escritores em 1997 e o primeiro lugar dos Jogos Florais do Caxinde em 1999); O gasto da semente (2000); A forma dos desejos II (2003).

Fonte: http://www.lusofoniapoetica.com

 

FONEMA D'ORVALHOS

Dou aos meus versos a sonolência dos teus gemidos
porque não encontrei outra mulher que me aguardasse
com o pote d'orvalhos viçosos:
manhãs de água se levantam no ímpeto
nutres as peles de meus tambores na humidade
para não mais esquecer as vogais despertas da erosão
desde o primeiro calvário ao hímen nucleado
que estendias nos meus braços de fome.

 

TONTURA

 

Ainda apagam pálpebras de volta à tontura

ainda o sentimento da nossa longa história

a ruína vai da notícia à revolução

 

palavras mortas nunca mais preenchidas

os rios demorados no sintoma dos países

e tudo passa e o poema indaga

o dia que acontece como uma ruína.

 

 

COLHEITAS UTERINAS

 

Da paisagem testemunhei a prova de fogo
o silêncio material e a riqueza metafísica.
Na tua lavra, irmã, há colheitas uterinas:
uma nova viagem para que nos regressemos
nós mesmos na indiferença.
Liberdade sem medo, conta os dedos da
tua mão procriada conta p'ra nação:
nosso machado secreto canta pela raiz
— Tens essa noção de fogo em tua tabuada?

 

 

ALÉM DA FORMA DAS SEMENTES

 

Todas as palavras de um ngoma são
lamentos da civilização. Tudo o que
pronuncio é um continente sobre
a memória dos ngomas

 

mas cada língua é uma nação de conversas
fortalece a raça do espírito o poema da
plebe

 

e este povo-irmão dissemina na minha
memória o continente erguido da semente.

 

 

APENAS PALAVRAS DE REDENÇÃO

 

Os dias fundam breves caminhos sobre
as palavras.

 

Não reclamo palavras economizadas,
a grande fortuna, não.

 

Nem uma imagem profunda nem
um abismo em nós.

 

Não reclamo palavras estafadas ou
mesmo ressentidas, marcadas de novas
[cicatrizes, não.

Apenas reclamo palavras de redenção
guardadas entre as revoltas.

 

 

DOU À ESCRITA MEUS TORMENTOS

 

Com medo dou à escrita o que pertence
às vitórias;

narro a fadiga o funeral
da abundância;

arrastei corpos iletrados e maravilhas

dos palácios e mesquitas;

disseram-me que calasse atentavam

contra as palavras;

feriram o pensamento;

as palavras vieram juntar-se a

tudo quanto não vi.

nunca mais verei nada!,

apenas o que disse das

palavras impacientes nas minhas retinas

demistificadas.

e deram-me um tiro na retina.

 

 

Página publicada em julho de 2017


 

 
 
 
  Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar