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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

GERALDO BESSA-VICTOR

 

Geraldo Bessa-Victor (Luanda, Angola; 1917 - Lisboa; 1985) foi um escritor angolano. Escritor, poeta, ensaísta e jornalista angolano, Geraldo Bessa Vitor é natural de Luanda, onde nasceu em 1917. Fez os seus estudos liceais em Luanda e passou a exercer funções de empregado bancário. Mais tarde foi para Lisboa, tendo-se licenciado em Direito e abraçado, desde a década de 50, a carreira da advocacia. Jornalista reconhecido, enriqueceu com os seus artigos e crónicas as páginas de vários jornais angolanos, entre os quais o jornal A Província de Angola, e foi colaborador na área literária angolana, tendo feito parte do movimento "Cultura I" e da revista Mensagem. Como poeta, Geraldo Bessa Vitor assumiu os modelos temáticos tão do agrado da população do continente, nomeadamente o amor, a beleza feminina e o poder do destino, enformando-os pela medida nova do soneto, obedecendo à sua norma estanque no que concerne ao seu esquema rimático e à métrica decassilábica que o caracterizam. Contudo, é justo dizer que o autor soube também cantar e exaltar os motivos africanos e mais concretamente os angolanos, como exemplificam os seus poemas "O menino negro não entrou na roda", "Kalundu" e "O Tocador de Marimba", os dois primeiros selecionados, em 1958, por Mário de Andrade na sua Antologia. Em 1973, em Lisboa, anunciou o seu retiro do mundo literário. Morreu, na capital portuguesa, em 1985. Em 2001, a Editora Imprensa Nacional - Casa da Moeda compilou e editou toda a sua Obra Poética. Fonte: wikipedia

 

 

O MEU CORAÇÃO BATUCA

Meu coração batuca ao ritmo e som
das marimbas, quingufos* e quissanges.
(O batuque nasceu comigo, o ser me invade,
e sinto-o no meu sangue,
desde essa hora,
no movimento inicial da minha liberdade,
no canto com que saudei a terra, a humanidade.)
Dentro da minha alma canta e chora
todo o grito dos muimbos** africanos.
O fogo da queimada no capim
é a febre que me avassala,
quando o teu corpo e o meu requebram na senzala,
onde, uma noite, ainda monandengues***,
fizemos bailar o amor.

Neste mesmo instante, na Europa longe,
nos salões requintados de Londres,
de Roma, de Paris, de Madri ou Lisboa,
grupos de jovens, dançando e cantando,
disfarçados, estão macaqueando
a nossa batucada que no mundo ressoa.
Eles cantam e cançam
— movimento e alarido,
vozes e pernas...

Mas nós temos na carne e na alma,
desde o primeiro vagido,
o ritmo e o som deste batuque,
a voz de África eterna.

 

*quingufo — tambor.    
** muimbos — canções.
***monande- crianças.


 

 

 
 
 
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