POESIA ANGOLANA
FRAGATA DE MORAIS
Nasceu na Província de Uíge, no dia 16 de novembro de 1941. Obras publicadas: “Terreur em Verzet” (1972), “ Inkuna-Minha Terra” (1997), “Jinduguices” (1999), “Sumaúma” (2005), seu primeiro livro de poesia.
Blog: http://literaturafragatademorais.blogspot.com/2011_05_01_archive.html
ElefantÍase
Meu embondeiro
a pingar múcuas
por raízes
dispersas em prece
jeitoso
elegante
SInUOSO
Meu embondeiro
de espíritos albergados
na fundura do casco
em espera do viajante
Meu embondeiro
meu embondeiro
Rugas
Rolam
as décadas
no semear
depauperado
da quimera
e no olho vítreo
da reminiscência
nem mais a sombra
das luas cansadas
reflecano opaco
o soslae
da tranquilidade
entanmalmejada
Ornar
Vi-te
traj ada furor das ondas
desfeitas
em meus braços
Vi-te
Preenchida de conchas
do meu ouvir
e no paladar
do meu sentir
foste-te pelo vazar do mar
deixando-me o eco
da eterna solidão
verde-azul
Flores
Belzebu
já foi flor
antes
da angústia
cerrada
da noite
esculpiu
calafrios
e temores
a um Deus
inatingível
VASCONCELOS, Adriano Botelho de, org. Todos os sonhos. Antologia da Poesia Moderna Angolana. Luanda: União dos Escritores Angolanos "Guaches da Vida", 2005. 593 p.
Página publicada em agosto de 2011
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