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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

E. BONAVENA

 

 

Nasceu em Luanda no dia 26 de fevereiro de 1955. Obras publicadas: “ Ulcerado de Míngua luz” (1985) e “Limites da Luz” .

 

 

Dos Ventos da Lona

 

A chuva

Vai tornar a cair
Sobre

A minha aldeia

 

As bandeiras do milho
Voltarão a flutuar

Ao vento.

 

Teremos verde nos olhos
Os lábios molhados de leite
E o mugido dos animais

 

Nesse dia

Vou sair para a praça
Da igreja

E cantar

Um hino aos deuses.

 

Reunidos em família
A aldeia será
Iluminada

Pelos sorrisos dos seus filhos
De regresso dos tempos

Das tendas de lona.

 

Por agora,

 

deixa os sinos do teu corpo
tocarem todos,

 

deixa a vaga de vento

te levar para as portas do céu.

 

Poisa levemente os pés
na lã dos caminhos e

vai segura pela minha mão
que voltarás ao amanhecer

 

com as águas das montanhas
entre o coaxar das rãs

saindo do teu peito.

 

Os dias serão maduros

de azul, cânticos de amor e pão.

 

Haverá mel nos lábios

e em todas as esquinas
estarei

à espera de ti!

 

 

O Amanhecer das Águas

 

Procuro a luz

dos teus olhos

a transparência que se guarda

na alma,

 

como fruta sumarenta,

o feitiço que se insinua

 

no ventre.

 

Alcanço os trópicos

das tuas coxas;
kitande em fogo brando,

 

liberto

 

o vulcão que se esconde
no vórtice do teu corpo.

 

Cresço para a noite,
e rente às águas,
amanheço:

 

 

Volto ao início

 

da criação

disposto

ao pecado original.

 

 

O meu tempo é outro

 

Envio-te flores:

Rosas, tulipas, margaridas e narcisos,
Neste tempo de neve e luz.

 

É que a minha festa

É outra - a festa do corpo

 

Ausente e vivo como o fogo
Das lareiras deste tempo.

 

E, afinal, o meu tempo
Também é outro:

É o tempo do sol,

O tempo das acácias,

 

É o tempo do barro
Trabalhado pelas mãos
Do oleiro.

 

É o tempo da fruta madura
O tempo da fecundação,

O tempo do amor.

 

 

 

Extraídos de:

VASCONCELOS, Adriano Botelho de, org. Todos os sonhos. Antologia da Poesia   Moderna Angolana.  Luanda: União dos Escritores Angolanos "Guaches da Vida",   2005.  593 p. 


 

 

 
 
 
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