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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

ANTÓNIO POMPÍLIO

 

Nasceu no Lobito aos 5 de julho de 1964.

Concluiu no seu país os ensinos primário e secundário e, mais tarde, veio para Portugal, onde tirou um curso médio de Letras e Ciências na cidade de Lisboa.

De regresso a Angola, escolheu a cidade capital - Luanda - para viver, aí trabalhando na área do designer gráfico.

Amante da escrita jornalística, dá a sua colaboração às páginas do Jornal de Angola e do Jornal EME .

Como muitos outros poetas seus contemporâneos, nomeadamente Jorge Macedo, João Melo, Ana Paula Tavares, Ana de Santana, João Maimona, entre outros, António Pompílio faz parte do vastíssimo conjunto de nomes que desperta para a literatura nas décadas de 80 e 90, período reconhecidamente conturbado da Angola independente.

Integrando a novíssima "geração de 80", denominada por Luís Kandjimbo como a "Geração das Incertezas", o autor deixa perceber, através da sua poesia, um "eu lírico" dominado e perturbado por um conflito interno avassalador que decorre da situação política e social vivida no seu país, cujo poder tem negado todos os valores e ideais revolucionários defendidos pelas gerações anteriores. Destruída a esperança de uma vida liberta da fome, da miséria e da repressão, o sujeito poético manifesta uma angustiante desilusão perante a sua Angola Independente. Esta angústia e esta desilusão, que se constituem como a temática nuclear que perpassa na sua poesia, são metaforizadas pelo Mar, enquanto espaço de meditação e de reflexão e mesmo entidade confidente a quem este "eu" recorre para desabafar a sua frustração. Veículo de catarse do sofrimento e do pecado, o Mar surge como uma âncora salvadora capaz de cicatrizar com o sal as feridas abertas na dignidade e na integridade ideológica do sujeito poético: " (...) Sem sombra e pecado/engolirei o mar da terra/e vomitarei nos cosmos/as âncoras do sofrimento/e/deixai-me engolir/o sal dos olhos do mar ".

Membro da União de Escritores Angolanos (UEA), António Pompílio é já um nome prestigiado da literatura angolana, sendo um dos nomes que figuram na Antologia Brasileira de Carmen Lúcia Tindó Ribeiro Secco, intitulada Antologia do Mar na Poesia Africana de Língua Portuguesa do Séc. XX .

Em 1997 editou o seu primeiro livro de poesia intitulado O Sal dos Olhos do Mar, que lhe proporcionou a Menção Honrosa, do Prémio Sonangol de Literatura. É autor de obras dramáticas e de literatura infantil, sendo um dos nomes consagrados nesta área.

Fonte: https://www.infopedia.pt/$antonio-pompilio

 

VASCONCELOS, Adriano Botelho de, org. Todos os sonhos. Antologia da Poesia  Moderna Angolana.  Luanda: União dos Escritores Angolanos "Guaches da Vida",  2005.  593 p. 

 

         Limite

Finalmente, eis-nos chegados ao limite: o novo e único caminho que havíamos navegado. Atravessá-lo-emos com palavras puras de rosas, o mesmo salgado da água onde remamos as orações de regresso.

 

Caminhada

Ainda o grito das cubatas alegres do dia. O caminho onde comi as cores quentes e os frutos do rio à sombra da floresta: flor que resta nas mãos apodrecidas do tempo. (Foram aquelas vozes que profetizaram o destino das aldeias).

 

Cegueira

Ninguém. Ninguém te pediu para observares a várzea do  silêncio nem a lágrima límpida inversa do meu sorriso amarelo. Eu conheço a (in)visão das cores.
A cegueira é o sonho opaco da luz. Só te peço que oiças os gritos de mel da insónia e que durmas infinito sonho, os pesadelos da minha concreta visão.

 

Mudança

Mudo o prefixo da mudança
Não uso o mudo silêncio de estar
A mudança é olhar do não ficar
No abuso do uso da dança.

 

Intemporalidades

Visionarás a tua eternidade nos silêncios das coisas. E na dimensão do sonho verás a intemporalidade. O que ilude a metafísica do olhar é julgar a verdade da fronteira.

 

A sina da Pátria

Sob a luta e o luto. O acordar ado silêncio. A alva obscura na metrópole dos sentidos. Mar absorvido na retina do sonho. Sempre esta flor. Qual rosa escarlate coloriu de sangue na fronteira da mão a sina da Pátria?

 

Página publicada em julho de 2017

 



 
 
 
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