ANTÓNIO PANGUILA
António Panguila, nasceu a 15 de Julho de 1963. É formado em História pelo Instituto Superior de Ciências da Educação. Foi durante algum tempo professor do ensino secundário.Presentemente é funcionário baancário. Na década de 80 pertenceu ao grupo literário OHANDANJI, além de ter sido membro da Brigada Jovem de Literatura de Luanda.
É um poeta que exibe o domínio de alguns recursos peculiares, destacando-se a recorrência da repetição e da aliteração. Os seus textos trazem a marca característica da brevidade e são de um modo geral curtos, do ponto de vista estrutural.
Em 1996, arrebatou o Prémio Literário Cidade de Luanda, com o livro Amor Mendigo. É membro da União dos Ecritores Angolanos.
Publicou: · O Vento do Parto (poesia, 1994); · Amor Mendigo (poesia,1996)
Biografia extraída de: http://www.nexus.ao/kandjimbo/antonio_panguila.htm
Cidade morta
Agora que se comem as sílabas
O pólen morre ao despertar
agora quase mede a palavra
o néctar morre ao entardecer
agora que se noiva o discurso
a cidade morre discretamente
Encante a gaivota
espermatize a estada
presa nas mãos alheias
apadrinhe o ditongo
afogado no eceano de ânsia
encante a gaivota
engaiola no sermão
Quando o sol for sol
na doçura da idade:
o sul chora no coito forçado
o sexo sangra longe da ave-picasso
a naufragar no bolso.
Na doçura da idade:
a noite povoa o sexo da mocidae
o mel foge dos lábios da mulher
que procura escaldante beijo.
Quando o sol for sol
despir-se-á todo
para mostrar aos mortos
as cicatrizes da respiração
na doçura da idade.
Extraídos de:
VASCONCELOS, Adriano Botelho de, org. Todos os sonhos. Antologia da Poesia Moderna Angolana. Luanda: União dos Escritores Angolanos "Guaches da Vida", 2005. 593 p.
Página publicada em setembro de 2011
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