LANÇAMENTO DE “VERSOS ITINERANTES – AMAZÔNIA” NA VENEZUELA
“Versos Itinerantes – Amazónia”, poemas de Antonio Miranda que inclui os poemas escritos durante as viagens que realizou, no início da década de 1960 pelo Brasil, em especial pela Amazônia, mas que incluiu também poemas da viagem pelos Andes (Equador, Colômbia e Venezuela) em 1966. Trata-se de um livro artesanal, impresso com um mimeógrafo, na Embaixada do Brasil em Caracas, em 1967, com ilustrações do artista venezuelano Rubén Chávez. Poucos exemplares.
“Livro” artesanal, mimeografado. Foi “publicado” em mimeógrafo, em Caracas, onde Antonio Miranda estudava Bibliotecología na condição de bolsista, no remoto ano de 1967. Certamente que se trata de uma iniciativa pioneiríssima no país bolivariano... Não existia ainda uma “geração mimeógrafo” na Venezuela, nem no Brasil... O acesso ao mimeógrafo era mais fácil no país vizinho do que no Brasil.
Usava-se o stencil para “datilografar” o texto por onde fruía a tinta. O volume era então grampeado e a lombada recoberta com fita “tirru” como a que se usa hoje para fazer pacotes...
Reproduzimos as duas folhas de promoção do lançamento (e leitura de poemas) na Facultad de Humanidades da Universidad Central de Venezuela (24 de mayo de 1967), ressaltando a capa da obra e uma foto do poeta brasileiro Antonio Miranda.
COMENTÁRIO SOBRE O LIVRO
He estado leyendo los “Versos Itinerantes”, que desde Venezuela has tenido la generosidad de dedicarme tan afectuosamente, y te felicito, una vez más, por el verdadero sentido poético que trasuntan. A través de ellos, el rico paisaje amazônico llega al lector, con su fascinación espléndida, con sus infinitos matices, captados por un poeta que une el Don de ver al de expresar, con estructuras muy de nuestro tiempo.
MANUEL MUJICA LÁINEZ (Argentina)
Antonio Miranda, na Universidad Central de Venezuela.
COMENTÁRIO DO AUTOR: (Geração Mimeógrafo, livros artesanais)
Num dia desses apareceu um português que estava buscando as origens da geração mimeógrafo... ele descobriu um livro meu e conversamos, pela internet, sobre o tema. Queria saber como eu descobri o livro mimeografado... Levei um susto. Não me lembro!!! Montei 4 desses livros usando o mimeógrafo da Embaixada do Brasil e da Faculdade de Humanidades da Universidade Central da Venezuela. O último deles foi a primeira "edição" de "Tu País está feliz", bem antes do espetáculo, ainda em 1969 ( o espetáculo foi em 1971). Mas antes sairam : " Pop Poemas & concretos" (1968) e "Cuerpo que los días", em 1967. O mais "caprichado" foi mesmo "Versos Itinerantes - Amazonia". (Meu amigo poeta Rodolfo Alonso me levou à biblioteca do Centro de Estudos Brasileiros, em Buenos Aires, para mostrar-me um exemplar do "livro" que teria sido enviado, na década de 60, pelo poeta Alberto da Costa e Silva, que era o nosso encarregado da representação diplomática e que depois veio a ser Presidente da Academia Brasileira de Letras").
Sinceramente, não me lembro de livros artesanais... Em verdade, foi um ímpeto que tive ao deparar com o mimeógrafo e a necessidade de dar publicidade aos meus textos...
Ele explicou que a febre das edições mimeografadas aconteceu, para valer, na década de 70.
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