POP POEMAS & CONCRETOS
de
ANTONIO MIRANDA
Inclui poemas de Antonio Miranda traduzidos ao castelhano, assim também os primeiros que o autor escreveu na língua de Cervantes, em sua longa estada na Venezuela (1966-1972), embora já fosse autor bilíngue desde 1962, quando passou um ano gozando um prêmio de viagem na Argentina.*
“Livro” artesanal, mimeografado. Foi “publicado” em mimeógrafo na Facultad de Humanidades da Universidad Central de Venezuela , em Caracas, onde Antonio Miranda estudava Bibliotecología na condição de bolsista, no remoto ano de 1968. Certamente que se trata de uma iniciativa pioneiríssima no país bolivariano... Não existia ainda uma “geração mimeógrafo” na Venezuela, nem no Brasil... O acesso ao mimeógrafo era mais fácil no país vizinho do que no Brasil.
O “livro” inclui os poemas “Poesía Enferma”, “Naturaleza Muerta”, “Acto en la Playa”, “De Nuevo, el Verano”, estes escritos no Rio de Janeiro e traduzidos pelo autor, e “Rescate de Cristo”, “Soneto R” (escrito e publicado em português), “A quien pueda interesar”, “3 Poemas en Prosa” (tradução), “Poema”, “De las Responsabilidades”, “Los Maniqueos”, “Los Hongos”, “El Cuerpo del Poema”, “Voy a Cerrar por Inventario” (estes últimos escritos também en español) e, no final, dois poemas concretos: TRIGO/TREM (de 1962) e DOMADOR/PANTERA (1967), que causaram bastante curiosidade porque este tipo de poesia não era ainda corrente na Venezuela. Cabe ressaltar que todos os poemas foram dedicados a seus amigos de Caracas e que quase todos vão depois constituir textos de “Tu País está Feliz” em obra impressa e em versão teatral.
A edição foi bem rústica, diferentemente da edição anterior de VERSOS ITINERANTES – AMAZÔNIA (http://www.antoniomiranda.com.br/obras_publicadas/versos_itinerantes.html ), de 1967,
“rodada” no mimeógrafo do Consulado do Brasil (o status de Embaixada havia sido “rebaixado” por causa da ditadura no Brasil, conforme a política de relações exteriores da Venezuela). Naquela outra obra, havia ilustrações de um artista plástico, uma capa com aplique de cor (caneta hidrográfica), título feito com um normógrafo, e até uma sobrecapa transparente com papel “contact”, ou seja, usando as mais “avançadas” tecnologias da época... Usava-se o stencil para “datilografar” o texto por onde fruía a tinta. O volume era então grampeado e a lombada recoberta com fita “tirru” como a que se usa hoje para fazer pacotes...
De quantos exemplares foi a tiragem? Menos de cem, talvez cinqüenta... Quantos sobreviveram?
Na visita que Antonio Miranda fez à Biblioteca do Centro de Estudios Brasileños, no centro de Buenos Aires, levado por seu amigo poeta argentino Rodolfo Alonso, em outubro de 2003, encontraram um exemplar de “Versos Itinerantes – Amazônia” no acervo, certamente enviado pela nossa representação diplomática em Caracas, quando era embaixador Alberto da Costa e Silva que, anos depois, viria a ser presidente da Academia Brasileira de Letras. Poucos e raros exemplares certamente estão em bibliotecas e nas casas de amigos de Miranda na Venezuela.
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*Poemas de Antonio Miranda já haviam sido traduzidos ao castelhano muito antes, em 1957, por seu amigo e artista plástico chileno Roland Grau, no Rio de Janeiro, numa edição “manuscrita” de seu poemário “Castaña Viva” (exemplar único...). Depois foram traduzidos poemas seus pelo artista plástico Louis Seoane, em Buenos Aires, em 1962.
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