Manucho e o Labirinto. São Paulo: Global, 2001. 182p. Romance centrado em diálogo com o escritor argentino Manuel Mujica Láinez.

 Manucho e o Labirinto é um texto fluído, poético que relata, num diálogo existencial, as idéias e as convicções de um poeta brasileiro de vanguarda, Da, Nirham Eros, e do grande escritor argentino Manuel Mujica Láinez, autor do romance histórico Bomarzo. Diferentes nas suas concepções estéticas irmanam-se em um diálogo sobre o mundo que se sucede e se renova ao longo de décadas e de lugares. O ambiente do Rio de Janeiro no início dos anos 60 é recriado no seu contexto da vanguarda artística e das lutas ideológicas. Os dois personagens, seus amigos e amigas encontram-se e desencontram-se em lugares como Córdoba, Londres, Washington, Hong Kong e Tóquio. O escritor argentino Manuel Mujica Láinez maravilhou e

escandalizou a sociedade argentina em meados do século passado. Em Bomarzo, romance histórico, apresenta-se no texto como o pórpio Duque Pier Francesco Orsini, de Bomarzo, e como este, um personagem à frente de seu tempo, amoral, rompendo valores e crenças em voga numa sociedade ainda muito formalista e presa a tradições  e rituais sociais e culturais. Manucho, apelido familiar de Mujica Láinez, foi amado e festejado pelas elites argentinas ligadas à cultura. Depois de ter sido celebrado como uma das expressões máximas da literatura de seu país – ao lado de Jorge Luis Borges, de quem era amigo – caiu em desgraça e foi perseguido pelos militares golpistas e pela esquerda e direita mais radicais, tornando-se odiado por sua origem aristocrática, da estirpe dos fundadores da nacionalidade argentina.

As revelações de Manucho e o Labirinto surgem dos diálogos entre os dois no Rio e em Buenos Aires  e são o pano de fundo de uma obsessiva e labiríntica tentativa de desvendar a sua personalidade polêmica e visionária. Manucho burla-se das convenções de seu mundo, coloca-se acima dos valores e crenças com uma fina e irreverente ironia, num clima de confissões e premonições em que o poeta brasileiro, de certa forma, encarna seus ideais hedonistas e libertários. Da Nirham Eros constrói um jardim-labirinto aonde prolonga o diálogo pela leitura das obras do amigo, ao mesmo tempo que analisa as transformações no Brasil durante o período do governo militar. 

Sobre Manucho:

" Eros, li o seu livro e simplesmente adorei. Para mim é o seu melhor livro e a chance do leitor conhecer a figura do Manuel Mujica Láinez e do Antonio Miranda (não leve a mal, mas li o seu livro em clave autobiográfica, embora use a terceira pessoa). Peço autorização para traduzir para o espanhol algum trecho e editar no Anuário Brasileiro de Estudos Hispânicos (ABEH XII). Acho que uma resenha é obrigatória." 
JOSE ANTONIO PÉREZ 
Asesor técnico em Brasília / Consejería de Educación y Ciencia - Embajada de España

“ (...) Eo maravilhoso estilista de uma belle époque que você reproduziu poeticamente em Manucho e o labirinto.

Este livro foi o que de melhor li nos últimos anos. Todo perfeito. Trama, dramatização com a movimentação eu-ele dos personagens, fantasia e realidade se interpenetrando, um texto sem uma palavra fora do lugar, realmente perfeito, poesia e prosa revezando-se numa fantasia mágica que os novos escritores deviam usufruir, analisar e aprender.

Li também os poemas, excelentes, que acrescentam uma vertente importante na sua obra.”  CLAUDIO MURILO LEAL, Rio de Janeiro, jan. 2013.

Comentários da imprensa sobre a obra  
 
 ONDE ENCONTRAR O LIVRO:
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