LABERINTO
30 laberintos
Poema visual de
Antonio Miranda e Gómez de Zamora
Objeto-livro executado pelo artista plástico espanhol Gómez de Zamora a partir de uma proposta de Antonio Miranda.
Exemplar único, em caixa de papelão.
[Reproduzimos aqui alguns dos
[ DA PALAVRA AO OBJETO ]
Nomear as coisas é sempre um risco. O nome e a coisa são opostos no tempo e no espaço e apenas se realizam em alguma instância de nossa relação com o mundo, na tentativa vã de tornar a coisa visível, inteligível, comunicável, interposta e vivencial na dimensão social.
Coisas são coisas, palavras são outras coisas, um pensamento que se exterioriza e materializa, se inscreve e se mentaliza em seus duplos, que refletem e podem enganar-nos na visão exterior a nós ou na vã tentativa de exteriorizar nosso mundo interior.
Palavras-coisas.
O artista costuma transferir à corporeidade da obra o que imagina possamos intercambiar, dialogar. O que produz é o distanciar-se das coisas. Reinventando-as ou, no extremo, criando-as a partir do nada. Nada como coisa, reconhecível!
Outra coisa é partir da palavra para a coisa, com suas múltiplas acepções. Coisa intencionalmente plural, múltipla, que a palavra sugere, recupera, trans-forma. Que se materializa en in*existência”. Como os laberintos [labirintos] em questão. Labirintos em perspectiva, labirinto geométrico, labirinto fechado em si mesmo, de fora para dentro e para jamais. Para o olho, para sua criação imanente, para sua vivência em nós, outros, alheios á sua realidade. Real. Real apenas enquanto objeto, do visual convertido em relacionamento real.
Múltiplos labirintos perseguindo um único objeto, mental.
Madri, 9- 04- 2011
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