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 SYLVIA PAOLA SABOGAL

 

De
Sylvia Paola Sabogal
Después de octubre
Caracas: La Mancha ediciones, 2009. 
71 p   ISBN  978-980-7008-13-6

 

TEXTOS EN ESPAÑOL    /    TEXTOS EM PORTUGUÊS


SIGLO XXI

Entre dos mundo me debato
ser o hacer es el dilema

Nacer mariposa en un mundo de redes
Creer en el imposible a pesar de la estadística

Quebrar la garganta implorando treguas
calmadas, pausadas, clementes

Invocar al outro sin obtener jamás respuesta.

Siglo XXI, pleno de soledades y despojos.
Siglo de muerte, artifício e indústria.

¿
Cómo crear con tanto  tic-tac ressonante?
¿ Cómo ser humano entre tanta calculada perfección?


SIN TIEMPO

Él prefirió el silencio
cómodo
callado
ausente

Ella apelo a las lágrimas
turbias
graves
rencorosas

Aun así,
él no pareció enterarse de su llanto

Aun así, nunca pensó
que las cosas no duran para siempre

Ella tampoco se dio cuenta
— hasta que ya era tarde —
de que las lágrimas
son la forma de diluir las pasiones
para que puedan salir del alma

Hoy los dos se lamentan,
pero ella ya no llora
las palavras de él llegan tarde
y sus manos se separan como la vida del cuerpo
cuando llega el final inexorable
de lo que algún día fue hermoso.

=====================================

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda



SÉCULO XXI

Entre dois mundos me debato
ser ou fazer eis a questão

Nascer borboleta no mundo de redes
Acreditar no impossível apesar das estatísticas

Romper a garganta implorando tréguas
acalmadas, pausadas, clementes

Invocar ao outro sem obter jamais uma resposta

Século XXI, pleno de solidão e despojos
Século da morte, artifício e indústria

Como criar com tanto tic-tac soando?
Como ser humano entre tanta calculada perfeição?

 

SEM TEMPO

Ele preferiu o silêncio
cômodo
calado
ausente

Ela valeu-se das lágrimas
turvas
graves
rancorosas

Ainda assim,
ela não parecia inteirar-se de seu pranto

Mesmo assim, nunca pensou
que as coisas não duram para sempre

Ela tampouco deu-se conta
— até que fosse tarde —
de que as lágrimas
são a forma de diluir as paixões
para que possam sair da alma

Agora os dois lamentam
mas ela já não chora
as palavras dele chegam tarde
e suas mãos se separam como a vida do corpo
quando chega o fim inexorável
do que um dia foi tão belo.

 

SABOGAL, Sylvia Paola.  Después de octubreCaracas: La Mancha ediciones, 2009.  71 p                           Ex. bibl. de Antonio Miranda


TEXTOS EN ESPAÑOL 


SIGLO XXI

Entre dos mundos me debato
ser o hacer es el dilema

Nacer mariposa en un mundo de redes
Creer en el imposible a pesar de la estadística

Quebrar la garganta implorando treguas
calmadas, pausadas, clementes

Invocar al otro sin obtener jamás respuesta.

Siglo XXI, pleno de soledades y despojos.
Siglo de muerte, artificio e industria.

¿Cómo crear con tanto tic-tac resonante?
¿Cómo ser humano entre tanta calculada perfección?




  VERBO

Dios debe estar hecho de letras,
infinitos signos desordenados
que esconden una respuesta que ni él conoce.

Miles de millones de palabras
que encierran el porqué de la existencia.
Un eterno cuento donde se narra  nuestra historia.
Antiguo y melancólico poema que nadie escucha.

Dios debe ser un papiro
que contiene el código secreto de la vida.
Una tabla de arcilla donde se grabaron
los primeros jeroglíficos aquella lejana primavera
en la juventud del mundo.

Dios, de ser,
debe buscar desesperanzadamente a su autor
Dios, de estar,
debe sentirse muy triste.

saberse un hermoso verso que nadie pronuncia
descubrirse de pronto tan solo en el universo.



FUTURO

Frente a la hoja en blanco me florece la tristeza
un tenue río de pesares va empapando las palabras

Agudo dolor de silencios, ausencias y extravíos
¿hasta cuándo dolerás en cada gesto, a cada palmo?

Por la calle de abandonos que lleva al suspiro
camino junto a la sombra de un aliento antiguo y cruel
que sin piedad me condena al olvido

Los días se suceden tranquilos
sin que parecieran notar
que su fugacidad
me acerca la muerte

¿Y después del último sueño y la última lágrima?       
¿Y si en el funesto instante comprendemos
que el amor tampoco nos sobrevive?

¿Y si el amor no sobrevive?

        

TEXTOS  EM PORTUGUÊS
Tradução: ANTONIO MIRANDA

 

SÉCULO XXI

Entre dois mundos me debato
ser ou fazer é o dilema

Nascer borboleta em um mundo de redes
Acreditar no impossível apesar da estatística

Romper a garganta implorando trégua
acalmadas, pausadas, clementes

Evocar o outro sem receber jamais uma resposta.
Século XXI, pleno de solidão e despojos.
Século de morte, artifício e indústria.

Como acreditar com tanto tic-tac ressonante?
Como ser humano entre tanta calculada perfeição?


VERBO

Deus deve estar feito de letras,
infinitos signos desordenados
que escondem uma resposta que nem ele conhece.

Milhares de milhões de palavras
que incluem o porquê da existência.
Um eterno conto onde se narra a mesma história.
Antigo e melancólico poema que ninguém escuta.

Deus deve ser um papiro
que contém o código secreto da vida.
Uma tábua de argila onde foram gravados
os primeiros hieróglifos naquela distante primavera
da juventude do mundo.

Deus, de ser,
deve buscar sem esperança o seu autor
Deus, por estar,
deve sentir-se muito triste

saber que é um formoso verso que ninguém pronuncia
descobrir-se de repente tão só no universo.


FUTURO

 Diante da folha em branco me floresce a tristeza
um tênue rio de pesares embaraçando as palabras

Aguda dor de silêncios, ausências e extravios,
até quando vais doer em cada gesto, palmo a palmo?

Pela rua de abandonos que leva ao suspiro
caminho pela sombra de um anseio antigo e cruel
que sem piedade me condena ao olvido

Os dias se sucedem tranquilos
sem que percebam
que sua fugacidade
me aproxima a morte

E depois do último sonho e da última lágrima?
E se no fatídico instante compreendemos
que o amor tampouco sobrevive a nós?

E se o amor não sobrevive?


*

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Página publicada em agosto de 2023


 

 

Página publicada em abril de 2011
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