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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESÍA VENEZOLANA
Colaboración de ENRIQUE HERNÁNDEZ D´JESÚS

         

Foto: Enrique Hernández d´Jesús

ORLANDO PICHARDO
(1945-2015)

 

Nace en Barquisimeto, Venezuela en el año de 1945. Libros Publicados LA PALABRA QUE TENGO, Editorial LEA, 1978.DELAMAR, Editorial Tinta, Papel y Vida. Caracas-1986. RECONCILIACION DE LO REAL Y LO IMAGINARIO Editorial La Espada Rota, Cumana. 1990. CALENDARIO SECRETO, Fondo Editorial UCLA –1996. VISIONES DE SOL, Editorial Río Cenizo, Barquisimeto. 2000.- Editorial Río Cenizo. OFRENDAS AL ASOMBRO. Fondo Editorial UCLA -200 Del Amar. Fondo editorial UCLA. 2001 Ella: la palabra . Editorial. El Perro y la Rana. Caracas  Los vidrio rotos. Monte  Ávila Editores, Caracas 20 Director Revista Principia (Premio Nacional) Coordinador  página Literaria diario de frente. Venezuela.

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

LA POESIA

 

Todos los vidrios rotos del mundo

son mis huesos

mis páginas en blanco


LA PALABRA QUE TENGO

Si ellos lo permitieran sería su poeta

si ellos

los mendigos

las putas

los abandonados

Si ellos supieran que en mi garganta duelen sus

gritos

que me aferro al papel de sus angustias

pero es inútil

la palabra que tengo

no arroparía un solo dedo de sus llantos

 

 

CALLES

Desoladas calles donde nací

donde los esternones levantan chispas al caer

Calles llenas de bares

de penas

No existen risas ni esperanzas

sólo manos en abandono

y enronquecidas gargantas vacías de luz y cantos

¡OH! calles de mi pueblo

desesperadas calles

es tu recuerdo el que infla estas velas de ira

el que vuela este papagayo de añoranza

 

 

Pelícano

 

He descubierto

Que sin la tristeza

No me doy cuenta de la vida

Sin embargo

No soporto su aletear de pelícano enfermo

 

 

The Blind Willis of Atlanta ( El ciego Willis)

 

Es pájaro la noche

Se va en sonidos

Y un lamento de algodón

Salta su quejido

Blues

En corazón y tierra

Los hombres son sonido

Y en espasmo de memoria

Dan vueltas

Vueltas

Vueltas

Un agudo de guitarra desparrama ayes

Una liturgia de melancolía

Ruge

Y da vueltas

Es sonido la palabra

Y la armónica gime enamorada

 

La nostalgia ancestral que clama a dioses perdidos

 

 

Patrimonio

 

Recibí de patrimonio al mundo

Recibí el viento y la fuerza de la mar

Nadie podrá quitarme el canto del pájaro

Ni el susurro de las hojas

Es mío y lo comparto el efluvio enamorado de la lluvia

El flechazo de luz de los relâmpagos

 

El velamen que mueve a la luna al ritmo de mi mirada

 

Este es mi planeta

con volcanes, terremotos, ciclones

Con cantos de pájaros que abren las ventanas del alba

Me pertenece el sabor del mango

El pecado de la manzana

La mirada del necesitado

La redondez de tus senos y el quejido del orgasmo de la mujer que amo

Y aunque es breve, muy breve

Me pertenece, también,

el fugaz instante de la vida

 

 

         TEXTOS EM PORTUGUÊS
          Tradução: Antonio Miranda

 

 

A POESIA

 

Todos os vidros quebrados do mundo
são meus ossos
minhas páginas em branco

 


A PALAVRA QUE TENHO

 

Se eles permitissem seria um poeta
e eles
os mendigos
as putas

os abandonados
Se eles soubessem que em minha garganta doem
seus gritos
que me aferro ao papel de suas angústias
mas é inútil
a palavra que tenho
não revestiria um único dedo de seus prantos

 

RUAS

 

Desoladas ruas onde nasci
onde os ossos esternos levantam faíscas ao cair
Ruas repletas de bares
de penas
Não existem risos nem esperanças
apenas mãos em abandono
e roucas gargantas vazias de luz e cantos
Ó ruas de minha cidade
desesperadas ruas
é tua recordação que infla estas velas de ira
o que voa papagaio de lembrança

 

Pelicano

 

Descobri
Que sem tristeza
Não percebo a vida
No entanto
Não suporto o esvoaçar de pelicano enfermo

 

 

The Blind Willis of Atlanta ( O cego Willis)

 

É pássaro a noite
Esvai-se em sons
E seu lamento de algodão
Solta seu queixume
Blues
O coração e terra
Os homens sem som
E em espasmo de memória
Dão voltas
Voltas

Voltas

Um agudo de guitarra esparrama ais
Uma liturgia de melancolia
Ruge
E dá voltas
É som a palavra
E a harmonia geme enamorada


A nostalgia ancestral que clama aos deuses perdidos
 

 

 

Patrimônio


Recebi como patrimônio o mundo
Recebi o vento e a força do mar
Ninguém poderá quitar-me o canto do pássaro
Nem o sussurro das folhas
É meu e compartilho o eflúvio enamorado da chuva
O flechaço de luz dos relâmpagos

 

O velame que move a lua ao ritmo de minha mirada

 

Este é o meu planeta
com vulcões, terremotos, ciclones
Com cantos de pássaros que abrem as janelas da aurora
É meu o sabor da manga
O pecado da maçã
O olhar do necessitado
A redondeza de teus seios e o queixume de orgasmo da mulher
que amo
E mesmo sendo breve, muito breve
é meu, também,
o fugaz instante da vida

 

 

 

ANTOLOGÍA 5to. FESTIVAL MUNDIAL  2008. Homenaje a Gustavo Pereira.   África / América / Ásia / Europa / Oceanía.  Caracas, Venezuela: Fundación Casa Nacional de las Letras Andrés Bello, 2009.  372 p.  15,5x20 cm. "5º. Festival Mundial de Poesía".   ISBN 978-980-214-221-7   Ej. bibl. Antonio Miranda


5º FESTIVAL MUNDIAL DE POESIA

 

 

UN CRISTO

Todos los dias
trajeado de soledad
y clandestino en su dolor muere un Cristo
Clavado al hambre
traicionado por judas financeiros
y sacerdotes de la trampa
Negado por governantes
Que lavan sus manos en copas de sangre
Todos los días
en cualquier calle
en cualquier campo
muere un Cristo
¡Señor!
Por qué nos hemos abandonado

 

 

 

UM CRISTO

 

Todos os dias
vestido de soledade
e clandestino em sua dor morre um Cristo
Cravado na fome
traído por judas financeiros
e sacerdotes da fraude
Negado por governantes
Que lavam suas mãos em vasos de sangue
Todos os dias
em qualquer rua
em qualquer lugar
morre um Cristo
Senhor!
Por que nos abandonamos

 

 

 

       CANTAD POETAS DE AMÉRICA... CANTAD

Sé de hablares y decires
de bocas elegantes que horadan la palabra
bocas ebrias que saben de vinos
bocas verdugos que denteladas brotan llanto
bocas vírgenes y sabias con manantial de infancia
y tristes
como la mía
que solo siente y canta de esperanza
sin comas
sin acentos
con contracciones amorosas
y lamentos profundos
Un linguaje
ritmo de follaje despeinado
un hablar enronquecido de tambor ancestral
Un alarido que hace eco en cuevas donde la muerte
pinta sus mejores muertos
Un decir que cruje de aliento
con sonido de 600 millones de bocas
de 600 millones de poetas
que recién inician su canto

 

 

 

             CANTAI POETAS DA AMÉRICA... CANTAI

Sei de falares e dizeres
de bocas elegantes que perfuram a palavra
bocas ébrias que conhecem vinhos
bocas incômodas que por dentadas brotam o pranto
bocas virgens e sábias com manancial de infância
e tristes
como a minha
que apenas sente e canta pela esperança
Uma linguagem está nascendo
sem vírgulas
nem acentos
com contrações amorosas
e lamentações profundas
Uma linguagem
ritmo de folhagem descabelada
um falar enrouquecido de tambor ancestral
Um alarido que faz eco em curvas onde a morte
pinta seus melhores mortos
Um dizer que range de alento
com o som de corda temperada em infortúnios
Um coro de 600 milhões de bocas
de 600 milhões de poetas
que recém iniciam o seu canto



 Página publicada em julho de 2015

 

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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