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JESUS SERRA

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  /  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

CONSTANCIA DEL AMOR Y DE LA MUERTE

(Fragmentos) 

 

3

 

DESDE un tiempo que no se memoriza

por divino y sediento

vengo acumulando

las palabras propicias

que destruyan mi muerte.

 

 

7

 

QUEDAMOS en la vía

donde se crispan tiempos y raíces.

 

Quedamos como presos

con el amor comiéndonos el rastro.

 

 

15

 

EN esta tarde cálida y desierta

he visitado

las casas funerarias

y he preguntado por los pasaportes de los muertos

por las caricias archivadas

y por los odios ya débiles

y volubles como húmedas cáscaras.

 

He puesto los oídos

en la carne dura del asfalto

y he sentido las huellas del mendigo

ásperas como un cedro

y extrañamente desfiguradas.

 

En esta tarde acosada por visitantes sin camisa

he delimitado mi territorio de esperanzas

y he asistido como demente triste

a las orillas de este lago impaciente.

Viajo siempre con las manos en alto

A esta confluencias de risas, agua y sueños.

 

 

24

 

A VECES morirás

y será el comienzo de muchas muertes necesarias.

 

Tus voces

—moradores en todo—

abrirán sus puertas al silencio.

 

Y estarás mucho tiempo

contristado

calculando el peso de tus muertes.

 

 

27

 

MI gruta

deja sin voz los pájaros

que por falta de campo para el vuelo

se estrellan en mi boca.

 

Y mientras

los pájaros erran

mi soledad cruje.

Mas el silencio

siempre intensifica

todos los territorios de la muerte. 

 

Extraído de CONSTANCIA DEL AMOR Y DE LA MUERTE.  Caracas: Ediciones Poesía de Venezuela 1968. 

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS 
Tradução de Antonio Miranda


CONSTÂNCIA DO AMOR E DA MORTE

(Fragmentos) 

3

 

DESDE um tempo que não se memoriza

por divino e sedento

venho acumulando

as palavras propícias

que destruam minha morte.

 

 

7

 

FICAMOS na via

onde se enrugam os tempos e raízes.

 

Ficamos como presos

com o amor corroendo-nos o rastro.

 

 

 

15

 

NESTA tarde cálida e deserta

visitei

as casas funerárias

e perguntei pelos passaportes do mortos

pelas carícias arquivadas

e pelos ódios já débeis

e volúveis com úmidas cascas.

 

Encostei os ouvidos

na carne dura do asfalto

e senti as pegadas do mendigo

ásperas como um cedro

e estranhamente desfiguradas.

 

Nesta tarde acossada por visitante sem camisa

delimitei meu território de esperanças

e assisti como demente triste

nas margens deste lago impaciente.

 

Viajo sempre com as mãos para o alto

a esta confluência de risos, água e sonhos.

 

 

24

 

 

À VEZES morrerás

e será o começo de muitas mortes necessárias.

 

Tuas vozes

—moradoras em tudo—

abrirão suas portas ao silêncio.

 

E estarás muito tempo

entristecido

calculando o peso de tuas mortes.

 

 

27

 

MINHA gruta

deixa os pássaros sem voz

que por falta de campo para o vôo

se estilhaçam em minha boca.

 

E enquanto

os pássaros erram

minha solidão range.

Mas o silêncio

sempre intensifica

todos os território da morte. 

 

Extraído de CONSTANCIA DEL AMOR Y DE LA MUERTE.  Caracas: Ediciones Poesía de Venezuela 1968. 

 



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