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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: Vilena Figueira


GABRIEL SALDIVIA


(El Tocuyo. Estado Lara, 1956).

 

Cursó estudios de literatura en el PedagÓgico de Barquisinieto y en la Escuela de Letras de la Universidad Central de Venezuela. Ha publicado los libros de poesia: Concierto de pasos (1979); Brasa de sol (1997); Ceniza Inicial (2002); El confesor (2006): El corroncho (2006); Lumbres de ceniza (2008).

Blog del poeta: http://manuscritosantiguos.blogspot.com/

 

De
Gabriel Saldivia
Antología poética
Caracas: Alcaldía; Fondo Editorial Fundarte, 2010. 
 160 p.   ISBN  978-980-253-455-5

 

TEXTOS EN ESPAÑOL    /    TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

Chatarra

 

Encallado en aquello que corroe el metal

rendidas al olvido del oxido las piezas

fisuran el vidrio las ufias de las ruinas

y el sol contrae el tiempo

arrugando los hierros

entre resortes que resisten

impredecibles parajes de lo incierto.

 

Cuerpo en cerco de consumaciones

memoria el semblantejoven

y pasajera la ilusion.

 

Todo intento es inutil

por volver al rigor del movimiento.

 

Los dias se hacen chatarras

en mis ojos.

 

 

Extravlos

 

Los zapatos me esperan

aunque tarde en levantarme

esperan

saben que inevitablemente

entrare en sus trenzas

 

donde me llevaran hoy

 

asfalto caliente

aguas turbias

desperdicios y moscas

 

les gusta el verde

la humedad deljardin

la calma de la plaza

 

como nos parecemos

 

hasta en los caminos equivocados.

 

 

Brasa de sol

 

Creci en solares baldíos

cuando las brasas del sol

humeaban como fogones entre las piedras

y el viento desbocado en el polvo

arremolinaba las espuelas del gallo

que aún canta en mi memoria.

 

Alii aprendí del reptil

el pie descalzo en la piedra que arde

la espera serena donde la lluvia es tardía.

 

Por eso mi techo es teja rota

y mis puertas dan a la intemperie.

 

FÁBULA

11


Cuando la luz rozaba su piel

se ruborizaba de encanto

el cuerpo ardiente de las corolas.

 

Lenguas de sol abrían semillas

en copulas de sutiles encuentros.

 

Polen el semen

por aguas salitrosas

donde el deseo

se hace carne en la flor

y salivas de miel

atraen mariposas

cuando falos

luminosos hongos

derraman fértiles sudores.

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

SUCATA

Encalhado naquilo que corrói o metal
rendidas ao olvido do óxido as peças
fissuram o vidro as unhas das ruínas
e o sol contrai o tempo
enrugando os ferros
entre molas que resistem
imprevisíveis paragens da incerteza.

Corpo no cerco de consumações
memória o semelhante jovem
e passageira a ilusão.

Qualquer tentativa é inútil
para regressar ao rigor do movimento.

Os dias viram sucata
em meus olhos.

 

EXTRAVIOS

Os sapatos me esperam
mesmo quando tarde me levante
esperam
sabem que inevitavelmente
entrarei em suas tranças

aonde me levarão hoje?

asfalto ardente
águas turvas
desperdícios e moscas

gostam do verde
da umidade do jardim
da placidez da praça

como nos assemelhamos

até nos caminhos equivocados.

 

BRASA DE SOL

Cresci em solares baldios
quando as brasas do sol
esfumavam como fogões entre pedras
e o vento desbocado no pó
em redemoinho nas esporas do galo
que ainda canta em minha memória.

Ali aprendi do réptil
o pé descalço na pedra que arde
a espera serena onde a chuva tarda.

Por isso meu teto é de telha rota
e minhas portas voltadas para a intempérie.

 

FÁBULA

11
Quando a luz roçava sua pele
ruborizava-se por encanto
o corpo ardente nas corolas.

Línguas de sol rompiam sementes
em cópulas de encontros sutis.

Pólen o sêmen
por águas salitrosas
onde o desejo
faz-se carne em flor
de salivas de mel
atraem borboletas
quando os falos
luminosos   fungos
vertem férteis suores.

 

Página publicada em abril de 2011


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