ESTRELLA GOMES
Nace en 1990, Miranda (Venezuela). Fue integrante del Programa Circuito Liceísta de las Letras. Participó en el 1º Encuentro Nacional de Poetas Liceístas 2006 y en el Encuentro de Escritores Colombo-Venezolano 2006 (Cúcuta). Invitada a la I Feria Internacional del Libro Popular” de Bogotá 2007 y al evento de Poesía y artes “Os dias do Criaçao”, Portugal 2007. Publicaciones: I y II Antología “Voces jóvenes en la mirada del mañana”, 2006 y 2007 (Nadie nos Edita y Casa Andrés Bello), poemario “Sienes de mujeres anónimas”, 2006 (Casa Andrés Bello y Nadie nos Edita). Ganadora del Premio Nacional del Libro CENAL Poesía Juvenil 2006.
Actualmente produce y conduce el programa radial literario “Habitantes de la palabra” para Activa, Radio Nacional de Venezuela. Ha publicado en las revistas
digitales: “Remolinos” (Perú), “Palabras diversas” Nº5 (México), “Letralia” (Venezuela), Los Poetas del Cinco (Chile), Zunai Brasil e Incomunidade (Portugal). Formó parte del trabajo de “Una y muchas vidas en la palabra” registro testimonial de las voces comunitarias. Recientemente facilitadora del Sistema Nacional de Talleres Literarios.
Fuente: TRÁNSITO DE FUEGO / TRÂNSITO DE FOGO - Selección de jóvenes poetas latinoamericanos / Selecção de jovens poetas latinoamericanos 1972-1990. Selección y compilación / Seleção e compilação Raquel Molina. Traducción al português / Tradução ao português Gladys Mendía. Caracas: Casa de las Letras Andrés Bello, 2009.
TEXTOS EM ESPAÑOL / TEXTOS EM PORTUGUÊS
Nos levantamos hechos lluvia
con necesidad de mutilar sueños
y una que otra lengua
Al atardecer
esperaremos los matices naranjas
convertidos en una copa
o una vara de incienso
quizás esperemos que nos siembren
un arcoiris en la espalda
Al fnal contemplaremos el llanto
casi vegetal
y un rostro
que espera ser fusilado
junto al gruñido de una cafetera
ella
nos hace recordar
que hemos olvidado los documentos
que nos divorcian
hoy
del mundo
África
Cuántas veces podremos dibujarnos
el vientre en silencio
por el hijo que no tengo
por las manos que gritan
el abismo perfecto
Las mujeres de pie
sepultadas en tierra
sorteándose el futuro en la bala
los ojos desaparecen
dónde está Fur
dónde Zaghawa
dónde Masalit
esta vez no fue el trigo
el que empapó sus cuerpos
la lengua de los ancianos no gobernará
pueblo de sombras
el mijo ha quedado en silencio
Se incineran los pasos
antes de rozar
la superfcie de la tierra
ella gime en nuestras manos
cuando nos despertamos siendo los mismos
le mentimos al tiempo
haciéndonos infnitos
en los minutos
que aún no han llegado
en los gritos
cultivados en la mirada
Jugamos a construir un rostro
ante el espejo
en el que nos podamos reconocer
como otros
capaces de tornear el silencio
de sumergirnos mudos
en las dudas
de aceptar y reír
con el ausente
de hablar con la piel
pero entonces
la noche
se nos viene en el cuerpo
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Gladys Mendí
ESTRELLA GOMES
Nasce em 1990, Miranda (Venezuela). Foi integrante do Programa Circuito Liceísta das Letras. Participou no 1º Encontro Nacional de Poetas Liceístas 2006 e no Encontro de Escritores Colombo-Venezuelano 2006 (Cúcuta). Convidada à I Feira Internacional do Livro Popular” de Bogotá 2007 e ao evento de Poesia e artes “Os dias do Criação” Portugal 2007. Publicações: I e II antologia “Vozes jovens na mirada do manhã” 2006 e 2007 (Ninguém Nos Edita e Casa Andrés Bello), poemário “Sienes de mulheres anônimas” 2006 (Casa Andrés Bello e Ninguém Nos Edita). Ganhadora do Prêmio Nacional do Livro CENAL Poesia Juvenil 2006.
Atualmente produz e conduz o programa radial literário “Habitantes da palavra” para Activa, Rádio Nacional de Venezuela. Publicou nas revistas digitais: “Rede-
moinhos” (Peru) “Palavras diversas”Nº5 (México), “Letralia” (Venezuela), Os Poetas do 5 (Chile), Zunai Brasil e Incomunidade (Portugal). Fez parte do trabalho de “Uma e muitas vidas na palavra” registro testemunhal das vozes comunitárias. Recentemente facilitadora do Sistema Nacional de Oficinas Literárias.
Levantamo-nos feitos chuva
com necessidade de mutilar sonhos
e uma que outra língua
Ao entardecer
esperarmos os matizes laranjas
convertidos numa taça ou uma vara de ince
quiçá esperemos que nos semeiem
um arco-íris nas costas
Ao final contemplaremos o pranto
quase vegetal
e um rosto
que espera ser fuzilado
junto ao grunhido de uma cafeteira
ela
nos faz recordar
que esquecemos os documentos
que nos divorciam
hoje
do mundo
África
Quantas vezes poderemos nos desenhar
o ventre em silêncio
pelo filho que não tenho
pelas mãos que gritam
o abismo perfeito
As mulheres em pé
sepultadas em terra
a se sortear o futuro na bala
os olhos desaparecem
onde está Fur
onde Zaghawa
onde Masalit
desta vez não foi o trigo
o que empapou seus corpos
a língua dos idosos não governará
povo de sombras
o milho tem ficado em silêncio
Se incineram os passos
antes de roçar
a superfície da terra
ela geme em nossas mãos
quando nos acordamos sendo os mesmos
lhe mentimos ao tempo
nos fazendo infinitos
nos minutos
que ainda não chegaram
nos gritos
cultivados na mirada
Jogamos a construir um rosto
ante o espelho
no que nos possamos reconhecer
como outros
capazes de tornear o silêncio
de nos submergir mudos
nas dúvidas
de aceitar e rir
com o ausente
de falar com a pele
mas então
a noite
se nos vem no corpo
Dois critérios marcaram a seleção das obras, o primeiro esteve determinado pela ubicação geracional, os nascidos entre 1972 e 1990; o segundo critério esteve orientado pela procura de uma voz própria, singular e independente que permitisse abrir-se passo por si mesma um espaço, umas representadas na audácia do dizer, outras, expressadas na sua estreita relação com a realidade social ou com os fortes laços da pertença e a consciência latinoamericana.
Página publicada em abril de 2009
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