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ARTURO GUTIÉRREZ PLAZA

ARTURO GUTIÉRREZ PLAZA

Nasceu em Caracas, Venezuela, em 1962. É mestre em Literatura Latino-americana pela Universidad Simón Bolívar. Membro-fundador da editora alternativa Pequeña Veneca. Publicou em revistas e suplementos literários do país.

Ha publicado Al margen de las hojas (Monte Ávila Editores, 1991), finalista en el Premio Fundarte (1991) y en el Premio Internacional de Poesía Juan Antonio Pérez Bonalde (1993). En 1995 obtuvo el Premio Mariano Picón-Salas con el libro Propósito común. En 1999 obtuvo el Premio Hispanoamericano de Poesía Sor Juana Inés de la Cruz, con Principios de contabilidad (México: Conaculta, 2000).

TEXTOS EN  ESPAÑOL  /  TEXTOS EM PORTUGUÊS
 

COMO QUIEN ESPERA SENTENCIA

En Mayo, Caracas se puebla
de paraguas que ven al cielo com nostalgia.
La garúa se va sembrando
en los huesos, como la hiedra
en el portal de las casas.

Las buenas gentes, que en las plazas se aglomeran,
buscan refugio en las Iglesias
y escriben poemas (plegarias a Dios)
al amparo de las letanías
encendiando velas hasta que escampa.

Sin duda, Mayo es tiempo de recogimiento,
pasado el via crucis, la humedad terrenal
insiste en golpear sobre el asfalto,
obligando a los fieles a pagar sus culpas,
apretados contra las paredes, em larga procesión,
como quien espera sentencia
emnla húmeda antesala del infierno.


CONSIDERANDO EN FRIO...

Tomando en cuenta
que antes de nacer ya llevaba un nombre,
adviritiendo sin prudencia mi buen juicio
a la hora de escoger
entre el trabajo digno de poeta
y el oficio bien remunerado.

Considerando que em estas latitudes,
los dias resultan tan imprevisibles
como el inicio de las lluvias o la llegada de un buen
                     amor.
Sabiendo de antemano, que entre uno y outro
verbo, siempre resultan los hechos antes que los
                     horarios.

Suponiendo, en fin, rojo el atardecer
sobre esta página, he decidido terminar estos versos,
n o con un punto final — como lo aconseja la tradición —
sino dejándolo virgen, en su propia envoltura,
siempre detenido a la espera de la nueva orden
que dicten las musas
en la marcha y contramarcha de estos tiempos.


LOS POETAS EN MI PAÍS

En mi país los poetas nacen como la hierba mala,
desde pequeños se juntan en los parques
y se recitan poemas entre ellos.
Y es que pocos, casi ninguno, pudieron aprender a
                  montar bicicleta,
por eso, a veces, el equilibrio les falla
y se dicen cojos,
aves raras como albatros.
Entonces sus amigos
— los poetas más cercanos —
les hablan de bosques invisibles
y de legendarias comarcas.
Así pasan los dias renombrndo la esfera,
mirando en Ella
cómo los hombres apoyados en su aliento
caminan sin muletas
sobre la duta piel de las aceras.

 

Extraídos da revista POESIA SEMPRE. Ano 2, número 3, fevereiro de 1994.

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TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

COMO QUEM ESPERA UMA SENTENÇA

Em maio, Caracas fica repleta
de guarda-chuvas que olham o céu com nostalgia.
A garoa vai entranhando
nos ossos, como a hera
no portal das casas.

A gente boa, que se aglomera nas praças,
busca refúgio nas igrejas
e escreve poemas (preces a Deus)
ao amparo das ladainhas,
acendendo velas até que escampa.

Sem dúvida, é tempo de recolhimento,
depois da via crucis, a umidade terrestre
insiste em golpear o asfalto,
obrigando os fiéis a pagar suas culpas,
apertados contra as paredes, em vasta procissão,
como que espera uma sentença
na úmida antecâmara do inferno.


CONSIDERANDO FRIAMENTE
...

Levando em conta
que antes de nascer já tinha um nome,
advertindo sem prudência meu bom senso
na hora de escolher
entre o trabalho digno do poeta
e o ofício bem remunerado.

Considerando que nestas latitudes,
os dias costumam ser imprevisíveis
como no início das chuvas ou a chegada de um belo
           amor.
Sabendo de antemão, que entre um e outro
verbo, sempre resultam os fatos antes que os
           horários.

Supondo, afinal, rubro o entardecer
sobre esta página, decidi concluir estes versos,
não com um ponto final  como recomenda a tradição —
senão deixando-o virgem, em sua própria envoltura,
sempre detido à espera de uma nova ordem
que as musas ditam
na marcha e contra-marcha dos tempos atuais.


OS POETAS EM MEU PAÍS


Em meu país os poetas nascem como erva daninha,
desde pequenos se reúnem nos parque
e recitam poemas uns para os outros.
Sucede que poucos, quase nenhum, puderam
                aprender a andar de bicicleta,
por isso, às vezes, falta-lhes o equilíbrio
e se dizem coxos,
aves raras como albatrozes.
Então seus amigos
— os poetas mais íntimos —
falam de bosques invisíveis
e de comarcas legendárias.
Assim passam os dias reinventando a roda,
vendo nela
como os homens apoiados em seu ânimo
caminham sem muletas
sobre a dura pele das calçadas.

 

Página publicada em novembro de 2008.




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