POESIA NEOBARROCA
CARLOS RODRÍGUEZ ORTIZ
Nasceu em Santo Domingo (Republica Dominicana), em 1951, e faleceu em Nova York (EUA), em 2001. Publicou El ojo y otras clasificaciones de la magia (1994), que ganhou o Prêmio de Poesia Pedro Henriquez Urena. Foi um dos fundadores da revista DeAzur. Deixou inéditos: El West End Bar y otros poemas; Puerto gaseoso e Volutas de invierno.
TEXTOS EN ESPAÑOL / TEXTOS EM PORTUGUÊS
SOBRE
Después de la experiencia del mercurio en cuanto
a sus fisuras y tentÁculos aParece un sobre Blanco
discretamente rayado. 1 Va el senor y se desplaza con la. mano en el
sombrero.
Crujen los occipitales bajo el embarazo de la fibra ultima
y está distinto el panorama, sereno, oscuro como este renglon de otoño.
Es caso, fuego cortado el filtro lleno de liquido hlanco y espumoso.
Así el disïtnte de sí mismo, lo ácido del vuelo
aïhora que me salpico de barniz y aclaro mi posición de uñas mansas.
Me declaro tal cual soy sin precisamente sujetarme en mis niveles.
Osan las alas en un desierto panorama donde atino la neutralidad
y oprimo vida y muerte.
ACERAS SIN ZAPATEOS
Voy a cortar los ojos a la proyecclón (las alas del vuelo,
como han indicado otros) y operar desde otro plano, entarimado.
Mi casa es quizás muchos lugares.
Construyo su facsímil andando por las avenidas,
entrando a tiendas amarillas quemadas por el norte
con la mano en el bolsillo, revisando mis monedas y observando
a esta cajera de tez negra que dice palabras
ininteligibles en una lengua igualmente dorada.
Paso de una calle a otra y hay un vaho de chimeneas
en los edificios que contemplo.
Sigo calle adentro y sigo divisando las cosas que me resultan
familiares (por mi hábito de verlas).
Finalmente regreso a ml casa y saludo a alguna gente.
Los barrenderos esconden sus escobas después de uniformados
y se paran en la acera y a veces no saludan.
Les doy el lenguaje agradable de mis labios a Dario y a los
otros que se beben el día en sus jarras de cebada.
Vuelvo entonces.
Espera otro recinto, la casa referida y no ésta, disuelta
en la abstracción.
Villa Carmela de Apellido Samper.
Eso que queda de los ojos el reloj olfatea.
Hay que andar, echarse AL metro y esperar las páginas ajadas
de uma calleja llamada Tiemann Place.
Ahí está la ! luuuuuu nah!
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TEXTOS EM PORTUGUÊS
ENVELOPE
Tradução: Claudio Danlel
Depois da experiência do mercúrio enquanto
a suas fissuras e tentáculos aparece um envelope branco
discretamente rajado.
Vai o senhor e se afasta com a mão no chapéu.
Rangem os occipitais sob o embaraço da última fibra
e está distinto o panorama, sereno, escuro como esta nota de outono.
E caso, fogo cortado o filtro cheio de líquido branco e espumoso.
Assim o distante de si mesmo, o ácido do vôo
agora que me salpico de verniz e aclaro minha posição de unhas mansas.
Declaro-me tal qual sou sem precisamente sujeitar-me em meus níveis.
Ousam as asas em um deserto panorama onde atino a neutralidade
e oprimo vida e morte.
New York, Oct. 13-96 (Under Hill)
CALÇADAS SEM SAPATEADOS
Tradução: Claudio Danlel
Vou cortar os olhos a projeção (as asas do võo,
como indicaram outros) e operar desde outro plano, assobradado.
Minha casa é talvez muitos lugares.
Construiu seu fac-símile andando pelas avenidas,
entrando em lojas amarelas queimadas pelo norte
com a mão no bolso, contando meus cobres e observando
esta vendedora de tez negra que diz palavras
ininteligíveis em uma língua igualmente dourada.
Passo de uma rua a outra e há um vapor de chaminés
nos edifícios que contemplo.
Sigo rua adentro e sigo divisando as coisas que me parecem
familiares (por meu hábito de vê-las). ,
Finalmente regresso a minha casa e cumprimento algumas pessoas.
Os varredores escondem suas vassouras depois de uniformizados
e param na calçada e as vezes não cumprimentam.
Dou a eles a linguagem agradável de meus lábios, a Dario e aos
outros que bebem o dia em seus copos de água de cevada.
Volto então.
Aguarda outro recinto, a casa referida e não esta, dissolvida
na abstração.
Villa Carmela de Sobrenome Samper.
Isso que fica dos olhos o relógio olfateia.
É preciso andar, atirar-se ao metrô e aguardar as páginas surradas
de uma ruela chamada Tiemann Place.
Aí está a luuuuuu ah!
De JARDIM DE CAMALEÕES - a poesia neobarroca na América Latina. Organização, seleção e notas Claudio Daniel. Traduções de Claudio Daniel, Luis Roberto Guedes, Glauco Mattoso. São Paulo: Iluminuras, 2004.
ISBN 85-7321-207-1 Página da editora: WWW.iluminuras.com.br
A primeira grande antologia da poesia neobarroca em escala continental. O prefácio de Haroldo de Campos desvenda (y da relieve) a algumas características do estilo que é ainda pouco compreendido. Uma aproximação digna de leitura. Muitos dos poetas antologados já estão em nosso Portal de Poesia Iberoamericana: Eduardo Espina, Eduardo Milán, Haroldo de Campos, Horácio Costa, José Kozer, José Lezama Lima, Josely Vianna Baptista, Néstor Perlongher, Paulo Leminski, Raúl Zúrita, Severo Sarduy e Wilson Bueno. Vamos selecionar 4 ou 5 dentre os restantes, dentro dos limites razoáveis do princípio do “open access” do Creative Commons, no afã de divulgar a obra e recomendar a antologia aos nossos internautas. Comi disse Horácio Costa na “orelha”: “A presente antologia organizada por Claudio Daniel tem o mérito de buscar mapeá-lo entre vários países, origens generacionsis e estéticas, e nas duas línguas da América Latina (...)”.
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