Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

NICOLAU TOLENTINO DE ALMEIDA

(1740-1811)

 

Nicolau Tolentino de Almeida (Lisboa, 10 de setembro de 1740 – Lisboa, 23 de junho de 1811) foi um poeta português.

 Pertenceu ao movimento da Nova Arcádia (1790-1794). Aos vinte anos ingressou em Leis na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, mas ao invés dos estudos optou por uma vida boémia e de poeta. No ano de 1765 tornou-se professor de retórica, numa das cátedras criadas pelo Marquês de Pombal, após a expulsão dos jesuítas.

Seus versos continham sempre pedidos, pleiteando um cargo na secretaria de estado, até que este foi satisfeito, com a nomeação como oficial de secretaria.

Foi professor durante quinze anos, mas esta vida desagradava-o. Inadaptado e descontente até conseguir o posto na Secretaria dos Negócios do Reino. Obteve tudo quanto pretendeu, o que não o fez deixar de deplorar uma suposta miséria.

Bom metrificador, compôs sátiras descritivas e caricaturais, sonetos e odes, que reuniu em 1801 num volume chamado Obras Poéticas. Ficou na superfície, mas apreendeu bem os erros e ridículos da época. O seu cômico consistia no agravamento das proporções, hipertrofiando o exagero, que encontrava.

Usavam-se, então, penteados muito altos, daí o haver Tolentino informado que lá se podiam esconder os mais variados objectos: uma arca, um colchão e até mesmo um homem. Ridiculariza as que se enfeitavam com vistosas cabeleiras, sem melhorar o juízo; as velhas que recorriam à formosura postiça; os vadios e ociosos; os maridos que apanhavam da mulher. Disse mal dos seus professores e até das suas aulas.

Acabou por falecer sozinho com 70 anos de idade, na Rua dos Cardais de Jesus, freguesia das Mercês (Lisboa), sendo sepultado num jazigo subterrâneo da igreja paroquial das Mercês.  Fonte da biografia: wikipedia

 

 

SONETOS. v.1.Jaboatão dos Guararapes, PE: Editora Guararapes EGM, s.d.  154 p.  16,5 x 11           cm.  ilus. col.  Editor: Edson Guedes de Moraes. Inclui 148 sonetos de uma centena de poetas brasileiros e portugueses.  Ex. bibl. Antonio Miranda


 

 LIVRO DOS POEMAS.  LIVRO DOS SONETOS. LIVRO DO CORPO. LIVRO DOS DESAFOROS.     LIVRO DAS CORTESÃES. LIVRO DOS BICHOS..  Org. Sergio Faraco.   Porto Alegre: L.P. & M., 2009.   624 p   ISBN 978-85-254-1839-5               Ex. bibl. Antonio Miranda 

Poema extraído da seção Livro dos desaforos:

A UM LEIGO QUE ERA VESGO E NUNCAA TEVE
FASTIO; E A QUEM, POR ACASO, TOCOU NA
CABEÇA A PONTA DE UM ESPADIM

Feriu sacrílega espada,
alçada por mão traidora,
cabeça que sempre fora
tá aos barbeiros vedada;
d´entre a grenha profanada
corre o sangue à pedra dura;
tosquiou-se a matadura
e o casco rebelde a ordens
precisou destas desordens
para ter prima tonsura.

Feroz solado imprudente,
que nova espada esgrimiu,
foi o ímpio que feriu
esta vítima inocente;
a quem do golpe insolente
o motivo lhe procura,
diz que fez compra segura,
quis ver que tal era a folha,
cortando por coisa dura.

Homem de tenção danada,
só tu conseguiste o fim
de entrar o teu espadim
aonde não entra nada;
da repentina estocada
cai o padre desmaiado
mas quando recuperado
a ti os olhos volveu,
sabes o que te valeu?
Foi teres já almoçado.

Todo mundo te pragueja,
porque em detestável guerra,
ias deitando por terra
esta coluna da Igreja
mas se triunfasse a inveja
e o padre morresse então,
dize, ó ímpio coração,
que tanto em furor te eriças,
que ajudaria as missas?
Quem tocaria ao sermão?

Quem nos daria a certeza
de haver outro homem sisudo,
que pudesse comer tudo
quanto se puser na mesa?
Da provida natureza
quem havia as leis seguir?
Observante em digerir,
qual outro havia saber
depois de acordar, comer,
depois de comer, dormir?

Que importa, ó cruel soldado,
para desculpar teu erro,
ter siso o teu ímpio ferro
já pela pátria arrancado?
Que importa que em campo armado
junto a si Lippe
* te veja?
Que importa que o mundo seja
das tuas ações o abono,
se a mão que defende o trono

*Oficial que comandou as forças anglo-portuguesa, em 1762,
contra franceses e espanhóis.

 

 

 

*

VEJA e LEIA  outros poetas de PORTUGAL em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/portugal/portugal.html

 

Página publicada em agosto de 2022

 

 

Página publicada em julho de 2018

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar