Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: https://www.faroldanossaterra.net/ 

 

MANUEL MADEIRA 

 

 

Manuel Casimiro Madeira Telles, nascido em 31.01.1872, na Quinta da Coitena, Bobadela, Oliveira do Hospital, e falecido na mesma quinta em 1945. Filho do proprietário Luiz Madeira Dias da Fonseca, e de D. Maria Rita Telles de Loureiro Cardoso, irmã do Major Telles. Casou a 21.06.1893 com D. Alzira Lopes de Matos Cid, pianista, tia da poetisa Heloísa Cid, e prima direita de José Sobral Cid.

 

Foi estudante em Coimbra, onde travou e cultivou uma longa amizade com o também poeta António Nobre, que lhe dedica um poema 'Carta a Manoel', no famoso 'Só'. Monárquico, regionalista.

 Foi proprietário e director de vários jornais regionais da Beira ('Voz da Beira', 'Gazeta da Beira'), e colaborador em muitos outros, com especial destaque para o 'A Comarca de Arganil'. No âmbito do seu trabalho como chefe de finanças, escreveu várias obras sobre assuntos fiscais e prediais, e uma sátira sobre a natureza dos concursos públicos ("Concursos").

 

Escreveu vários livros de poesia, dos quais se destacam o patriótico "Portugueses a El-Rei D. Manuel II", um conjunto de poemas dedicado às Rainhas D. Amélia e D. Maria Pia.

Foi tradutor do provençal para o português ('Mireia', de Fréderic Mistral, em colaboração com João Maria Cerqueira de Azevedo), entre outras obras inéditas que se encontram na Biblioteca Nacional.

 

 

 

 

O PRISMA DE MUITAS CORES. Poesia de Amor portuguesa e brasileira.    Organização Victor Oliveira Mateus. Prefácio  Antônio Carlos Cortes.  Capa Julio Cunha.  Fafe: Amarante: Labirinto, 2010  207 p.      Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

        Anatomia do Amor Imprevisível

 

 

       Tudo quanto existe poderia ser diferente
senão na essência ao menos na aparência
porque nada estava escrito para ser assim
ou de qualquer maneira que não fosse inércia
do caos à deriva do acaso aos trambolhões
com o amor dissolvido no caldo às cambalhotas
que mais tarde adotam como modelo metabólico
prenúncio antecipado, de conteúdo sem forma.

Tudo era latente e implícito na negação do nada
virtualmente à espera que o tempo apaziguasse
as convulsões inóspitas em que estava envolto,
embora aberto e disponível no campo dos possíveis.
Foi quando o amor surgiu inesperado e lento
do caldo químico que o alimentava.
Disperso e sufocado, nele vibrava já o coração telúrico
que depois floresceu, se propagou e está presente aqui
tocado pela ânsia que lhe percute as cordas
fazendo-as vibrar como silêncio vibra,
sendo certo e seguro que ele não falava por não haver palavras
mas também não mentia, como agora que as há,
mergulhado que estava na fabricação de genes
porventura sonhando com a perturbação da vida.

 

        Nada existia antes que não fosse tudo
concentrado na ausência do que veio depois
cingido pelas asas álacres da inquietação sem dor
para que o tempo de mãos dadas com o cosmo
parissem as estrelas com o sol jovem sorrindo
ao amor à deriva mergulhado em si próprio
despertando a arder da sua letargia.

E mesmo sem mãos e sem pés a que faltam os dedos
ou sequer um nome para o baptizar,
o sexo pulsava prematuro o incógnito na primeira célula
cissiparando em duas o que era só uma
talvez sem emoção, mas com eficiência
ensaiando o protótipo das bocas para os primeiros beijos
sob os rubros auspícios de serem falo e vulva
numa atracção mútua de (in)fidelidade
ao sabor de leis que os distinguem e identificam
para servir a espécie que confundem comigo
em que o amor é explosão de semente florindo
de súbito formando uma única raiz,
ou o fim produzindo um novo princípio
à custa do orgasmo como moeda de troca...

 

 

 

***

 

 

 

VEJA e LEIA outros poetas de PORTUGAL em nosso Portal:

 

http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/portugal/portugal.html

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2021

 

 

 

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar