LUIS SERGUILHA
Nasceu em Vila Nova de Famalicão, Portugal, em 1966. Lecionou Educação física por doze anos, atleta em competições esportivas e um dos pioneiros das “Bibliotecas de Jardim”. Investiga a cultura castreja. Recebeu o Prêmio de Literatura Júlio Brandão.
Poeta, crítico. Autor de várias obras de poesia e ensaio. Participou em encontros internacionais de arte e literatura. Alguns dos seus livros: Embarcações (2004); A singradura do capinador (2005); Hangares do vendaval (2007); As processionárias (2008); Roberto Piva e Francisco dos Santos: na sacralidade do deserto, na autofagia idiomática-pictórica; no êxtase místico e na violent...a condição humana (2008); KORSO (2010); KOA’E (2011); Khamsin-Morteratsch (2011); KALAHARI ( 2013) estes seis últimos em edições brasileiras.
Possui textos publicados em diversas revistas de literatura e arte. Criador da estética do LAHARSISMO e responsável por uma colecção de poesia contemporânea brasileira na Editora Cosmorama. Pesquisador da Poesia Brasileira Actual. Foi um dos Curadores do Encontro Internacional de Literatura e Arte: Portuguesia
Curador do RAIAS-POÉTICAS: Afluentes IBERO-AFRO-AMERICANOS de ARTE e PENSAMENTO
LUIS SERGUILHA É ENTREVISTADO, EM TRÊS ETAPAS,
NO PROGRAMA DE TV DE ANTONIO ABUJAMRA:
https://www.youtube.com/watch?v=CeI7d0wzKn8
https://www.youtube.com/watch?v=iAjZ9z8VSKk
https://www.youtube.com/watch?v=Fdq4vDm0g-A
Texto 1
A nodosidade sónica da cidade limítrofe é flanqueada geograficamente
pela salsa-dos-pântanos
onde a mecânica das especiarias liberta as acrobacias do fogo de artificio
sobre os cronómetros das crises alérgicas
Os cineastas fundadores das espreguiçadeiras de néons isolam as bandeiras das povoações
nos bastidores mediterrânicos das colheitas
onde as escaladas da coreógrafa coleccionam as dramaturgias das chuvas que electrificam a basculante da claridade
Os mosaicos-anémonas dos hóspedes desintegram-se nas sonoridades das máscaras equatoriais
parecem canais de irrigação aos solavancos
entre os adereços indígenas que radiografam os sismógrafos das fertilizações das comédias
A desdobragem óptica da cronologia estilhaça a quadrícula dos miradouros
e os comboios gráficos computorizam os atlas dos antologiadores
como se encadeassem copiosamente as colisões do circo botânico
onde os báculos hidromecânicos aperfeiçoam
o borrifo ignescente do mineral angulómetro sobre as oficinas das homenagens das trompetas
que urdem as ataduras do sul do amendoal dos pulmões
As fitas dos vídeos arqueiam na marginalidade cerâmica dos emissários
e o resgatamento cartográfico do fotojornalista é liminarmente entoado
entre as papoilas dos tenores
onde as teclas equestres das partituras julgam as gralhas das montanhas russas
que as malas das alegorias colonizaram
sobre a nidificação dos ícones do elenco das paleontólogas
Texto 2
As larvas geométricas dos areais compartilham estritamente a decoração dos lenhos-microfones
para farpearem os diamantes seculares das ameixas
como as cismas dos sapos a estruturarem as erupções oolíticas
entre as bússolas dinâmicas dos subsolos
A urbanidade das lagartas dinamitadas alastra a precisão da graxa dos corvos
encurralada transitoriamente
nas direcções das capas picadoras de azulejos
Este xaile de obeliscos vegetais concentra as aranhas da tuna solar
sobre as esquinas intangíveis dos gorjeios sinfónicos
como uma estadia do incêndio a representar
a prodigalidade da incisão da catástrofe
que transmuta as favas inauguradoras
do sobressalto da luz
As parcelas amareladas do salvo-conduto terrestre destacam a hibernação dos pessegueiros magnéticos
entre as lojas detentoras de cinematógrafos provisórios
Os flancos dos suores arrítmicos dos astronómicos caravanistas
são burilados
pelos mapas propagadores de açaimes que identificam as cavidades dos carris artesanais
e as placentas corrosivas das embarcações são seleccionadas
pelos relógios dos enxames para transformarem os suspensórios dos apeadeiros
em travessias de sanhas electrocutadas
Ambiguamente a sucessão dos interstícios das chocadeiras oscila
entre os peitoris das estâncias-cárceres e os alicerces asmáticos das chancelarias
onde as queixadas nómadas dos aguaceiros
parecem os retratos invertebrados das piranhas
a consolarem a área dos peditórios
das matrizes terrestres
Texto 3
As masmorras minerais recortam os vencedores dos bilhares glandulares
superiormente dissimulados na exaltação das praxes-bidões de sífilis
onde um exército de detergentes-galgos triturados
pelos dédalos viscerais dos cobradores de abafos fotográficos
explicam a ancestralidade dos exílios dos chocalheiros
como os telefones das cascavéis a calafetarem as detonações gangrenadas das avelãs
sobre as escalas das tábuas dissecadas
pelas assembleias serpenteantes dos melros atlânticos
As cortinas embaladoras de percentagens e de continências rígidas aprovam as vírgulas dos tendões-barbitúricos
que domesticam os pára-raios das pedrarias da circunspecção e os habitantes espontâneos dos aeroportos desalojam
os batalhadores de néons para carregarem o labirinto das saias avarentas
até ao quintal ascendente dos eléctricos da monstruosidade
onde as patas dos respiradouros dos dilúvios químicos
fecham provisoriamente
as dobraduras perfeitas dos desfiladeiros indomáveis
As porcelanas desveladas roçam sabiamente
no cadastro imarcescível dos dedais
e as lojas dos uivos asmáticos circunscrevem
os infractores orgásticos dos códigos
que antecipam o equilíbrio dos açucareiros desconhecidos
Os perfis hidrófobos continuam a incendiar os sorvos ilegíveis
das rabecas espongiformes e as ruas envenenam-se de biografias glaciares
para suplementarem as crostas fluorescentes
que colidem nos voos rasantes dos pássaros-solários
Texto 4
Os concursos dos casamentos segregam laboriosamente as coberturas da circunvolução
onde os bicos das guloseimas esgrimam os parasitas impermutáveis do mobiliário
Os engenhos da nervura da linguagem petrifica-se nas regiões criadoras de tendas marítimas
onde os competidores temáticos incandescem o mostruário das baleias geométricas
e a aguardente-candelabro dos serões pontua os reflexos invasivos das compotas metropolitanas
para apregoar os mercados caleidoscópios das silhuetas que gravitam inesperadamente
sobre os sachos asmáticos das madrugadas
As dobraduras dos insectos torneiam as prestações das ampolas cheias de olfactos convulsos e de éteres reduzidos às colagens das estratégias loucas
que dissolvem verticalmente
os guizos esculturais dos laboratórios sobre os cios mutilados dos rebanhos
como um risco da cereja planadora a comprometer-se no sudário do pisco-ferreiro citadino
Civicamente os soalhos das traseiras contemporâneas emolduram os mineiros dos dicionários das mensagens
como estações cardadas a fazerem vassalagem
às iniciativas-tendeiras dos turistas
Os pássaros-vibratórios da palmeira-das-igrejas curvam
sobre o bolor iluminador das persianas para amortalharem as trinchas da charcutaria das assembleias
que alteram os barbitúricos dos terraços
possivelmente marginados pelos perfis sôfregos dos telescópios galopantes
e os correios dos peixes parecem gravatas de gerânios
purificados anualmente
pelas ebulições infecundas dos pontos de mira
De
Luís Serguilha
EMBARCAÇÕES
Vila Nova de Gaia, Portugal: Editora Ausência, 2004.
ISBN 989-553=075-7
“Vem isto a propósito do mar de palavras que é a poesia do Luís Serguilha. Mar de palavras, imagens, metáforas, intermináveis e diferentemente sempre iguais, podendo os poemas começar e terminar em qualquer delas, em qualquer lugar ou tempo. Um interminável magna de sugestões, um escaldante rio de lava, é o que leitor recebe, ao ler os poemas deste livro.. Mar, magma, rio, lava ebulição, energia em transformação (...)
... se há textos verdadeiramente entrópicos, eles são estes poemas de Luís Serguilha! (...)
“Mas uma leitura atenta logo nos evidencia a grande quantidade de imagens orgânicas, principalmente vegetais e eróticas, o que certamente dá uma coloração vitalista a esta poesia.” E. M. DE MELO E CASTRO
*
Restituir soberanamente a costura gaguejada de fogo
às serpentinas derradeiras das alienadas praias
onde as uvas carbônicas dos pulmões são içadas
pelas emboscadas milicianas da cachoeira obcecante
Restituir os relógios inimagináveis dos atalhos devoradores
ao azul crepitante das pálpebras
que corre insistentemente
como um dilúvio de refúgios comprometidos
entre as doações perfumadas dos impolutos candeeiros
e um cogumelo de aguaceiros
é repentinamente
esquecido nas escalas do diadema de terra onde
a substancia caminheira dum vocábulo se entreabre
para soletrar os perímetros solares na concavidade inexacta da pétala
como a transmutação silábica do rio a fender
amorosamente
a cauda incompleta das mariposas
*
Guardarás a expedição dos símbolos nas vertentes atrasadas dos
meridianos
e a adolescência das luzes é anulada devagarinho no
tropel errante das escápulas
que justificam a concordância das agulharias
sobre os óleos estimulantes das têmporas ocultamente concentradas
é aqui que o desenvolvimento magnético das abelhas conserva
a descendência do insulamento das lavouras transparentes
onde as propriedades viajantes das minúsculas fogueiras
ferem as líquidas mortalhas das cerejas
para congeminarem a dissertação das sílabas no
vértice profundo das pálpebras pubianas
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De
Luis Serguilha
KORSO
São Paulo: Dulcinéia Catadora, 2009
RESPIRADORES DE LABAREDAS MITOLÓGICAS
As choças das glândulas parabólicas dos aérodromos projectam
a contaminação das mordeduras de cobra
nas aparelhagens do picadeiro-crepuscular onde as lavanderias
aceleradoras de zigotos-mosaicos
recompensam os biógrafos
das epifanias entre a esterilidade zebroide da assembléia comercial
e os barômetros das litanias dos dançarinos andróginos
As estátuas quadrúpedes dos observadores de orelhas-de-urso-
citadino são sopradas
pelos sistemas artesianos das heranças cinematográficas
onde as tecedeiras da murmuração dos infravermelhos
concentram violentamente
os volantes desnatados das construtoras de cúpulas de naftalina
(os canalizadores dos focinhos cadaverosos fixam os batimentos
dos signos e as vozes rudimentares no transporte ascético do
satélite das alergias: informulado projector das cataratas) cornos
sibilantes nos meridianos dos bajuladores concêntricos das histórias
das intempéries__ (manipulo de limalhas a enfumar as pílulas
cavaleiras das esplanadas mercantis)
A potência dos dedos verticais dos gasedutos-oleodutos mastiga as
agulharias do cataclismo: bebedouros com unhas-de-fome dos
pombos e as ressonâncias triangulares dos tinteiros dos espiráculos
contrabandeia as intumescências dos caçadores de redes-
ambulatórias dos aeroportos
(flâmulas de esforço no perfume dos pontos cardeais
que suspendem os assacadores -acusadores
das excursionistas milenares) película dos Ideogramas agachada
admiravelmente nos lençóis denteados dos caminheiros
que acrescentam as aves dissipadoras dos crepúsculos
aos dicionários da figueira-da-índia
um arquipélago de cúpulas reflui no
turbilhão do oxigénio dos ventres interpolares
Conjecturar a turvação das tampas transitórias das colmeias
para invadir a adulteração dos papos salinos
dos comedores de vocabulários ___ AGULHA da abafeira olfactiva
a incandescer-se nas alucinações metereológicas (hibiscos
ampliados nas vertigens das magnólias)____obsessor dos
mapas estonteantes da Cassiopeia a certificar os ecrãs náuticos dos
instintos (espécies de hortos ascensionais a metamorfosearem as
formigas do gigantesco suspensório dos salões)
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De
Luis Serguilha
O EXTERNO TATUADO DA VISÃO
Vila Nova de Gaia, Portugal: Editora Ausência, 2002
ISBN 972-8617-91-7
VI
Este cesto solar expande-se nas palpitações minuciosas do teu colo como
os gracejos das línguas amarradas ao orgulho das cerejas
e a luz rasteira germina nas inamovíveis fronteiras procurando
o afastamento finíssimo dos braços na tentativa confiante das palavras
e o chão ágil das bocas encharca os socalcos da orfandade
para amparar as aproximações da claridade
lentamente subtraídas pelo caudal sonoro das rosas
Os pássaros fulminantes esmerilam as sombras ao assobiarem
sobre a asfixia sublime dos torvelinhos
como bagos erigidos nos cálculos profundos da água
Procuro um torno de bagas na turbulência crescente dos seios
para ver as rotas mais pacientes dos lábios
a removerem-se na cópula lavada da sementeira
como uma centelha resistente a tropeçar no inultrapassável morro
Procuro o encosto melancólico das pontes aureolado de interrogações
onde o fascínio da seiva pernoita nos ângulos
puros das pedras exaustas
e uma pétala sequiosa enrosca-se na terminologia ilegível dos musgos
onde as membranas solares são aplainadas
contra a frescura definitiva dos troncos
Urna luva de terra envolve-se no exílio repentino das asas translúcidas
para se devastar amorosamente no estrangulamento da tua estopa
como um desenho de fogo
a cruzar-se no movimento mais resguardado do inverno
E o encontro musicado da palavra gravita reconstituído
pelos saltos esgotados dos crepúsculos
para se dispersar nas artérias impronunciáveis
e entrar em ti como um timoneiro vencido no redemoinho vigilante
onde uma janela trémula se refaz
como um chicote de partículas na indecisão da luz
Uma moldura de sopros pavoneia-se na casa negra das bocas
para transformar um tempo que nasce sem fala
e as auscultações telúricas espelham-se
no alisamento das proas púrpuras
onde os vocábulos são estirados sobre a legenda imprevista do ar
Um candeeiro de sílabas retoca a aspereza da pagina
na partida solene do teu olhar incendiado
onde uma corda de resinas sustenta a transgressão pertinente das
avezinhas
Perpetuas a determinação da camélia na argila mensageira
quando recebes fielmente um manto de aromas circulantes doutro olhar
como se o impulso da água fosse a ferida feliz do clarão
como se os varais da sombra caminhassem teimosamente nus
sobre a sede dispersa das principais dunas
Atas a fatalidade do húmus à chuvinha instantânea dos olhos
como as manchas desequilibradas dos pássaros a sentenciarem as redes astrais
acrescentadas às persianas longilíneas das planícies
Partes nitidamente entre os sois arrancados
pela cirurgia repentina dos cavalos inesgotáveis
como as reconquistas do ar a vergarem o algodão das cachoeiras
e declinas
a linguagem admirável das ancas num violino
de bocas onde os alicerces raiados de plantas entram repentinamente
enrugados
para arranharem um pulmão de luz
regressa discretamente à mudez do barro
aí desconheces o voo seguro da mariposa guerreira
ao designares uma trança de aquarelas na desidratação doutro corpo
Sobrevives em transe ao penhasco duradouro do poente bailarino
revelado pelo levantamento desajeitado das unhas marítimas
como a luminosos lugares das pálpebras a
nascerem fixamente nos pólens terrestres
Um barco colorido celebra o incesto dos meteoros sobre os roteiros
que desfalecem na folha molhada do teu nome
este fluido preliminarmente a desabotoar as entranhas inventadas
no reverso das correspondências
onde a desordem envernizada do fogo é um pulsar inatingível
Um batuque aceso multiplica-se ao deter o crescimento dum jardim
recuperado
entre as lufadas das coxas
e a sofreguidão confessional das línguas recusa o gelo distante
das estrelas
para dizer desabrigo no decifrado coração
Diagonalmente o teu corpo separa os alpendres falantes que embarcam
na manifestação dos silêncios
aparentemente esgotada nas crinas musgosas
As vasilhas prometidas pelas orbitas matinais
descobrem as correntezas estampadas
na última transfusão das incandescentes luas
e os prelúdios das estações ouvem-se no círculo livre da cal
como a intenção discreta do arbusto a fechar-se na lâmina do ar
Aprofundo os antecipados lábios nos espasmos da framboesa
como os presságios narrativos
a reterem a aprendizagem das âncoras no soluço imutável do pássaro
És o armistício da respiração que se ouve no interior ambicioso da pedra
onde a lavra ígnea atordoa a simplicidade do tacto na cabeleira
infinitamente balsâmica
és a chuva ensimesmada anunciando a escarpa tépida
porque procuras fender o contorno espasmódico da flor
para absorveres os pronomes da substância mais adiantada
Os ofícios oscilantes do animal são a forma dolorosa da terra
onde as bolsas desenhadas pelas cancelas de
fogo bocejam sobre as assinaturas das minúsculas ondulações
corno os meridianos rapidíssimos do
verão a amanhecerem submersos nas crias sem nome
A paciência das raízes vibra no contorno abandonado da lenha transparente
cicatrizando a inumerável levedura das margens
e os corações antigos das gaivotas recolhem-se
para justificarem a sucessão misteriosa das águas
aí a indicação incomparável da rua barca é um perfil soberano
porque foi feita pela incompleta trovoada
dos pulsos escorraçados
aí revela-se o relincho da praia refém da ardósia quente
Manténs a volubilidade das incessantes friestas
ao homenageares os beijos esplendidamente abandonados
como pequeníssimos ribeiros indivisíveis
dependurados nas quedas dedilhadas das amoras
E o sol persegue-te descalço sequestrando um cotovelo volátil da tua
sombra
para aliviar os mecanismos dos gerânios
nas persianas incomensuráveis das ondas
e o sol naturalmente entra em ti como os holofotes dum cardume
atirados sobre os intérpretes da terra
e entra em ti levando a memória dos mapas até
aos servidores das aquarelas
que decoram o combate despenteado das húmidas escarpas
e uma serenata de línguas embala a bifurcação periclitante da tua arvore
onde os bandos desmaiam provisoriamente numa pintura uivante
SERGUILHA, Luís. As Processionárias. Textos: Manoel Ricardo de Lima, João Amadeu Carvalho da Silva. São Paulo, SP: Demônio Negro, s.d. 82 p. ISBN 978-859039342-9 Capa: Vanderley Mendonça. Tiragem: 150 exs. “Luís Serguilha “ Ex. bibl. Antonio Miranda
Antonio Miranda, Luis Serguilha e Wilmar Silva em Belo Horizonte 2010
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