LUIS PIGNATELLI
Luís Oliveira de Andrade — ou Luís Pignatelli, o poeta — nasceu em Espinho, concelho de Aveiro, a 1 de Janeiro de 1935 (e não, como consta em todas as antologias onde figura, por mitografia própria, em 1932) e morreu em Lisboa, a 20 de Dezembro de 1993.
Em Espinho fez a instrução primária e frequentou o liceu. E, de habilitações literárias, foi quanto lhe bastou — autodidacta de si e da Vida, o bardo sedutor.
Nas lides da escrita e da letra de forma, aí está ele, aos 18 anos de idade, em Maio de 1953 (ano da extinção da "Árvore" e da 3.ª série dos "Cadernos de Poesia"), a estrear-se, pela mão de Augusto Navarro e António Rebordão Navarro, na revista "Bandarra", com o poema "Aguarela" (assinado por Luís de Andrade e não ainda Pignatelli), poema bem distante, não obstante a linha de lirismo tradicional em que se insere, de uma juvenília que a sua obra não comportará. E nesta revista, publicada no Porto, em 3 séries, entre 1953 e 1964, continuará a colaborar (é sua a capa do n.º 20 da I série, de Agosto de 1954), até à sua ida e fixação de residência em Coimbra, nos meados da década de 50, onde, de passagem, na revista "Vértice", assina alguns poemas de pendor neo-realista, sem que, contudo, se dilua o lirismo que lhe marcará indelével toda a poesia. Fonte: http://nossaradio.blogspot.com.br/
PIGNATELLI, Luís. Galáxias. Lisboa: Círculo de Poesia, 1973. 83 p
as ervas secas altas
o sol branco
os estalidos
a vespa
zunindo
sobre os figos abertos
nem peso, nem volume
só luz, só lume:
o vagalume.
Página publicada em janeiro de 2015
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