Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


DANIEL FARIA

DANIEL FARIA

( 1971 – 1999)

 

 

Daniel Augusto da Cunha Faria nasceu em Baltar, Paredes, a 10 de Abril de 1971. Frequentou o curso de Teologia na Universidade Católica Portuguesa – Porto, tendo defendido a tese de licenciatura em 1996. No Seminário e na Faculdade de Teologia criou gosto por entender a poesia e dialogar com a expressão contemporânea. Licenciou-se em Estudos Portugueses na faculdade de Letras da Universidade do Porto. Durante esse período (1994 - 1998) a opção monástica criava solidez. A partir de 1990, e durante vários anos, esteve ligado à paróquia de Santa Marinha de Fornos, Marco de Canaveses. Aí demonstrou o seu enorme potencial de sensibilidade criativa encenando, com poucos recursos, As Artimanhas de Scapan e o Auto da Barca do Inferno. Faleceu a 9 de Junho de 1999 quando estava prestes a concluir o noviciado no Mosteiro Beneditino de Singeverga.

 

 

Escrevo do lado mais invisível das imagens

Na parede de dentro da escrita e penso

Erguer à altura da visão o candeeiro

Branco da palavra com as mãos

 

Como a paveia atrás do segador

Vejo os pés descalços dos que correm

E escrevo para os que morrem sem nunca terem provado o pão

Grito-lhes: imaginai o que nunca tivestes nas mãos

 

Correi. Como o segador seguindo o segador

Numa ceifa terrestre, tombando. Digo:

Imaginai

 

                        In Dos líquidos

 

 

Sabes, leitor, que estamos ambos na mesma página

E aproveito o facto de teres chegado agora

Para te explicar como vejo o crescer de uma magnólia.

A magnólia cresce na terra que pisas – podes pensar

Que te digo alguma coisa não necessária, mas podia ter-te dito, acredita,

Que a magnólia te cresce como um livro entre as mãos. Ou melhor,

Que a magnólia – e essa é a verdade – cresce sempre

Apesar de nós.

Esta raiz para a palavra que ela lançou no poema

Pode bem significar que no ramo que ficar desse lado

A flor que se abrir é já um pouco de ti. E a flor que te estendo,

Mesmo que a recuses

Nunca a poderei conhecer, nem jamais, por muito que a ame,

A  colherei.

 

A magnólia estende contra a minha escrita a tua sombra

E eu toco na sombra da magnólia como se pegasse na tua mão

 

                     In Dos líquidos

 

Cigarra

 

Amei a vida

Como se fora um castigo

 

Cantei-a

Como se fora um feitiço

 

Agora chora

Esse canto calado

Sacie-te a voz

Agasalhe-te o pranto

 

Que fizeste no Verão?

Vendeste o teu canto?

 

Não vendi

Dei-o às aves

A qualquer viandante

 

Oh leva-me flores

Quando já o meu corpo

Caído não cante

 

Poemas extraídos da revista POESIA SEMPRE, Num. 26, Ano 14, 2007. Edição da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.

 

Página publicada em novembro de 2009

 

 

 

Voltar para a Página de Portugal Voltar para o topo da Página

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar