ALICE FERGO
A poeta portuguesa Alice Fergo é formada em História pela Universidade Clássica de Lisboa. É autora de "As Mãos na Pedra" (1995), "Versos de Água" (2000) e "Quando junto às horas se ilumina um rio" (Labirinto, Fafe, 2009)
O PRISMA DE MUITAS CORES. Poesia de Amor portuguesa e brasileira. Organização Victor Oliveira Mateus. Prefácio Antônio Carlos Cortes. Capa Julio Cunha. Fafe: Amarante: Labirinto, 2010 207 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
Quando
Dobro o instinto para sair do tempo. Transposta
a órbita
suponho que me vês. De pouco servirá
tacto e olfacto se a pele não for a tua.
Púrpura. Purpurina. Sais de manga e alecrim.
Todas as palavras exóticas se fazem do
teu sangue.
Quem nos fecharia os olhos
que ironicamente sorriem ao meio-dia
se um corpo desabitado fosse tão-só o lugar
de um crime? Este é o abismo. O coro palaciano
extremado de amor e morte - os leitos
tanto escondem o lodo como o ouro. E até
ao xisto são muitas gerações a empreender
nalguma causa mais precoce que
nos escapa. Como a tenacidade de um grito
ou a simples persistência da língua
a arrastar-se pelas silvas, o vínculo
das águas vem do cimo da montanha.
Essencial. Luzente. Quando.
Nunca apanhei nenhuma estrela na rebentação.
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Página publicada em janeiro de 2021
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